Sucesso na TV americana, brasileira Isa Souza ensina pratos light
Durante a transição de advogada para chef e apresentadora de televisão, Isa Souza passou por diferentes países e as mais variadas experiências. Atualmente a gaúcha comanda o programa culinário Isa, Vida y Sabor, no ar nos Estados Unidos e El Salvador. “Minha especialidade é uma cozinha fácil, saudável e saborosa”, explicou a chef durante entrevista exclusiva ao Terra. O programa, que já está em sua terceira temporada, é voltado para o público latino e reúne pratos criados por Isa para quem quer se alimentar bem, sem sair de forma.
Depois do mestrado em direito na Europa, Isa acabou desembarcando em Miami. Impedida de exercer a profissão devido às diferenças na legislação local, ela acabou buscando outro caminho e encontrou na cozinha sua nova carreira. Autodidata, a chef se profissionalizou no French Culinary Institute, em Nova York. E depois de um convite inesperado acabou se tornando apresentadora e já foi considerada pela revista People como uma das mulheres mais importantes da TV norte-americana. “Achava que não tinha desenvoltura nenhuma para isso. Treinava na frente do espelho e me achava ridícula”, contou sobre o início da carreira. Durante passagem pelo Brasil, a chef contou ao Terra um pouco de sua história e ensinou quatro pratos com pouca caloria, mas muito sabor, na cozinha da loja Suxxar. Confira.
Terra: Você sempre sonhou em ser chef?
Isa Souza: A gastronomia na verdade sempre esteve dentro de mim, é uma cultura de família. Eu comecei a cozinhar desde os oito anos e sempre fez parte da minha vida. Imagine viver em uma cidadezinha, Santo Cristo, perto de Santa Rosa (RS), que é 99% alemã, dentro de uma família com um pai galiciano, mas extremamente tradicionalista, e com influência italiana. Essa mistura gerou uma cozinha muito rica, todo mundo lá era chef. Culinária era minha paixão, mas naquela época não havia cursos de gastronomia, não se falava disso como uma profissão, era mais um hobby. Meu pai era advogado, então o direito era algo bastante acessível para mim. Com isso acabei me direcionando para essa carreira e adorava ser advogada. Mas as coisas foram acontecendo e chegou um momento em que acabei indo para a Europa para fazer meu mestrado. Depois fui morar em Miami, nos Estados Unidos, onde deixei o direito para me dedicar à gastronomia.
T: Como foi essa transição?
IS: Na Europa já acabei me envolvendo ainda mais com gastronomia, porque você acaba tendo essa coisa de conhecer outras culturas e a gastronomia tem muito a ver com a cultura de um povo. Fui para Portugal, Espanha, Inglaterra, França, Itália, e quando você chega a um país novo a primeira coisa que quer é conhecer a culinária daquele lugar, faz parte da experiência. E eu fiquei apaixonada por isso. Para me distrair da saudade de casa aos finais de semana às vezes fazia cursos de culinária ou roteiros gastronômicos.
Outra questão é que lá não se come mal no dia a dia. Você come bem quando é um turista disposto a gastar em restaurantes legais, mas quem fica morando lá tem dificuldade. Estamos acostumados com outra rotina, arroz com feijão, bife e salada, que lá não tem. Você precisa se adaptar e buscar outras opções e para uma gaúcha é muito difícil morar em um lugar com carne ruim e cara. Fora os sabores e temperos que também são diferentes. Por questões pessoais acabei indo morar em Miami, nos Estados Unidos, e não me dei conta de quão difícil seria essa adaptação. Quando percebi que lá eu não poderia advogar, era uma turista, o inglês e o espanhol eram diferentes, passei por uma crise. Foi um ano muito difícil. Quando estava pronta para entrar na faculdade e adaptar meu diploma, achei que esse talvez fosse o momento de seguir outro caminho. Tentei refletir sobre o que eu podia fazer além de advogar e pensei: “poxa, eu cozinho tri bem”. Percebi que existia essa carência, as pessoas não sabiam cozinhar. Então, comecei a dar aulas para noivas.
