A fila de espera para comer esse croquete japonês é de 32 anos
Bandeja com 5 unidades de um croquete congelado feito com carne de altíssima qualidade tem fila de espera de 32 anos; entenda o porquê
Há um açougue familiar chamado Ashahiya, na cidade de Takasago, no Japão, que vende uma porção de croquete de carne congelada tão cobiçada que a fila de espera é de 32 anos para receber o pedido.
Os bolinhos são feitos de bife Kobe, um corte de carne do mais alto padrão feito a partir do gado Wagyu, famoso por possuir níveis perfeitos de gordura, maciez, consistência e por ter um sabor amanteigado. Quem prova consegue sentir a clara diferença de textura e sabor.
O açougue foi fundado em 1926 e começou a produzir os famosos croquetes após a Segunda Guerra Mundial, segundo matéria feita pela CNN americana. No cardápio há seis tipos diferentes de croquete e todos são disputados, alguns possuem filas de espera de três semanas, mas se você quiser provar o mais famoso, chamado de Croquete Extreme, terá que encarar uma fila de espera de mais de 30 anos.
Apesar de já serem populares há muitas décadas, os croquetes se tornaram famosos após o estabelecimento começar a comercializá-los pela internet, no início dos anos 2000. A cobiçada porção possui cinco unidades e é vendida por 2.700 ienes ou R$ 105. Apesar de parecer caro, vale lembrar que um corte de bife Wagyu pode valer milhares de reais, justamente por ser uma carne nobre, que demora para ser produzida e se tornar perfeita para consumo.
A casquinha do croquete também é feita de uma forma especial. Ela é preparada com batatas cultivadas em solo fertilizado com esterco do gado Wagyu, sem nenhum aditivo químico ou conservante. O que torna o bolinho ainda mais especial e saboroso.
Shigeru Nitta, neto do fundador do Ashahiya, contou a CNN que começou a vender os Croquetes Extreme na internet como um teste para atrair clientes para a loja online. "Vendíamos os Croquetes Extreme por 270 ienes (R$ 10,50) cada. A carne neles, sozinha, custa cerca de 400 ienes (R$ 15,50). Fizemos croquetes gostosos e acessíveis que apresentavam o conceito da nossa loja. Era uma estratégia para ter clientes provando os croquetes e esperando que eles comprassem nosso bife Kobe depois da primeira mordida", diz ele à reportagem.
E para que o prejuízo não fosse tão grande, já que eles estavam vendendo os bolinhos por um preço mais barato do que o açougue gastava para produzir, eles só fabricavam cerca de 200 croquetes por semana.
Após ser lançado os bolinhos agradaram muito a clientela e chamaram atenção até mesmo da mídia japonesa. A popularidade foi tanta que os pedidos não paravam de chegar, por isso, em 2016, o açougue parou de aceitar encomendas quando a fila de espera atingiu 14 anos. Porém, começaram a receber muitas ligações para continuar oferecendo os croquetes. A fila reabriu, mas o açougue já informa aos clientes que a espera pode ser grande, até 32 anos.
"Só vendemos o bife criado por pessoas que conhecemos. Nosso balcão só vende carne produzida na região de Hyogo, seja bife Kobe, carne de porco Kobe ou frango Tajima. Este é o estilo desde antes de me tornar o dono", explicou o açougueiro.
Como os preços da carne subiram graças à exportação de bife Kobe, o preço da porção também teve que ser reajustado, mas mesmo assim ainda continua gerando prejuízos para a loja.
"Eu sinto muito que as pessoas tenham que esperar. Quero fazer croquetes mais rapidamente e enviá-los tão cedo possível, mas se eu fizer isso, o açougue vai falir", explica Nitta lamentando a fila de espera que continua enorme mesmo após ele ter deixado de produzir 200 croquetes por semana para passar a fabricar 200 por dia.
Apesar dos croquetes serem um sucesso e ajudarem o açougue a vender mais, Shigeru Nitta diz que sua principal motivação para continuar com as vendas é tornar o bife Kobe conhecido. Sua intenção é que cada vez mais pessoas conheçam esse produto tipicamente produzido em sua terra.
Para saber mais sobre os famosos croquetes, é possível acessar o site do açougue.