Dia Mundial Sem Carne: como manter a dieta e a evolução
É de se lembrar que a ausência do consumo de carne não afeta o estilo de vida saudável
20 de março é o Dia Mundial Sem Carne. Esse dia "nasceu" no ano de 1985 por meio de protesto da ONG (Organização não governamental) estadunidense FARM (Movimento pelos Direitos dos Animais Agrícolas). Além de toda conscientização sobre o prejuízo do consumo de proteína animal nesta segunda-feira, saiba na sequência a dieta ideal para atletas vegetarianos e veganos.
Os detalhes da dieta para vegetarianos e veganos
"Para o aumento do rendimento em exercícios, podemos destacar o maior consumo de carboidratos, uma vez que transformam em energia nas células. Além disso, os vegetarianos e veganos possuem maior consumo de fibras, potássio, magnésio, ácido fólico, vitamina C e E, carotenoides e fitoquímicos. Alimentos como soja, legumes em geral, leites vegetais, folhosos verde escuros, grão de bico, lentilha, feijão fornecem o poder antioxidante aliado a energia e proteína", diz com exclusividade para o Sport Life a nutricionista clínica do Hospital Marcelino Champagnat Kelly Cristina Uniat.
Kelly cita que se deve levar em consideração a adaptação da alimentação com vegetais, suplementação vegetal e a suplementação de vitamina B12, a qual está presente apenas nos alimentos de origem animal. Indagada sobre como compensar a falta de carne na alimentação, Uniat também cita os suplementos whey e creatina.
"No atleta que procura maior aporte de proteínas, a suplementação com produtos de origem vegetais, como wheys veganos a base de soja, ervilha, lentilha, arroz, entre outros", relata a profissional.
"Outro fator é a suplementação de creatina por estar com maior biodisponibilidade nas carnes. É a opção a ser considerada junto com o médico nutrólogo ou nutricionista para a inclusão em pacientes que realizam atividades de alta performance", adverte a nutricionista.
Outros detalhes para o Dia Mundial Sem Carne
O estudo de revisão publicado no The Journal of Physical Fitness em 2021 mostrou que a prescrição alimentar equilibrada vegana não acarreta em uma redução no desempenho de atletas, ajuda na performance esportiva e na tarefa de recuperação muscular.
"A alimentação sem carne influência beneficamente os fatores cardiovasculares, principalmente nas concentrações plasmáticas de lipídeos. Outro benefício, é o controle de peso, maior concentração de massa magra corporal, justificado pelo teor de fibras consumido na dieta", garante a profissional.
Kelly Cristina ainda esclarece neste Dia Mundial Sem Carne que um sujeito que cumpre com a alimentação vegetariana ou vegana redobra o seu cuidado com a alimentação e consegue equilibrar os macronutrientes durante o dia.
"Atletas de alta performance tendem a apresentar a função imunológica ligeiramente suprimida, consequência do alto grau de estresse oxidativo e liberação de fatores inflamatórios induzidos pelo alto volume de exercícios praticados. A alimentação vegana possui diversas propriedades anti-inflamatórias, fortalece o sistema imunológico e permite constância nos treinos", orienta.
Palavra final
"Há também a opção da suplementação de proteínas vegetais no pós-treino para garantir um equilíbrio na dieta e torna o estilo de vida que vem crescendo no Brasil como uma opção saudável de viver", expõe Kelly Cristina Uniat.
Dados
O levantamento do IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) apontou em 2021 que 46% de brasileiros não comeram nenhum tipo de carne por vontade própria pelo menos uma vez na semana.
O Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) concluiu o seu trabalho de pesquisa em 2018 e citou que cerca de 30 milhões de brasileiros são vegetarianos. Porcentagem que denota avanço, isto é, acréscimo de 75% em relação a 2012 quando cerca de 8% da população se declarou vegetariana.
Também existe outra estimativa do Ibope é de que desses 30 milhões de brasileiros vegetarianos, cerca de 7 milhões são veganos, o que significa em 3,2% da população.