Xô, mau humor! Como melhorar o bem-estar com a alimentação
Descontar emoções negativas na alimentação pode trazer problemas à saúde. Veja como melhorar a sensação de bem-estar.
As pessoas se alimentam pelas mais diversas razões, o que não se limita às necessidades biológicas. É comum, por exemplo, descontar o mau humor em doces ou em alimentos gordurosos. No entanto, essa compensação alimentar pode se agravar, trazendo ainda mais malefícios para o bem-estar e as emoções.
O médico nutrólogo Dr. Ronan Araujo comenta que esse hábito pode levar a um descontrole que passa a ser frequente e, em casos extremos, é ingerido mais alimento do que o próprio corpo suporta. Ele afirma que o ideal é adotar uma alimentação mais consciente e equilibrada, o que ajuda na tomada de decisões e, principalmente, na melhora do bem-estar.
O especialista cita alguns alimentos que impactam positivamente nas emoções e irão te ajudar a ter uma melhor qualidade alimentar, confira:
Carboidratos complexos
Estes carboidratos contêm mais nutrientes do que os carboidratos simples e, por terem mais fibras, sua digestão é mais lenta, explica o profissional. "Eles também ajudam a estabilizar os níveis de açúcar no sangue, o que pode ajudar no humor, já que a flutuação da glicose no sangue pode levar a alterações bruscas e te deixar irritado e com pouca energia. Alguns exemplos são semente de abóbora, maçã, grão-de-bico, morango e aveia", afirma o Dr. Ronan.
Proteína magra
A proteína é necessária para o corpo ter níveis de energia saudáveis. Ela demora mais do que o carboidrato para ser digerida, o que mantém o nível de açúcar do sangue equilibrado e fornece energia por mais tempo. "A proteína também afeta os hormônios que controlam a saciedade. Então, quando você se alimenta o suficiente, não ficará irritado por sentir fome", comenta o médico.
Uma boa aposta desses alimentos é o ovo, fonte de tiamina e a niacina (do complexo B), substâncias responsáveis por aumentar o bom humor. Além disso, salmão, lentilha, frango e carnes magras (com menos gorduras e colesterol) também são ótimas opções.
Gordura saudável
O ômega 3 faz parte das membranas das células, principalmente do cérebro. Por isso, alimentar-se de salmão e sardinha, que são proteínas, pode ajudar a melhorar o humor. Mas, além do ômega 3, as gorduras não saturadas presentes em abacates, azeitonas e castanhas podem ajudar com inflamações e na diminuição da pressão arterial, o que é importante para a saúde do cérebro, aponta o Dr. Ronan.
Comer gordura saudável também ajuda a manter a imunidade alta. O nutrólogo destaca outras opções alimentares como tofu e chocolate amargo, mas não acaba por aí.
Castanhas-do-pará, nozes e amêndoas: são fontes de selênio, um antioxidante, que colabora na redução dos sintomas da depressão;
Iogurte: é uma fonte de cálcio, que ajuda a diminuir a irritabilidade;
Maçã e laranja: as duas frutas são ricas em ácido fólico, sendo importante para controle da depressão. Além disso, a laranja é fonte de vitamina C, responsável por melhorar o funcionamento do sistema nervoso, diminuindo a fadiga e o estresse;
Melancia, limão, mamão e mexerica: possuem o precursor da serotonina, o triptofano, que regula o humor;
Banana e abacate: ambos têm carboidrato, magnésio, potássio e vitamina B6, que produzem energia e diminuem a ansiedade. "A banana é uma excelente fonte de triptofano, um aminoácido essencial, cuja principal função é anteceder o neurotransmissor serotonina. A serotonina desempenha papel importante no sistema nervoso, responsável pela regulação do sono, controle da temperatura corporal, apetite, humor, atividade motora e funções cognitivas", explica o médico.
Estilo de vida e bem-estar
Além do acompanhamento profissional multidisciplinar (com médico endocrinologista, nutrólogo, nutricionista, psiquiatra e psicólogo), uma forma de garantir o bem-estar é aplicar mudanças no estilo de vida.
"É importante praticar exercício físico, ter um bom convívio social, implementar a qualidade de vida, regular o sono, trabalhar a autoestima e o autoconhecimento para, sobretudo, compreender que existem outras formas de contentamento além da alimentação." finaliza o Dr. Ronan Araujo.