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Bebidas vendidas como hiperproteicas realmente têm mais proteínas? Veja teste

Proteste analisou composição, aditivos e rótulos de 29 bebidas lácteas à venda no mercado

5 set 2024 - 19h41
(atualizado em 6/9/2024 às 10h05)
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Bebida YoPro, da Danone, foi uma das analisadas
Bebida YoPro, da Danone, foi uma das analisadas
Foto: Divulgação

Um teste feito pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) verificou a composição de 11 bebidas lácteas vendidas como hiperproteicas para checar se elas realmente apresentam a quantidade de proteína indicada na embalagem.

A legislação para esse tipo de produto estipula que a quantidade de proteína não pode ser inferior a 80% do valor declarado. O resultado, publicado na edição 248 da revista Proteste, indica que todas as bebidas apresentam — com alguma margem — a quantidade determinada.

A média encontrada foi de 16,4 g de proteína por 250 ml de bebida láctea. Os produtos que mais se afastaram foram o Piracanjuba Imunoday 10 g (com 8,2 g ou 18% menos do que o declarado); Vigor 15 g sabor chocolate (com 12,47 g ou 16,9% menos); e +Mu 12 g sabor chocolate (com 10,05 g ou 16% menos).

Além de checar a quantidade de proteínas de 11 opções do mercado, a Proteste verificou a quantidade de carboidratos, os aditivos e os rótulos de outros 18 produtos.

Segundo a associação, todas as 29 bebidas lácteas continham ao menos um dos seis tipos de aditivos permitidos pela legislação: aromatizantes, corantes, emulsificantes, espessantes, estabilizantes e edulcorantes.

Em uma ponta, o destaque ficou para o Pirancajuba Imunoday (chocolate), com dois aditivos. Na outra, o Piracanjuba 15 g (morango) e o Italac Frutas Vermelhas apresentaram cinco aditivos.

Tabela da Proteste apresenta os resultados da análise de bebidas lácteas hiperproteicas
Tabela da Proteste apresenta os resultados da análise de bebidas lácteas hiperproteicas
Foto: Divulgação/Proteste / Estadão

Em relação ao rótulo, todos os produtos trouxeram informações corretas de venda, incluindo lista de ingredientes, advertências sobre ingredientes alergênicos e lactose, informações sobre o uso de aditivos alimentares e identificação da origem.

Também foi avaliado se as bebidas indicavam o modo de conservação antes e após a abertura. Nesse quesito, todas as empresas conseguiram nota máxima.

Vale a pena comprar?

Conforme a nutricionista Desire Coelho, colunista do Estadão, a necessidade diária de proteína varia com a idade, sexo e nível de atividade física. A recomendação mais recente da International Protein Board varia de 0,8 a 2,0 gramas de proteína por quilo de peso por dia (g/kg/d). Quanto maior o nível de atividade física e a vontade de ganhar massa muscular, maior é a recomendação.

Uma dica da especialista sobre a compra de bebidas proteicas é comparar a versão proteica com a original. "Por exemplo, se um iogurte de 230 g promete 11 g de proteína, e a versão convencional de 170 g possui 7 g, a diferença é bem pequena, menos de 2 g de proteína, se considerarmos o peso. Vale a pena? Depende do seu bolso."

A especialista destaca ainda que é possível ter uma alimentação saudável sem consumir alimentos enriquecidos com proteínas. Uma dieta rica em frutas, verduras e nutrientes, feita com a supervisão de um profissional de nutrição, consegue suprir todas as necessidades de um indivíduo saudável.

Estadão
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