As pessoas lá não costumam ter muita noção de cozinha, porque as mães já não cozinham mais, as avós já não cozinham mais. Virou até uma moda essa coisa de saber fazer algumas coisinhas e convidar amigos para comer na sua casa, é chique. Isso não é uma tradição nos Estados Unidos, mas passou a ser encarado como algo legal e divertido por ser diferente. Comecei também a inventar receitas, criar docinhos diferentes, e dividia com as pessoas. Eu dava as coisas que cozinhava para os vizinhos, deixava mini quindins no café que tinha no prédio para eles darem aos clientes, e com isso o pessoal passou a fazer encomenda.
T: Como você foi parar na televisão norte-americana?
IS: No aniversário de uma amiga, em 2008, decidi dar de presente para ela os docinhos da festa. Eles não são acostumados com isso, nas festas lá costuma ter tacos ou cupcake. E eu fiz casadinho, brigadeiro, quindim, beijinho, surpresinha de uva, de tudo. Foi um sucesso, o pessoal enlouqueceu. E nessa festa tinha um produtor de televisão. Fui apresentada a ele e tudo, mas não me passava nada pela cabeça. Ele disse que eu falava bem o castelhano e perguntou se eu já tinha pensado em trabalhar na TV. Eu ri, mas ele contou que estava fazendo um projeto de culinária. Estava em um momento de transição e na época estava pensando em abrir um negócio que seria uma boutique de pastas com uma escola.
Já na segunda-feira o cara começou a me ligar querendo marcar reunião para fazer uma proposta. Ele estava fazendo um reality de chefs, e me apresentou o piloto, mas isso não era a minha. A primeira coisa que me veio na cabeça foi o Big Brother e não conseguia me imaginar presa, naquelas brigas. Mas depois ele disse que estava começando a planejar outro projeto e que talvez pudéssemos fazer um programa só comigo. Já tinha feito comerciais de TV, quando era novinha, mas nunca de falar em frente à câmera. Achava que não tinha desenvoltura nenhuma para isso e criei uma resistência. Eles diziam que eu tinha uma imagem boa, mas eu não gostava dessa ideia de colocar alguém na televisão por achar a pessoa bonita, mesmo sem ter um conteúdo legal para dividir. Tenho pavor disso, sou extremamente crítica nesse aspecto. Mas fomos conversando e chegamos a um acordo. Nesse momento entrou meu lado advogada. Aceitei fazer um teste desde que fosse na minha cozinha e que eles assinassem um contrato de que todos os direitos desse vídeo fossem meus e eles não pudessem mostrar a ninguém.
Eu treinava na frente do espelho e me achava ridícula, mas fiz o piloto e todo mundo adorou. Peguei o vídeo e mostrei para um colega que trabalhava a mais de 10 anos nessa área em Los Angeles, que é extremamente honesto. Ele assistiu e ficou me explicando tudo, foi uma aula mesmo. No final ele disse: “olha, a câmera gosta de você”. E eu fiquei esperando ele traduzir (risos). É uma linguagem bem televisiva. Às vezes a pessoa pode ser a miss universo, mas não ficar bem no vídeo, e a minha imagem e minha voz funcionavam. É claro que ele disse que ainda dava para melhorar, precisava de uma boa direção. Então, eu aceitei o desafio.
T: Como vocês definiram o perfil do programa?
IS: Já que era para fazer queria que fosse uma coisa legal. Nos Estados Unidos existem canais só de programas culinários, mas voltado para o mercado latino não tinha nada com boa qualidade, era uma coisa muito melancólica e étnica, com pratos típicos dos países. E eu achava que isso não funcionava direito, porque eles estão em outro país, não tem os mesmos ingredientes, as pessoas não vão conseguir fazer isso sempre. Eu queria fazer um programa que fosse suprir essa necessidade de quem vive lá, para o novo hispano, a segunda geração, que continua com traços da cultura latina, mas já nasceu nos Estados Unidos e vive uma realidade norte-americana. Também queria que tivesse esse conceito de comida leve, que é o meu estilo, minha comida tem essa coisa da redução de gordura, de alimentos saudáveis.
