Venezuela importará alimentos de Brasil e da Argentina
O ministro de Alimentação da Venezuela, Félix Osorio, informou nesta sexta-feira que fechou um acordo com o Brasil para a importação de US$ 1,765 bilhão em alimentos e de US$ 715 milhões com a Argentina como parte de um plano de abastecimento. Osorio explicou em entrevista coletiva que aprovou um acordo de US$ 1,765 bilhão para trazer do Brasil 429 mil toneladas de alimentos durante um ano. O acordo inclui produtos como carne, frango, leite e alguns derivados lácteos.
A Venezuela também chegou a um acordo com a Argentina para um "plano especial de superabastecimento" com duração de quatro meses por US$ 715 milhões o que, segundo o ministro, equivale a 844 mil toneladas de alimentos. Pelo acordo a Venezuela importará produtos como leite, arroz, vários tipos de milho, óleos, feijão, massas, farinhas e derivados lácteos.
"Para a Argentina o petróleo é alimento, e são uns gigantes na produção de alimentos, são nossos irmãos e estão nos apoiando", disse. Este convênio se soma a outro que a Venezuela já mantém, que prevê a provisão de 574,2 mil toneladas de alimentos por US$ 1 bilhão durante 2014 como compensação petrolífera, explicou Osorio.
O ministro também se referiu a outros convênios assinados pela Venezuela para o abastecimento alimentar. Através de acordos assinados pelo mecanismo Petrocaribe, a República Dominicana fornecerá 55 mil toneladas de alimentos por US$ 66 milhões, enquanto da Nicarágua importará 169,8 mil toneladas por US$ 385 milhões.
Da Guiana a Venezuela importará 200 mil toneladas por US$ 114 milhões e do Uruguai 115 mil por US$ 224 milhões. "Todas estas são medidas que nosso presidente Nicolás Maduro tomou para fortalecer o tema alimentício e antecipar esta guerra econômica, para todo o ano", indicou o ministro para a Alimentação, em alusão à "guerra econômica" que o governo acusa a oposição e o empresariado de manter contra ele.
A escassez de bens básicos se aprofundou no ano passado, ao ponto de alcançar 28% dos produtos segundo o índice de escassez publicado pelo Banco Central da Venezuela. Já os empresários responsabilizam o executivo pela situação. Eles alegam que não recebem do Estado as divisas necessárias para produzir ou importar.