Veja os 12 mandamentos da ‘Culinária Ogra’ e dicas do autor
O jornalista André Barcinski é uma pessoa que tem paixão por comer e nenhum pudor em experimentar novos lugares. Com muita fome e curiosidade, ele se orgulha em dizer que desbravou muitos restaurantes que, aparentemente, não passavam de uma “portinha”, sem nenhuma recomendação, estrela ou chef renomado que garantisse a entrada.
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Depois de 15 anos vivendo na capital paulista, ele conheceu muitas “biroscas”, como ele mesmo define, e juntou 195 no livro Guia da Culinária Ogra – 195 lugares para comer até cair, lançado pela editora Planeta. “Poucas coisas me dão mais prazer do que descobrir uma 'birosca' que serve um bife sensacional ou um pé-sujo com aquela feijoada dos sonhos. O problema é que muitos desses lugares não aparecem em guias, até por não se importarem com estrelas, prêmios ou concursos”, conta no livro.
O livro não nasceu com a pretensão de ser um guia dos restaurantes mais premiados da cidade de São Paulo, pelo contrário. A ideia é dar destaque para aqueles que não têm espaço nos veículos especializados. “Existem incontáveis restaurantes em São Paulo que não são ‘especializados’ em nenhum tipo de comida. São apenas lugares confiáveis como colo de mãe, com cardápios grandes e variados, aos quais você pode chegar e pedir qualquer coisa, sem medo”, diz, em outro trecho.
Um dos princípios do guia é oferecer ao leitor a oportunidade de conhecer restaurantes que oferecem “comida honesta”, que significa comer bem por um preço justo. O autor explica que o preço não foi um fator limitador para entrar no guia, porém, afirma que a maioria dos indicados são relativamente baratos. “Curto restaurante de todos os jeitos, não costumo me limitar pelo preço do lugar. Mas não é o tipo de restaurante que se vai sempre”.
Entre os mais sofisticados está O Dona Onça, que fica dentro do icônico Copan, na avenida Ipiranga. “É sofisticado mas serve picadinho, quiabo, um tipo de comida que pode ser considerada mais simples, é comida brasileira e super bem feita. O restaurante estar no livro não quer dizer que não seja sofisticado. Procurei não incluir restaurantes que servem risoto, suflê, essa comida mais fusion. Tentei me ater a cozinhas mais regionais”, observa.
Boas garfadas de bom humor
O livro é dividido nas categorias PF e Almoço, Carnes, Pizzarias e Italianos, Japoneses e Coreanos, Chineses, Nordestinos, Árabes e Similares, Lanches e Salgados, Petiscos e Étnicos e Variados. De forma bem humorada, André conta quais são os principais pratos dos lugares citados, além do endereço e outras características.
Sobre o restaurante PASV, que fica na Av. São João, no Centro, ele diz: “comer no PASV é a sensação mais próxima de almoçar na casa da avó. Lá você é sempre tratado com uma criança mimada: 'Quer mais uma farofinha, meu filho?', 'Tá bom o bifinho? Vai mais um pouco de cebolinha frita em cima?'", conta, acrescentando que é habitué do lugar há mais de 20 anos.
E sobre o Dono da Noite, que fica na Vila Gustavo, ele observa: “o nome deste lugar não poderia ser mais adequado: depois que você devora um bobó de camarão, um caldo de fava ou uma dobradinha no meio da madrugada, sua noite realmente acabou.”