T: Você teve que passar por alguma preparação especial?
IS: Acho que tudo na vida é uma questão de se especializar. Depois que aceitei fazer o programa comecei a me preparar de verdade para trabalhar na televisão. Fiz preparações que as pessoas nem imaginam. Fiz treinamento de diafragma, para respirar sem ficar movendo o ombro, fiz três meses de aulas de dicção para abrir mais as vogais e conseguir falar um castelhano mais aberto, e estudei expressão corporal.
T: Você chegou a fazer cursos de especialização na área de gastronomia?
IS:
A primeira temporada do programa eu fiz sem ser oficialmente chef. Depois, achei que precisava realmente me especializar. Acho que a mesma dedicação que tive para estudar direito também tive para estudar gastronomia. Fui estudar no French Culinary Institute, em Nova York. Não foi nada fácil, porque estava em outro país, falando outra língua, a escola é francesa, e usa muitas expressões em francês. Fui reconhecida como autodidata e pulei várias etapas através de testes. Como em um curso de inglês fui comprovando que já dominava algumas técnicas e consegui concluir o curso em três meses. Aprendi mais a parte cientifica da cozinha, questões de contaminação, temperaturas certas, normas, nomes corretos de cortes. Estudei muita química e física. Hoje sou titulada e também fiz cursos avançados em food tecnology e técnicas francesas e italianas.
T: Como é o processo de escolher as receitas do programa?
IS: Quando eu vou fazer uma receita na minha casa eu converso com a cozinha, vejo o que tenho na geladeira, dependendo vou ao supermercado, fico olhando e escolho o que vou fazer. Já para televisão é diferente você tem que pensar no que dá mais certo para o seu público, o que a audiência espera. Você tem que atender um público maior, não pode fazer só coisa vegan ou só com carne, tem que balancear isso e também preciso manter a originalidade das minhas receitas. A cada programa temos três receitas. Normalmente testo em casa e vejo o que está dentro do mercado. Faço uma seleção de pratos inusitados e gosto de usar ingredientes que as pessoas conhecem, mas muitas vezes nem sabem para que serve. Tento quebrar o preconceito de que comida saudável é sem graça. O sabor é muito importante para mim. Minha especialidade é uma culinária fácil, saudável e saborosa.
T: Qual é o público alvo do programa?
IS: Ele passa nos Estados Unidos inteiro e em El Savador, em um canal latino. Meu público é bastante misto. Medimos isso pelas redes sociais. Gosto muito do retorno que tenho do público feminino, lá fora tem muito isso da mulher elogiar você, buscar meu cabelereiro e buscar mais informações sobre as receitas também. É claro que tenho um público masculino forte também, que nem sempre está tão interessado assim na cozinha. Mas os homens gostam de cozinhar. Lá as pessoas não têm empregada doméstica, isso é luxo, então todo mundo tem que se virar. Acho que um dos motivos que eu queira voltar para o Brasil seja esse, para ter uma assistente diária (risos). É engraçado porque eles possuem os melhores equipamentos, as melhores cozinhas, mas muitas vezes não sabem usar. O público é variado porque a ideia do programa é facilitar a vida das pessoas, mas trabalho muito com mãe e alimentação infantil.
T: Você tem uma filha e sabe que nem sempre é fácil aplicar o conceito de culinária saudável com crianças. Como você trabalha isso?
