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O sal rosa do Himalaia é uma farsa? Especialista esclarece de vez

Conversamos com uma nutricionista para descobrir se o famoso sal rosa faz bem para nossa saúde ou se isso é apenas um mito

18 nov 2022 - 10h45
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Foto: billnoll / iStock

Há anos as pessoas vêm trocando o sal comum refinado pelo famoso sal rosa do Himalaia, com a promessa de que o segundo faz bem para a saúde, regula o açúcar no sangue e a acidez do organismo, além de ajudar na saúde respiratória e cardiovascular. Mas, será que tudo isso é verdade?

Na realidade, todas essas afirmações não possuem nenhum aval científico e, dependendo do que levarmos em consideração, o sal rosa pode ser ainda pior que o sal comum. “Ao analisar a quantidade de sódio, podemos observar que em 1g de sal refinado há 381mg de sódio; e em 1g de sal rosa, 368mg. Ou seja, irrelevante! Além disso, a diferença de nutrientes é desprezível, e como o sal rosa acaba sendo utilizado em maior quantidade, tem o efeito oposto de ser mais saudável” explica a nutricionista Ingrid Krichinak.

O sódio que existe na composição do sal é associado a diversos problemas de saúde, como cálculo renal, hipertensão arterial, problemas cardiovasculares, entre outros. E o “sal da moda” não possui níveis mais baixos que o comum, assim, pode causar os mesmos tipos de complicações para o nosso corpo.

A nutricionista atribui o sucesso do sal rosa do Himalaiai a um modismo e ainda alerta para outro problema: o preço que você vai pagar por ele, já que ele custa o triplo do sal refinado. “Não possui nenhum bom custo benefício”, afirma.

Foto: P. Kijsanayothin / iStock

A grande diferença entre um tipo e outro, é que o sal rosa contém outros minerais que lhe fornecem essa cor rosa, como por exemplo o ferro, porém, esses minerais não são significativos e não causam grandes mudanças à nossa saúde. Por isso, como a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é que se faça o consumo máximo de 5 gramas de sal por dia (uma colher de café), devemos respeitá-la tanto ao consumir o sal de mesa, quanto ao consumir o sal do Himalaia. 

Há alguns elementos neste sal da moda, inclusive, que são abrasivos e não assimiláveis pelo organismo humano, como por exemplo sílica inorgânica, que é prejudicial à nossa saúde.

Além disso, a nutricionista alerta, “este é um sal que não contém iodo, então é arriscado para a saúde, porque o sal iodado serve justamente para combater o bócio (aumento do volume da glândula tireóide). E a gente não tem fontes de iodo na alimentação, então, acaba sendo através do sal de cozinha que conseguimos essa fonte de iodo tão importante”, diz.

Sal de cozinha iodado
Sal de cozinha iodado
Foto: Detry26 / iStock

Outro ponto importante a ser considerado é que existe um número alarmante de falsificação do sal rosa, há diversos conteúdos em portais e sites que ensinam como identificar se este sal é verdadeiro ou se ele foi tingido para se passar pelo sal do Himalaia. O produto falsificado geralmente possui uma cor mais forte e não tem tanta umidade quanto o original

“É necessário ficar alerta a essa questão de impurezas também, não tem como sabermos de onde eles retiraram esse sal. Então, se você está buscando aumentar o consumo de vitaminas, minerais e melhorar sua saúde, comece pelo básico: consuma mais frutas, legumes e verduras”, aconselha Ingrid. 

Redação Degusta
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