Geovane Carneiro, de 38 anos, é subchef do melhor restaurante do Brasil há 13 anos
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Aos 18 anos, o baiano de Conceição do Coité deixou o município de pouco mais de 60 mil habitantes para "tentar a sorte na cidade grande"
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Há 13 anos, ele é o subchef do D.O.M., o segundo na hierarquia de chefia dos fogões do restaurante mais conceituado do Brasil, que há sete anos figura na lista dos 50 melhores do mundo
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Mas antes de conquistar o cobiçado posto de "braço direito" do chef Alex Atala, Carneiro teve de servir muito café, pinga e coxinha em uma lanchonete da capital paulista até conquistar seu espaço
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O talento para a culinária foi descoberto por acaso. Chamado para substituir o cozinheiro da lanchonete quando ele faltou, viu as coxinhas que fez esgotarem em poucas horas, enquanto as do titular esfriavam na vitrine
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"Naquele tempo eu tinha preconceito, achava que cozinha era coisa de mulher. Não era o meu sonho. Mas tudo o que eu fazia saía demais. Só depois de um tempo fui perceber que já estava escrito. O meu caminho já estava traçado", disse o chef
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Após três anos como copeiro da lanchonete, percebeu que era hora de mudar e, decidido a encontrar um emprego como garçom, comentou com alguns clientes que procurava uma nova oportunidade
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"Aprendi na marra mesmo. Foi tudo olhando, errando, aprendendo, fazendo. Você vai tentando até pegar a mão", disse o subchef do D.O.M.
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"Precisa ter talento, mas precisa ter mais dedicação. Cada um tem a sua oportunidade na vida. Você tem que pegar e agarrar com as duas mãos, segurar e correr atrás até conquistar o seu espaço. Eu fiz isso. A oportunidade surgiu e fui atrás. Graças a Deus, estou conseguindo crescer", afirmou
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O cardápio inspirado na culinária brasileira sob um olhar contemporâneo fez com que o D.O.M. entrasse pela primeira vez em 2006 no ranking da conceituada revista britânica Restaurant, que elege os 50 melhores restaurantes do mundo, com o 50º lugar
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No ano seguinte, saltou para o 38º posto (2007), oscilou para o 40º lugar em 2008, mas subiu novamente para o 24º (2009), depois 18º (2010), 7° lugar (2011), 4° (em 2012) - e hoje é cotadíssimo para chegar ao topo da lista
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O segredo do D.O.M.? A constante busca por perfeição
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"Acho que não tem um segredo ou um só fator. É trabalhar com ingredientes de qualidade e fazer bem feito, buscar sempre a perfeição. O segredo é a perfeição. O cuidado com o sabor, a apresentação. Fazer cada prato como se fosse o primeiro", revelou o subchef
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Geovane comanda a cozinha do D.O.M. quando Atala está fora em viagens de negócios - o que acontece com frequência
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Geovane garante que um eventual 1º lugar na lista, embora muito bem vindo, não mudará o modo como eles encaram a tarefa
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"A responsabilidade é a mesma, seja no 1º ou no 50º lugar. Não muda", ressaltou ele
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Para Carneiro, a transformação constante é outro ingrediente que contribuiu para o progresso do restaurante
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Atala quem cria todos os pratos, embora Geovane dê alguns pitacos
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"A criação é dele [Atala] e eu executo. Tudo o que eu aprendi foi com ele. Venho seguindo os passos dele há 16 anos, praticamente", disse o subchef
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Mas o chefe do restaurante que tem opções de até R$ 495 surpreende pela simplicidade
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Fiel às suas raízes, não abre mão do arroz com feijão no dia-a-dia, embora já tenha experimentado pratos e sabores do mundo todo
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Famoso nos bastidores, é tímido e avesso à entrevistas: prefere a linha de produção aos holofotes
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É também bem chegado à família: todos os anos, leva o filho de 9 anos e a esposa para a Bahia, visitar os pais e irmãos - dois deles, são também chefs em restaurantes de Salvador
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É dele, entretanto, uma das criações mais famosas do Dalva e Dito, o outro restaurante de Atala: a galinhada caipira, um sucesso que também surgiu por acaso
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"Todo mundo pedia. Quando o D.O.M. entrou na lista dos 50 melhores, a gente falou: 'vamos comemorar com a galinhada!'", disse Geovane
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"Para crescer, tem que se ter humildade e força de vontade. Não adianta querer passar por cima dos outros. Arrogância não funciona no nosso ramo. Um dia você está por cima e no outro você tropeça e cai. Então tem que ter humildade sempre e disposição pra trabalhar", contou o subchef