IS: As pessoas às vezes falam que os filhos não comem vegetais e a primeira coisa que eu pergunto é “você come?”. Porque tem gente que simplesmente coloca o filho na cadeirinha, em frente a televisão. Sempre aconselho a colocar na mesa, junto com a mãe para que a criança aprenda vendo ela comer. Em casa que tem comida criança não morre de fome. As mães criam muito drama em relação a isso, é preciso desmistificar essa questão. Eu sou mãe e minha filha sempre comeu o que tinha na mesa, era o que tinha. Acho que não devemos perguntar para a criança o que ela quer comer, você coloca na mesa e se é isso que tem para comer hoje ela deve comer isso. Os filhos são extremamente influenciados pelo paladar dos pais. A criança ainda está se desenvolvendo e criando um paladar, ainda não sabe direito o que gosta e o que não gosta, tem que experimentar e interagir com a comida.
T: Como é a seleção dos ingredientes que você usa no programa? Usa muitos alimentos orgânicos?
IS: Nos Estados Unidos o alimento orgânico está sendo muito incentivado agora. Aqui no Brasil eu acho que enquanto ainda tem gente passando fome ainda não é hora de se falar. O alimento transgênico surgiu nos Estados Unidos porque os imigrantes, especialmente aqueles que sofreram com a Guerra, foram para lá e desenvolveram tecnologias para que nunca mais passasse fome. Então, se podiam fazer uma plantação que em um mês conseguisse dar o dobro ou triplo de alimentos do que teria naturalmente era isso que se fazia. Mas acho que não dá para ser radical demais nesse aspecto.
Agora eles estão retomando os alimentos naturais porque nos Estados Unidos há uma superprodução, uma população obesa e um problema de solo. Por isso, há um subsídio para incentivar o mercado orgânico. Só que essa é a realidade lá, que é diferente em outros países. Falar de orgânico no Brasil ainda é complicado. Acho ótimo que tenha essa opção porque há uma classe social que realmente pode consumir, então ok. Mas se falar em alimentação 100% orgânica enquanto há criança passando fome, não. As pessoas falam que substâncias químicas matam, fazem mal, mas há pouca coisa realmente comprovada e fome mata também. Defendo o alimento orgânico quando é possível e viável, porque tem mais sabor. Mas não sou extremista em nada.
T: Você se preocupa com o valor dos ingredientes?
IS: Depende. O azeite de oliva, por exemplo, é uma marca da minha cozinha. As pessoas falam que é mais caro, e realmente é. Mas se você compra um galão de óleo de soja e bate vontade de fazer batata frita ou frango a passarinho você vai fazer, agora se só tiver uma garrafinha pequena, cara, de azeite de oliva quero ver se você vai fazer. Então, se for colocar na balança você está comendo melhor e não está tendo tanta diferença no orçamento porque está usando menos. Ao invés de gastar uma panela de óleo para fritar bolinho de chuva, você usa um pouquinho de azeite para fazer outra coisa e não consome toda essa caloria. Essa é a minha ideia, você evita desperdício, valoriza mais o alimento e come melhor. Sempre tento equilibrar porque quando falamos em cozinha fácil também tem que ser fácil para seu bolso.
T: As pessoas costumam estranhar uma chef de cozinha magra. O que faz para manter a forma?
IS: Sou contra dietas radicais. Acho que é muito melhor você tomar consciência e ouvir o seu corpo. Você precisa pensar e perceber o que funciona para você, como se sente após comer determinada coisa e começar a eliminar o que não faz bem. Eu, por exemplo, adoro arroz branco, mas o carboidrato assim me faz mal. Então, eu reduzi. A minha receita é essa, escutar o corpo. A alimentação afeta muito até o humor. É difícil eu conseguir manter uma rotina legal, mas tento balancear. Acho que o que é ruim também é essa coisa de ter que manter um horário. Aqui no Brasil passou das 12h todo mundo acha que tem que almoçar, mesmo se não estiver com fome. Acho que se seu corpo não está precisando não é necessário comer só porque deu o horário.
