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Ama ou odeia coentro? A explicação pode estar na sua genética

De acordo com pesquisas, o gosto e odor de sabão sentidos por algumas pessoas pode ser uma alteração nos genes

7 ago 2023 - 09h32
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Foto: Gala Didebashvili / iStock

O coentro é um ingrediente polêmico, que tem dividido opiniões há décadas. Seu sabor peculiar desperta amor ou ódio em quem o consome, sem meio-termo. Mas agora a ciência está mostrando que essa preferência, ou aversão, pode ter uma explicação genética.

Um estudo publicado na revista científica Flavour Journal revelou que a aversão ao coentro pode estar ligada diretamente à genética. O pesquisador Nicholas Eriksson, professor de genética da Universidade de Chicago, liderou uma pesquisa com dois grupos de pessoas: um que relatou sentir um gosto e odor de sabão ao consumir o alimento, e outro que declarou gostar de adicioná-lo em suas refeições.

Para realizar o estudo, a empresa de genética de consumo 23andMe, questionou seus clientes sobre suas preferências em relação ao coentro. A partir disso, os pesquisadores observaram duas variantes genéticas ligadas ao "gostar" desse alimento.

Uma das variantes mostrou uma sensibilidade aos aldeídos químicos presentes no coentro nos receptores olfativos do grupo que tinha dificuldades em consumi-lo. Essas pessoas possuíam uma variante mais forte do gene OR6A2, que codifica um receptor extremamente sensível aos aldeídos. Surpreendentemente, os pesquisadores também descobriram que esses genes não são herdados.

Outra pesquisa realizada na Universidade de Toronto, no Canadá, e publicada na revista científica Chemical Senses, encontrou variantes genéticas ligadas à preferência pelo coentro em diferentes genes receptores olfativos e de sabor amargo em mais de 500 pessoas de ascendência europeia. Essas predisposições genéticas influenciam as percepções do sabor da erva aromática, incluindo a detecção de sabores amargos.

As variações genéticas tornam os seres humanos diferentes até no gosto por diferentes sabores. Isso significa que algumas pessoas têm mais facilidade em consumir alimentos doces, enquanto outras preferem comidas amargas.

Porém, essas preferências não são imutáveis. Com o treinamento adequado, é possível melhorar a percepção gustativa, mesmo para aqueles que possuem predisposição genética a não gostar de certos alimentos, como o coentro.

Assim como o consumo excessivo de doces pode ser controlado com conscientização alimentar, o mesmo vale para o coentro. Se você faz parte do grupo que sente aversão a essa erva, não desista dela de imediato. Com paciência e treinamento, você pode desenvolver um gosto mais apurado e começar a apreciar seus benefícios.

Lembre-se de que a diversidade genética é o que torna cada pessoa única, e nossas preferências alimentares são apenas uma pequena parte de um todo. Experimente novos sabores, esteja aberto a novas experiências gastronômicas e, quem sabe, você pode até descobrir uma nova paixão pelo coentro.

Redação Degusta
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