Conheça chefs brasileiros que poderão surgir entre os melhores do mundo
Nesta segunda (29) a revista britânica Restaurant realizou a premiação anual dos 50 melhores restaurantes do mundo. Representando o Brasil estão os restaurantes paulistanos D.O.M., de Alex Atala, em sexta posição e o Maní, comandado por Helena Rizzo, na 46ª posição, estreando no ranking dos 50 melhores. O restaurante carioca da chef Roberta Sudbrack garantiu o 80º. Porém, nenhum dos três são novidade, já que haviam ficado na lista estendida dos 100 melhores em edições anteriores.
Mesmo perdendo posições, Alex Atala, que em 2012 faturou o quarto lugar, não pareceu decepcionado com sua atual colocação. Depois do anúncio do ranking, o chef comemorou e disse que ainda há espaço para mais brasileiros na lista. E especialistas em gastronomia concordam com ele. “Hoje em dia temos muitos restaurantes legais, mas que não acrescentam muito à cena gastronômica. Na lista eles procuram estabelecimentos que possuem uma proposta e uma personalidade. Restaurantes que possuem um carro-chefe gastronômico, especializados em um tipo de comida ou prato”, explica Celso Arnaldo, editor chefe da revista Go Where. Beatriz Marques, redatora chefe da revista Menu, concorda com essa avaliação. “O prêmio valoriza identidade e inovação e não apenas qualidade”, afirma ela.
Conheça chefs que vêm ganhando destaque no cenário gastronômico internacional e podem ver seus restaurantes entre os melhores do mundo em breve.
Alberto Landgraf
O chef do Epice Restaurante, em São Paulo, foi um dos citados por Alex Atala como um dos novos destaques brasileiros. Segundo Beatriz, Alberto segue o perfil inovador apreciado pelos jurados e pode figurar na lista nos próximos anos. “Ele é um jovem estudioso, que trabalha com a gastronomia francesa com um toque brasileiro. Antes as cozinhas eram dominadas por artesãos, que aprendiam a fazer receitas elaboradas pela repetição, hoje em dia temos pessoas mais instruídas. Esse chef possui a grande virtude de não ser super star e querer aparecer a qualquer custo. Ele é realmente dedicado a seu restaurante”, defende Celso.
Rodrigo Oliveira
Na direção do restaurante Mocotó, fundado por seu pai, o chef Rodrigo Oliveira já possui reconhecimento internacional. O estabelecimento, que fica na zona norte de São Paulo, é um típico representante da cozinha brasileira. “O negócio começou como uma empresa familiar, uma espécie de armazém, e foi completamente reorganizado por Rodrigo. Inicialmente a reestruturação foi contra a vontade do pai, houve um choque de gerações. Hoje Rodrigo também mantém um centro de estudos. O restaurante possui uma filosofia mesmo. Até chefs internacionais vêm para comer lá”, conta Celso.
Thiago e Felipe Castanho
Assim como o que acontece com o restaurante espanhol, vencedor do prêmio conhecido como “Oscar” da gastronomia em 2013, El Celler de Can Roca, o Remanso do Bosque é comandado por irmãos. Este restaurante, que fica em Belém do Pará, é um dos estabelecimentos fora do eixo Rio-São Paulo que vem ganhando espaço. “Eles trazem um diferencial com o uso de ingredientes amazônicos e já têm destaque internacional. Acho que esse restaurante tem potencial para entrar na lista”, diz Beatriz.
Henrique Fogaça
O chef, dono do Sal Gastronomia, em São Paulo, segue o estilo tatuado de Alex Atala e faz questão de inserir muita personalidade a seus pratos. “Apesar da localização difícil o restaurante está sempre lotado. Henrique é muito presente em feiras e eventos voltados para produtos orgânicos. Ele participa bastante do cenário gastronômico da cidade, mas ao mesmo tempo é muito focado em seu restaurante”, ressalta Celso.