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Doença celíaca, intolerância ao glúten ou alergia ao trigo? Saiba como diferenciar

Especialista em nutrologia explica as diferenças entre a doença celíaca, a intolerância ao glúten e a alergia ao trigo. Saiba os sintomas

26 fev 2024 - 17h52
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No universo complexo das reações adversas ao glúten, existem três condições principais que frequentemente causam confusão: a doença celíaca, a intolerância ao glúten (também conhecida como sensibilidade ao glúten não-celíaca) e a alergia ao trigo. 

Doença celíaca, intolerância ao glúten ou alergia ao trigo? Saiba como diferenciar
Doença celíaca, intolerância ao glúten ou alergia ao trigo? Saiba como diferenciar
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

A médica especializada em nutrologia Dra. Renata Domingues de Nóbrega explica que cada uma dessas condições tem suas características próprias, sintomas, métodos de diagnóstico e tratamento. 

Portanto, compreender as diferenças entre elas é crucial para o manejo adequado e para garantir uma qualidade de vida melhor aos que sofrem dessas condições. Pensando nisso, a especialista explica cada uma das condições. Confira:

Doença celíaca: uma condição autoimune

A doença celíaca é uma condição autoimune crônica, na qual a ingestão de glúten — uma proteína encontrada no trigo, cevada e centeio — provoca uma resposta imunológica que danifica as vilosidades do intestino delgado. 

"Este dano compromete a absorção de nutrientes, podendo levar a uma ampla gama de sintomas e complicações, desde problemas digestivos até desnutrição, osteoporose e, em casos raros, certos tipos de câncer intestinal", alerta a médica.

Segundo a especialista, o diagnóstico envolve exames de sangue para detectar anticorpos específicos, seguido por uma biópsia do intestino delgado. O tratamento é estritamente uma dieta sem glúten para toda a vida, que permite a recuperação do intestino e a remissão dos sintomas.

Intolerância ao glúten: uma questão de sensibilidade

Diferente da doença celíaca, a intolerância ao glúten não envolve uma resposta autoimune ou alérgica. 

Apesar disso, indivíduos com essa condição experienciam sintomas semelhantes aos da doença celíaca — como dor abdominal, inchaço e diarreia — após a ingestão de glúten, mas sem os marcadores imunológicos ou o dano intestinal associados à doença celíaca. 

"O diagnóstico é por exclusão, e o tratamento consiste na redução ou eliminação do glúten da dieta, dependendo da severidade dos sintomas", explica Renata.

Alergia ao trigo: uma reação alérgica

A alergia ao trigo é uma reação do sistema imunológico às proteínas do trigo, incluindo, mas não limitado ao glúten. Se caracteriza por sintomas que podem variar de leves a graves, como erupções cutâneas, problemas gastrointestinais, respiratórios ou, em casos extremos, anafilaxia. 

O diagnóstico é realizado através de testes de pele ou sanguíneos para identificar anticorpos IgE específicos. "A gestão da alergia ao trigo implica na evitação completa do trigo em todas as suas formas. Embora, diferentemente da doença celíaca, os indivíduos possam ser capazes de consumir outros grãos que contêm glúten", diz a especialista em nutrologia.

Implicações para a saúde e qualidade de vida

Renata enfatiza que a adoção de uma dieta apropriada é fundamental no manejo dessas condições. Para indivíduos com doença celíaca, por exemplo, a dieta sem glúten não é uma opção, mas uma necessidade vitalícia. 

"Aqueles com intolerância ao glúten podem precisar experimentar para determinar o nível de tolerância ao glúten, enquanto pessoas com alergia ao trigo devem evitar o trigo, mas podem tolerar outros grãos que contêm glúten", esclarece.

Conforme a médica, viver com doença celíaca, intolerância ao glúten ou alergia ao trigo pode ser desafiador, mas com o diagnóstico correto e o manejo adequado, é possível levar uma vida saudável e plena. 

"A informação é a chave para entender essas condições e para promover a conscientização tanto entre os pacientes quanto entre os profissionais de saúde. Busque orientação médica se suspeitar de alguma dessas condições e a não se autodiagnostique com base em informações gerais", finaliza Renata.

Saúde em Dia
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