Conheça o hambúrguer de laboratório que custa 300 mil dólares
Seu preço vem caindo durante os anos e ela pode chegar ao mercado brasileiro ainda em 2024
Cada vez mais, grandes empresas e fabricantes de carnes vêm apostando na produção de carne de laboratório, uma opção completamente vegana e que teria o sabor muito parecido com a proteína animal que já estamos acostumados.
Porém, o preço parecia ser um grande obstáculo, o primeiro hambúrguer produzido em laboratório pelo farmacologista Mark Post custou US$ 300 mil (R$ 1,5 milhão, na cotação atual) em 2011. Após muitos anos e muita pesquisa, em 2019, o custo do hambúrguer caiu para US$ 8,80 (R$ 48), e esse valor tende a diminuir cada vez mais, principalmente com a regulação do produto.
Como a carne de laboratório é produzida?
Mark Post, explicou que a carne realmente é bovina, porém, é desenvolvida in vitro. O biólogo contou que o produto, na verdade, é feito a partir de células musculares retiradas do tecido de uma vaca e que ela está em evolução desde o seu protótipo.
“Estamos melhorando o teor da proteína, dando à carne sua cor. Estamos trabalhando nas culturas de tecido adiposo (gordura), a partir das mesmas células-tronco, mas seguem um caminho diferente para a especialização. Gordura acrescenta sabor e textura à carne”, explicou Mark Post ao EPTV
O professor também explicou que uma unidade do hamburger é formada por, aproximadamente, 10 bilhões de células. Depois que elas crescem o suficiente, são montadas em grupos de 1,5 milhão de células para formar pequenos tecidos musculares, que são muito parecidos com as fibras musculares de um bife.
No Brasil
Em entrevista para o Vegan Bussiness, Raquel Casseli, diretora de engajamento corporativo do The Good Food Institute (GFI), afirmou que o Brasil deve começar a produzir e comercializar carne cultivada em laboratório já em 2024, já que temos algumas pesquisas e projetos encaminhados nesse setor, tanto sobre proteínas alternativas, quanto para alimentos plant-based.
E não é apenas a carne vermelha que está sendo produzida em laboratório. Aline Bruna da Silva, docente do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, desenvolveu o primeiro protótipo de carne de frango cultivada. Ela utilizou um nanomaterial feito de celulose comestível.
Em 2017, Marcelo Szpilman, biólogo marinho e fundador do Aquário Marinho do Rio, criou um protótipo de massa proteica para empanados, o objetivo é atingir a estrutura de um filé de peixe.
Então, nos próximos anos, podemos esperar o desenvolvimento de vários tipos diferentes de proteínas feitas em laboratório.
Impacto ambiental
Segundo estudos feitos pela Universidade de Oxford e pela Universidade de Amsterdã, a produção de carne de laboratório possui uma emissão de gases do efeito estufa 96% menor do que as emissões causadas pela indústria de carne animal.
Além disso, a indústria da carne cultivada precisa de 45% menos gasto de energia e, aproximadamente, 90% menos de consumo de água.
Apesar de ainda não estar perto da sua fase final, o produto também promete poupar muitas vidas animais e reduzir a crueldade animal.