Uso porções pequenas e truques para não exagerar, como não colocar a panela na mesa, já serve no prato. É muito difícil fazer dieta com um homem que come muito. Mas eles precisam de mais energia e metabolizam o alimento de uma forma diferente. Eu gosto de comer, mas sei que tenho que me cuidar, então eu sirvo no prato e porções de tamanhos diferentes. Seu organismo se adapta, não é um sacrifício. O estomago é elástico então vai contraindo e se adapta. No dia que malhou dá para comer a sobremesa ou talvez um pouquinho mais, se não deu para malhar então dá uma controlada. Está sem tempo? Vai dançar Shakira e Beyonce no banheiro para queimar caloria.
T: Você tem alguma restrição alimentar?
IS: A única coisa que não como por um defeito de fabricação meu é camarão e frutos do mar, porque tenho uma alergia crônica. Minha alergia na verdade é do iodo, então eu não posso de jeito nenhum. O sal que uso também é sem iodo. Aliás, aproveito para fazer uma reclamação (risos). Aqui no Brasil é obrigatório adição de iodo no sal, mas ninguém pensou em quem tem alergia. Quando venho para cá geralmente trago meu próprio sal, além disso, aqui temos muito sal sintético e muito concentrado.
T: Você está prestes a lançar um livro também, certo?
IS: O livro já está no forno. Ele foi criado dentro da primeira temporada de Isa Vida y Sabor. Foram 13 episódios com três receitas cada um, então no livro reunimos 39 pratos. Cada programa falava de um tema, como pratos clássicos em uma versão inovadora, jantar romântico, programa de amigos. Faço sempre uma introdução sugerindo um contexto para as receitas. A comida para dois foi o que mais fez sucesso, ensina como fazer um jantar com toque afrodisíaco, sem que seu cabelo ficar com cheiro de cebola e sem bagunça na cozinha (risos). Primeiro ele será lançado em espanhol nos Estados Unidos e em El Salvador. E já estou negociando com uma editora aqui no Brasil para fazer uma adaptação em português, com a substituição de alguns ingredientes.
T: Você já pensou em abrir um restaurante?
IS:
Já recebi muitos convites, em Miami, Nova York, mas hoje eu ainda sou muito ciumenta. Eu admiro muito quem trabalha com restaurante é uma dedicação muito grande, quase uma escravidão. Acho que talvez daqui alguns anos eu possa querer me dedicar a isso, mas o restaurante normalmente requer uma equipe muito boa. Como negócio ele normalmente só dá lucro quando é uma coisa grande e com isso despersonaliza um pouco a questão do chef e eu, por exemplo, se abrir um restaurante vou querer que você coma minha comida, feita por mim. Você vê muitos restaurantes que passam a vida toda sendo pequenininho porque os chefs não conseguem se desgrudar disso, quer estar lá controlando para que os clientes provem o sabor da comida dele. Então, esse é o ponto, eu ainda tenho ciúme da minha comida. Meu maior prazer em cozinhar é ver o outro comer e ficar olhando. É como fazer um vestido e depois ver alguém usando ele. Por isso, ainda não penso em seguir esse caminho.
T: Você tem vontade de voltar a morar e trabalhar no Brasil?
IS: Eu tenho vontade por vários aspectos, mas outros não. Isso envolve mais minha vida pessoal. Toda adaptação é difícil. Hoje estou vindo mais ao Brasil e ainda sinto uma resistência. Os Estados Unidos é muito mais consumista, mas ao mesmo tempo dá um pouco mais de segurança. Ainda não consigo aceitar algumas coisas aqui no Brasil, como o trânsito de São Paulo e os preços do Rio de Janeiro. Estou como uma criança rebelde resistente em aceitar essa transformação. Eu me revolto com muitas coisas daqui, mas acho que chegou um momento que todo filho retorna a casa. Depois de 10 anos, penso em voltar. Nesse período perdi minha avó e deixei de participar de muitas coisas por estar longe, então isso pesa na avaliação. Estou sentindo que existe uma tendência de eu voltar, mas ainda não visualizo isso como algo definitivo porque acho que vivemos onde temos trabalho e o meu trabalho ainda é nos Estados Unidos.
