Descubra os sabores das flores comestíveis
Quem não gosta de uma flor? As flores alegram a vida, enfeitam varandas, felicitam ou pedem perdão, mas seu uso mais desconhecido, embora ancestral, é como guarnição comestível dos pratos mais sofisticados e suculentos.
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Arroz cremoso de queijo com violetas, creme de malvas com tofu empanado ou filé de atum com tomate e sálvia; há centenas de receitas disponíveis na internet e fáceis de preparar para surpreender os comensais mais exigentes e transformar nossa cozinha em um laboratório de sabores, cores e texturas florais.
Saboroso e saudável
Para isso, reconhecidos cozinheiros especialistas no setor, como Iolanda Bustos, acenderam os fornos para "voltar a recuperar sabores que estão na memória de todos, mas um pouco perdidos, esquecidos", lamentou em entrevista à Agência Efe.
Além de saborosas, as flores podem ser utilizadas como remédios: "todas estas plantas têm propriedades medicinais e antes era de conhecimento popular o que utilizar segundo a sintomatologia da pessoa", afirmou Iolanda.
Por exemplo, a estévia é uma planta que nivela o açúcar no sangue, reduz a pressão arterial, regula o aparelho digestivo em geral e diminui a gordura e o colesterol em pessoas obesas, se forem comidas de duas a quatro folhas frescas de manhã e à noite.
A malva, além de ser uma flor ornamental, é um ingrediente perfeito para comer cru em saladas por causa de seu sabor doce, e também serve para engrossar caldos e sopas. Além disso, em chá, é um remédio natural para atenuar as inflamações bucais e as feridas.
A flor proibida
Apesar de as flores e plantas silvestres serem utilizadas na cozinha tradicional há séculos, no ano passado aconteceram problemas legais quando a União Europeia fez uma classificação de todas as plantas comestíveis e deixou de fora muitas delas.
Cozinheiros famosos como Ferrán Adrià foram à imprensa para denunciar a situação, que foi resolvida com a legalização de flores e plantas comestíveis tradicionais.
No entanto, é preciso ter cuidado que flores saborear, porque nem todas são comestíveis. Da mesma forma que há cogumelos venenosos e outros aptos para o consumo, é preciso ter um amplo conhecimento sobre plantas silvestres.
"Algumas das plantas não é que sejam venenosas, mas têm um princípio medicinal ativo muito forte e devem ser usadas na medida certa, sobretudo em um restaurante, onde você não sabe qual é a saúde do comensal", advertiu Iolanda.
Este é o caso da flor de acácia, que pode ser tomada em chá ou cozida e é um estupendo remédio contra o resfriado e a bronquite; no entanto, a raiz e a casca contêm uma substância acre e emética (que faz vomitar) considerada venenosa e que produz intoxicações se for tomada em quantidade superior a 20 gramas.
Por isso, é imprescindível adquirir um guia completo que especifique que propriedades tem cada flor, quais são venenosas e se podem ser tóxicas dependendo da dose ingerida.
Com a mão na massa
A cozinheira Iolanda Bustos apresentou esta receita simples para cozinhar em casa um suculento carpaccio de lula com tremoços confeitados, pétalas e ervas silvestres:
Ingredientes para 4 pessoas
- 1 lula grande de mais ou menos 1.200g
- 4 colheres (sopa) de pimentão doce
- 200g de tremoços confeitadas em óleo
- Flores de capuchinha, calêndula, abóbora, cravo e margarida
- Folhas silvestres: serralha, dente-de-leão, rúcula, funcho e menta fresca
- Sal, pimenta e azeite de oliva virgem
Preparação:
Em primeiro lugar, limpar bem a lula sem que fiquem restos de pele nem de ventosas. Colocar um pouco de sal e o pimentão na parte interior da lula e enrolar bem firme envolvida em filme. Colocar no congelador. Montar o prato cortando lâminas de lula bem finas na máquina de cortar carnes. Colocar as lâminas no prato e por cima os tremoços, as pétalas e as folhas. Finalizar com um azeite e estará pronto para servir.
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