A partir da próxima terça-feira (21), os amantes de hambúrgueres em Porto Alegre poderão desfrutar das mais diversas receitas da iguaria por oito dias consecutivos. Inspirado em evento anual de São Paulo, o Poa Burger Fest contará com a participação de 18 estabelecimentos sediados na capital gaúcha e promete novidades inusitadas no cardápio. Em entrevista ao Terra, Guilherme Machado, diretor da Ovo Produtora de Conteúdo e um dos organizadores do evento, contou detalhes sobre a maratona gastronômica.
A ideia nasceu em São Paulo, onde o festival de hambúrgueres iniciou - no dia 14 de maio - sua segunda edição. A data de término de ambos os eventos, não por acaso, é a mesma: 28 de maio, quando se comemora o Dia Internacional do Hambúrguer. Segundo Guilherme Machado, as informações sobre a celebração paulista chegaram à produtora por meio de um membro da equipe. Feito o contato com um dos organizadores, a empresa recebeu total apoio para realizar a versão gaúcha. “São eventos independentes, mas os moldes são os mesmos”, explicou.
Um dos objetivos do Poa Burger Fest é desmistificar a imagem que se tem do hambúrguer em território nacional. “Quando se fala em hambúrguer no Brasil, pensam direto em McDonald’s. Mas, lá fora, é um prato consumido em restaurantes, como refeição mesmo”, lembrou Guilherme. A meta principal da organização é apresentar receitas inovadoras e movimentar o circuito gastronômico de Porto Alegre. “Não há um caráter de competição”, garantiu.
Para integrar o festival, cada um dos participantes foi convidado a criar uma receita de hambúrguer de acordo com o tipo de culinária oferecido pelo local. “A primeira edição serviu como laboratório. Quatro pessoas sentaram para fazer tudo. Olhamos todos os locais de Porto Alegre e decidimos começar com 14. Pegamos as hamburguerias gourmet primeiro e, depois, selecionamos outros lugares que acreditávamos que podiam trazer receitas interessantes. Fechamos em 18, para fazer bem feito“, contou Guilherme. Para 2014, a organização pretende ampliar o número de participantes. “São Paulo começou com 21 e está com 43”.
Sobre as receitas, Guilherme Machado garantiu que o público pode esperar por surpresas. A ideia de desafiar restaurantes de culinária japonesa, árabe, indiana, italiana, entre outras, a criarem hambúrgueres resultou em soluções muito criativas, como o hambúrguer de sushi, o de falafel e o de cordeiro, por exemplo. As receitas foram publicadas gradualmente no site do festival, para instigar a curiosidade do público. Patrocinadora do evento, a Eisenbahn teve acesso antecipado aos ingredientes e harmonizou os pratos com suas cervejas.
Guilherme contou também que, para não limitar as possibilidades, a organização decidiu não estabelecer uma faixa de preço. “Alguns locais usam ingredientes sofisticados”, explicou. Manteve-se o padrão de cada estabelecimento, e os valores ficaram entre R$ 16,90 e R$ 26. Para os que quiserem aproveitar o festival todo sem gastar, o site oficial do evento oferece uma promoção. Durante todo o Poa Burguer Fest, as casas funcionarão conforme o seu expediente original, especificado em tabela na página do festival.
Espelhos belgas, estantes de Jacarandá e móveis talhados pelo artista Antonio Borsoi, enfeitadas com o que há de melhor e mais saboroso da culinária portuguesa no Brasil compõe o o cenário da tradicional Confeitaria Colombo
Foto: Daniel Ramalho/Terra
Fundada em 1894 pelos portugueses Joaquim Borges de Meireles e Manuel José Lebrão (autor da famosa frase: "O freguês tem sempre razão"), o local era o expoente da Belle Époque, que transformou o Rio de Janeiro do fim do século 19 numa verdadeira "Paris tupiniquim"
Foto: Daniel Ramalho/Terra
A confeitaria recebeu Chiquinha Gonzaga, Lima Barreto, Olavo Bilac e mais tarde políticos como Carlos Lacerda, sem falar que era ponto de encontro tradicional de deputados federais na ainda capital da república
Foto: Daniel Ramalho/Terra
No Salão Jardim, no térreo, todos vão em busca das maravilhas da culinária portuguesa que enfeitam os balcões, enchem os olhos e dão água na boca
Foto: Daniel Ramalho/Terra
Se você preferir doce pode optar pelas 34, isso mesmo, 34 variedades de doces, com destaques para o pastel de nata, o quindim de camisola, o mil folhas, bombas e a grande novidade: o pastel de caipirinha
Foto: Daniel Ramalho/Terra
"Vendemos em nossos balcões em média cerca de 50 mil doces e o mesmo tanto de salgados. Por mês usamos em média 4 toneladas de farinha, 3 toneladas de açúcar, 25 mil ovos", conta o chef Renato Freire, responsável pelo cardápio da casa
Foto: Daniel Ramalho/Terra
O chef também é responsável pelo livro de receitas da casa Confeitaria Colombo sabores de uma cidade
Foto: Daniel Ramalho/Terra
Na parte dos salgados, mais uma deliciosa seleção de aguçar o paladar do turista ou mesmo do carioca, que às vezes esquece de visitar um local que traduz tão bem um período da história do Brasil e que se preserva quase que à perfeição
Foto: Daniel Ramalho/Terra
"São 33 tipos de salgados e os campeões de venda são: coxinha de galinha, camarão empanado, coxa creme, empada de galinha e cromesqui de língua defumada", conta Freire
Foto: Daniel Ramalho/Terra
Quem tem mais um pouco de tempo, ou de previsão e faz sua reserva, pode desfrutar do restaurante Cristóvão, na parte de cima da Confeitaria Colombo, onde às quintas-feiras se serve o tradicional vatapá com acaçá, no cardápio desde 1901
Foto: Daniel Ramalho/Terra
Para quem quiser economizar um pouco (com tanta coisa a degustar, a tentação de gastar muito é grande) e saber mais detalhes da história da casa é só pedir uma mesa, tomar tranquilamente seu café e pedir uma folha de papel com a história da casa
Foto: Daniel Ramalho/Terra
"A Colombo vai continuar por toda a vida. Todos iremos passar e ela vai ficar. Uma casa sempre bonita, limpa. Hoje em dia tem até casamento, o que antigamente era proibido. Tomara que eu dure mais tempo por aqui", disse o garçom Orlando Duque, de 76 anos e que em julho completa 61 anos de Confeitaria Colombo
Foto: Daniel Ramalho/Terra
"Comecei aqui com 14 anos de idade varrendo o chão, fui subindo para ajudante de garçom, folguista, até chegar a garçom. A Colombo é minha família", disse o garçom, lembrando dos tempos em que servia cafezinho ao presidente Getúlio Vargas, que entre uma ou outra reunião discutia e decidia o destino da nação. Orlando serviu ainda os presidentes Juscelino Kubstichek e Tancredo Neves
Foto: Daniel Ramalho/Terra
"Há clientes que sirvo há mais de quarenta anos. Tem uma mesa que existe há 73 anos, desde o tempo do Ari Barroso, onde rubro-negros se reúnem para falar do clube. Embora eu seja vascaíno, sou eu quem arruma a mesa, e até hoje reúnem ali filhos de ex-presidentes do clube", revela Orlando Duque citando como curiosidade
Foto: Daniel Ramalho/Terra
A casa já foi cenário de mais de dez novelas e minisséries