Qual é o melhor horário para tomar café? Especialista responde!
A dica do profissional é incluir o café no desjejum, com outros alimentos
O café é uma bebida muito consumida no Brasil seja para despertar de manhã, pós-almoço ou para degustar com um bolinho no chá da tarde. Muita gente não dispensa e consome várias xícaras diariamente, em casa ou no trabalho.
Mas afinal, qual é o melhor horário para tomar café? Quando deve ser evitado?
Segundo o médico nutrólogo Durval Ribas Filho, Presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, a recomendação é que a primeira xícara de café seja entre uma hora e uma hora e meia após acordar, sendo o ideal entre 9h30 e 11h00.
"E este horário se justifica, pois o café é uma bebida estimulante do cortisol, também conhecido como hormônio do estresse e é, pela manhã, que seus níveis são mais altos. Daí, o consumo do café poderia desencadear uma resposta de estresse desnecessária para o organismo", explica.
A dica do profissional é incluir o café no desjejum, com outros alimentos, ou mesmo fazer a tradicional mistura de café com leite. "Ao se adicionar leite ao café, se agrega uma quantidade de fenilalanina na dieta, que é um aminoácido encontrado no leite. O cérebro precisa de fenilalanina para produzir dopamina – um neurotransmissor responsável pelo comportamento motivado por recompensa, por exemplo", complementa.
A bebida também possui substâncias que atrapalham a absorção de certos nutrientes. Por isso, se consumido logo após o almoço, pode dificultar a absorção de ferro presente nas carnes, vegetais e feijões e a combinação com o leite pode interferir na quantidade de cálcio absorvida pelo organismo. "O recomendado é tomar café duas horas antes ou após as principais refeições", diz.
Que horas parar?
O melhor horário para parar de tomar café dependerá da hora em que se vai dormir e da própria sensibilidade à cafeína. "O ideal é consumi-lo até o meio da tarde, mas dependerá do tipo de café: grãos com maior ou menor teor de cafeína ou se é expresso ou coado", explica Durval.
O médico diz que o recomendado é consumir cerca de 6 horas antes de se deitar, pois a cafeína pode alterar o sono - além de causar prejuízo de atenção e concentração no dia seguinte - e interferir em receptores de alguns hormônios como a melatonina e adenosina.
"A sensibilidade à cafeína também deve ser considerada. A cafeína inicia seu efeito cerca de 5 minutos depois que se ingerir o café, que aumentam até chegar a um pico entre cerca de 15 minutos e duas horas depois. A refeição que se fez antes de tomar o café e a própria velocidade de cada metabolismo pode determinar esta curva".
Limite diário de consumo de café
A tolerância à cafeína é variável em cada pessoa, conforme a idade, altura, peso e hábitos de consumo diário da bebida e restrições médicas. "É importante não contabilizar apenas a cafeína do café, mas do consumo geral, incluindo as fontes de cafeína de outros alimentos", diz o nutrólogo.
O tipo de café também faz diferença: o expresso é mais concentrado. Para um adulto saudável, com cerca de 70 kg, o limite recomendado é de 300 a 400 miligramas, como dose diária de cafeína, segundo a European Food Safe Authority. Para os mais sensíveis à cafeína, não ultrapassar a 200mg/dia.
Riscos do consumo exagerado
Apesar dos benefícios para saúde, o consumo de café deve ser moderado. A cafeína contribui com várias funções do nosso organismo, mas não é 100% inofensiva.
"É um estimulante do sistema nervoso central, que pode interferir no funcionamento do cérebro e do resto do nosso corpo, de forma positiva ou negativa, dependendo da dose ingerida", diz o médico.
A substância não está apenas na xícara de café, mas faz parte da composição de outros alimentos, como refrigerantes tipo cola; bebidas energéticas; chás verde, mate e preto; chocolate; suplementos alimentares para treinar e até remédios, além da própria cafeína como um suplemento em pó.
"Por isso, o excesso de cafeína pode desencadear irritação, ansiedade, nervosismo, agitação e arritmias. A qualidade do sono pode ser afetada, com crises de insônia, prejudiciais à qualidade de vida e regulação do metabolismo", conclui.
O profissional diz que, em casos mais graves e raros pode se chegar a uma overdose de cafeína com aceleração cardíaca, tonturas, descontrole muscular e dificuldade para respirar.