T: Você tem um prato preferido?
IS: Isso é muito difícil. O que eu mais gosto de comer é minha comida, mas também adoro quando eu posso comer bem o que outra pessoa fez. Acho que o churrasco do meu pai é meu prato preferido. A comida tem muito da energia de quem vai fazer. Meu pai tem sempre muito orgulho e uma coisa muito gostosa na hora fazer churrasco e a comida tem isso. Quando cozinho para minha filha é diferente. É tão bom cozinhar quando você está feliz, principalmente para alguém que você me ama.
T: Você teve algum tutor no início? Quais são seus ídolos no mundo da gastronomia?
IS: Eu tenho vários. Sempre tive uma paixão pela culinária francesa, então Alain Ducasse é um ícone que marcou para mim. Ele simplificou a culinária e criou um marco. Ele tem uma linha que prega que se você passa de três ingredientes eles começam a se confundir, ele é contra misturar demais. É uma comida simples e bem feita, 60% qualidade de produto e 40% técnica. Acho essa fórmula mágica e me inspira muito, ele é meu grande mestre. Na cozinha espanhola tem o José Andrés, que pegou essa coisa mais moderna e manteve o toque tradicional da comida espanhola mediterrânea, fazendo algo bem equilibrado. Adoro ele. E também tem meu professor da French Culinary Institute o Hervé Malivert , que eu adoro muito. Mas tem muita gente boa, hoje em dia tem muita gente bacana em quem se inspirar.
Receitas saudáveis
Salada de atum
Ingredientes:
Folhas verdes
1 lata de atum sólido light
1 lata de seleta de legumes
1 cenoura ralada
3 colheres (sopa) maionese light com azeitona preta
1/2 limão siciliano
3 colehers (sopa) de azeitona verde picada
Sal a gosto
Mix de pimentas moídas na hora a gosto
Azeite
Batata Gourmet
Ingredientes:
500 g de batata palito pré-cozida congelada
Mix de pimentas moídas na hora a gosto
Erva provence a gosto
3 colheres (sopa) de azeite
Sal a gosto
Modo de preparo:
Espalhe as batatas sobre uma forma. Moa o mix de pimenta sobre as batatas e espalhe o azeite. Salpique a erva provence e mexa um pouco com uma colher para espalhar o tempero. Acenda o forno em fogo alto. A batata fica crocante devido ao choque térmico, por isso deve estar congelada e ser colocada no fogo bem quente. Leve ao forno por cerca de 20 minutos, até dourar. De vez em quando mexa as batatas na forma. Depois, de retirar as batatas do forno tempere-as com sal.
Suco energético
Ingredientes:
½ limão siciliano
2 colheres (sopa) de gérmen de trigo
2 colheres (café) de guaraná em pó
200 ml de suco de laranja
100 ml de água de coco
1 taça de gelo
Modo de preparo:
Bata todos os ingredientes no liquidificador. Sirva imediatamente.
Sanduíche de peixe
Ingredientes:
4 filés de tilápia
1 limão siciliano
Sal a gosto
Mix de pimenta moída na hora a gosto
Azeite
1 baguete integral
Folhas verdes a gosto
Maionese light com azeitona preta
Modo de preparo:
Rale a casca do limão sobre os filés de peixe. Tempere com o sal, o mix de pimentas moídas na hora e o limão espremido. Acenda o forno em fogo alto. Coloque um fio de azeite em uma forma e espalhe os filés de peixe. Leve ao forno por cerca de 20 minutos, até dourar. Tire o peixe do forno e adicione um fio de azeite. Corte a baguete e passe a maionese light com azeitona preta nas duas fatias. Espalhe as folhas verdes e tempere com um fio de azeite e sal. Complete o recheio com o filé de peixe e feche o sanduíche.