Alex Atala comemora 6ª posição e diz: ‘tem espaço para mais brasileiros'
Pela oitava vez entre os 50 melhores do mundo, chef brasileiro enaltece conquistas da gastronomia nacional
O restaurante brasileiro D.O.M. se manteve entre os 10 primeiros colocados na lista dos 50 melhores do mundo, elaborada pela revista inglesa Restaurant. O ranking foi anunciado nesta segunda-feira (29) em Londres, capital do Reino Unido. Apesar da queda de duas posições em relação ao ano passado, quando ocupava a quarta colocação, o chef Alex Atala não se mostrou nem um pouco decepcionado. O paulistano estava entre os cotados para assumir a primeira colocação, que acabou com o espanhol El Celler de Can Roca, dos irmãos espanhóis Joan, Josep e Jordi Roca.
No entanto, Atala teve outros motivos para comemorar, além da manutenção de seu restaurante entre os mais celebrados da gastronomia mundial. “A gente sempre fica feliz por todas as formas. Fico feliz por ser o sexto do mundo, pela oitava vez estar na lista dos 50 melhores do mundo, isso é muito legal. Mas também fico muito, muito feliz por ver a Helena Rizzo [chef do Maní, em São Paulo] aqui junto com a gente. E queremos cada vez mais brasileiros aqui. Ainda tem muito espaço para a gente. Minha vida tem sido uma enorme alegria e me faltam palavras para descrever”, disse.
Falando ao Terra, o chef do D.O.M. destacou que aposta na entrada de outros conterrâneos na lista dos 50 melhores em breve. “Acho que sem dúvida a Roberta [Sudbrack, chef do restaurant carioca homônimo] é muito merecedora de estar aqui. E também o Alberto Landgraf [chefe do Epice Restaurante, em São Paulo], que vem galgando posições. Acho que são nomes com muita força para entrar aqui e dividir com a gente esse momento tão especial.”
Atala percorre o mundo divulgando a cozinha brasileira e apoiando outros colegas. Por isso, não seria exagero dizer que o trabalho dele ajudou na ascensão de Helena Rizzo, que ocupa a 46ª colocação com o Maní. “Eu gostaria muito de reivindicar esse louro para mim, mas acho que é mérito da Helena, do Daniel, de toda a equipe do Maní. Eu sou fã deles há muito tempo. O Brasil está conseguindo mostrar uma consistência. E não só o Brasil, a América Latina também. Hoje somos seis restaurantes latino americanos na lista, dois brasileiros, tem espaço para mais. Acho que a gente tem que continuar”, ponderou.
Também nesta noite foi confirmada a criação da lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina. O ranking será divulgado em setembro no Peru. “Acho fundamental para a gente ter um 50 Best da América Latina. O México vem se mostrando um país e tanto. O Peru, não precisa nem falar, conseguiram levar o prêmio para lá. E acho que o Brasil tem que fazer a lição de casa. Pedir ajuda ao governo. Ao [Ministério do] Turismo, e aos órgãos competentes para nos apoiarem, para não ficarmos para trás. O Brasil precisa de muitos mais. Não apenas do Alex, mas de muitos mais lá em cima”, disse.
Atala também falou sobre a visita que deve receber do chef René Redzepi, que comanda o dinamarquês Noma. Após três anos como a primeira do mundo, a cozinha de Redzepi caiu para a segunda colocação. “Era para ele ter passado um mês comigo no ano passado, mas infelizmente não deu por motivos familiares dele. Esse ano ele deve passar alguns dias no Brasil. E eu queria isso. Poder mostrar alguns sabores incríveis para ele. E também São Paulo, essa cidade super diversa, obviamente o Rio de Janeiro, que está na cabeça das pessoas, Minas Gerais, ‘quebra-tudo’, a Bahia, e a Amazônia, que sempre é destino final”, finalizou.