Açaí engorda? É saudável? Combate anemia? Nutricionista responde
Há apenas algumas advertências para o consumo seguro, confira
O açaí é o fruto que se encaixa perfeitamente neste verão. Esta estação motiva as pessoas a tomarem açaí, que entre os benefícios estão a ajuda na melhora do intestino e no fortalecimento do sistema imune. Ainda assim, o seu consumo ainda é cercado de dúvidas. Nesse sentido, açaí é bom para anemia? É saudável? É calórico?
Resposta e conselho
"Deve-se consumir alimentos ricos em ferro, ácido fólico e vitamina C, que ajudam na absorção do ferro, para melhorar a anemia. Sendo assim, o açaí é uma boa opção, pois a fruta é um verdadeiro arsenal de nutrientes. Possui vitaminas (A, E, D, K, B1, B2, C), minerais (cálcio, magnésio, potássio, ferro), aminoácidos e antioxidantes. Cada 100 gramas de açaí puro contêm 58 calorias e quando consumido em quantidade e frequência adequados torna-se uma opção saudável", responde a nutricionista do Hospital Universitário Cajuru, de Curitiba, Francielle Gouveia em entrevista exclusiva para o Sport Life.
Você é o tipo de pessoa que coloca acompanhamentos no açaí ou substitui esse consumo por alguma refeição diária, como café da manhã, almoço e jantar? Saiba que essas escolhas fazem um mal danado, que deixam o açaí com fama de "bomba calórica" e como opção não viável na hora do "rango".
"A fama do açaí ser calórico não está na fruta pura em si, mas sim no acréscimo dos xaropes e acompanhamentos, que são acrescidos de forma exagerada e que não trazem benefícios nutricionais. Por isso, aposte em acompanhamentos mais saudáveis como é o caso das outras frutas", adverte a nutricionista.
Vale a pena colocar o açaí na refeição diária e como fica para quem é diabético ou com colesterol alto?
"O ideal é que não seja consumido na forma de substituição das principais refeições como o almoço e jantar, mas sim na forma de um lanche", orienta Francielle. Questionada se esse fruto controla a diabete e colesterol, Gouveia faz algumas ponderações antes do consumo de pessoas com essas condições.
"O consumo do açaí por parte das pessoas diagnosticadas com diabetes deve ser feito em pequenas quantidades. Pode acontecer de vez em quando, sem permitir que isso se torne uma rotina. Já para o colesterol, o açaí auxilia na sua redução por conta das antocianinas e fitoesteróis presentes no fruto. Essas substâncias auxiliam na redução do LDL, que é o colesterol ruim. Dessa forma, o açaí auxilia na prevenção da formação de placas de ateroma (formada pelo depósito de gordura, principalmente colesterol) que pode chegar a obstruir os vasos sanguíneos", justifica.
Estatísticas sobre o açaí
Esses esclarecimentos vão de encontro com a alta desse fruto no paladar da maioria dos brasileiros. Quem comprova essa tese é a ABF (Associação Brasileira de Franchising). Essa associação divulgou dados em que em 2017 as franquias de açaí representaram números "espantosos", ou seja, o aumento de 200% nos últimos quatro anos.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que no ano de 2021 a produção de açaí atingiu a marca de três milhões de toneladas. Esse volume denota a movimentação em torno de US$ 1,5 bilhão na economia.
A Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados) acusou que o Estado do Pará é o dono de 94% das exportações do açaí para o mundo. Também acrescenta que a exportação desse produto paraense cresceu acima de 14.380%. Que passou de 41 toneladas exportadas em 2011 para o dado recorde de 5.937 toneladas no ano de 2020.
Quem é ela?
Francielle Gouveia é bacharel em nutrição pela PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica). E pós-graduada em nutrição, metabolismo e fisiologia no esporte no IBRA (Instituto Brasil de Ensino). Além do seu ofício no Hospital Universitário Cajuru, oferece atendimentos particulares.