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Como saber se o mau hálito vem do estômago

Especialista esclarece mito sobre o problema e explica o que realmente causa a halitose

20 set 2022 - 18h02
(atualizado às 18h32)
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A pessoa com mau hálito pode não perceber, gerando situações constrangedoras, que podem afetar negativamente as relações pessoais, as atividades profissionais e gerar problemas conjugais. O principal mito relacionado a causas de halitose é, sem dúvidas, "o mau hálito vir do estômago". Porém, estudos afirmam que a halitose estomacal é extremamente rara ou nunca vem do estômago. "Quase todas as causas de halitose são encontradas na boca do paciente", comenta a cirurgiã-dentista e especialista em halitose Dra. Bruna Conde.

Mau hálito pode afetar as relações pessoais e profissionais
Mau hálito pode afetar as relações pessoais e profissionais
Foto: Shutterstock / Portal EdiCase

Interferência do anel muscular

Quando alguém tem mau hálito ao falar ou respirar, fica ainda mais claro que o problema não está vindo do estômago, pois quando falamos e respiramos, o ar vem dos pulmões. Além disso, entre oestômago e o esôfago existe um músculo em forma de anel, que impede a volta do conteúdo estomacal para a boca.

Diferença entre arroto, hérnia de hiato e mau hálito

O ar só vem do estômago quando temos uma eructação gástrica, conhecida como "arroto". Nessa situação, o ar escapa do estômago para o esôfago, o qual é normalmente fechado quando não estamos nos alimentando. Ainda assim, o arroto tem um odor ácido, dura poucos segundos e difere do cheiro característico do mau hálito bucal, o qual é de enxofre, ou do odor causado por jejum ou hipoglicemia (hálito cetônico que pode ter cheiro de acetona ou maçã estragada).

O mesmo ocorre em casos de hérnia de hiato ou refluxo gastroesofágico. Nesse caso, o músculo em forma de anel não fecha adequadamente a passagem do esôfago para o estômago. Quando o conteúdo do estômago, eventualmente, volta até a boca, seu odor também é ácido, assim como no arroto, muito diferente do cheiro característico do mau hálito, e dura poucos segundos, ao contrário ao odor da halitose, que pode persistir por períodos muito mais prolongados ou, até mesmo, ser constante.

Cavidade oral é a principal fonte de halitose

Conforme explica a Dra. Bruna Conde, a cavidade oral é responsável por 90% dos casos de halitose, o trato respiratório é responsável por 8%, o trato gastrointestinal e outras causas diversas são responsáveis por apenas 2%. Como a boca é a principal fonte de halitose, torna-se essencial uma investigação especializada da cavidade oral.

Isso porque, conforme ressalta a especialista, no dorso da língua existem pequenas criptas, que são os espaços entre as papilas, que proporcionam as condições ideais para que um grande número de bactérias se aloje facilmente. Restos de células descamadas do próprio epitélio da língua e restos de comida também se acumulam ali.

Mau hálito pode ser causado pelo acúmulo de bactérias nos dentes
Mau hálito pode ser causado pelo acúmulo de bactérias nos dentes
Foto: Shutterstock / Portal EdiCase

Causas do mau hálito

A halitose pode ser causada por placas bacterianas, má preservação dos dentes e restaurações dentárias, gengivite, má higienização bucal. Além disso, a fermentação de alimentos e detritos celulares por bactérias promove substâncias voláteis que cheiram mal, causando mau hálito. Essa situação é chamada de saburra lingual, popularmente conhecida como língua branca ou esbranquiçada, e isso também acontece com alimentos que ficam retidos entre os dentes.

"Quando o profissional não avalia cada parte da cavidade oral, algumas informações importantes podem ser perdidas. Como a saburra lingual e/ou pouca qualidade, ou quantidade salivar podem não ser avaliadas e são uma das principais causas do mau hálito crônico", esclarece a cirurgiã-dentista.

Consulte um especialista

Segundo a Dra. Bruna Conde, realizar uma consulta com um profissional especializado é fundamental para evitar problemas mais graves. "Não hesite em buscar ajuda profissional e especializada no assunto, halitose é um problema que se não tratada pode ocasionar diversas complicações para a saúde geral, comportamental e relacionamentos", finaliza a especialista.

Por Gabriela Dallo

Portal EdiCase
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