Descubra: como é feito o chiclete?
A criação, apesar de parecer complexa e moderna, tem raízes antigas e é feita com poucos ingredientes
Apesar de ter virado um ícone da cultura jovem no século XX, o chiclete já possuía equivalentes primitivos, que ajudavam a satisfazer o instinto de mastigar. Foi descoberto na Finlândia que no período Neolítico uma goma feita de alcatrão de casca de bétula era utilizada tanto como antisséptico bucal, quanto para tratar infecções de gengiva.
Os maias e astecas também consumiam algo parecido, usavam o chicle, uma goma de árvore, para fazer uma substância colante que ajudava a refrescar o hálito. Os gregos antigos tinham uma goma feita de resina de aroeira, que também possuía propriedades antissépticas.
O primeiro chiclete com sabor, no entanto, só surgiu em 1860, feito por um farmacêutico do estado de Kentucky nos Estados Unidos chamado John Colgan.
Já o chiclete como conhecemos hoje foi desenvolvido por Thomas Adams, também no ano de 1860. Ele tentou usar a goma para fazer pneus, mas quando isso não funcionou ele a transformou na goma de mascar que é produzida até hoje. Foi assim que surgiu a American Chicle Company, uma das primeiras empresas a produzir e vender os chicletes como conhecemos. Seu produto dominou o mercado e é vendido até hoje: o Chiclets.
Quais são os ingredientes utilizados?
A receita na verdade é bem simples. A goma-base é o ingrediente principal, como se fosse a “borracha” que dá consistência ao doce, ela é feita de derivados do petróleo, como resina e parafinas. Outros ingredientes são: açúcar, adoçante, xarope de glicose, corantes e aromatizantes.
O açúcar usado para fazer a goma de mascar é diferente dos tipos que encontramos no mercado normalmente. Ele passa por um processo para deixá-lo muito fino, parecendo um talco. Já que, muito provavelmente, ninguém ia querer um chiclete cheio de pedrinhas de açúcar.
O xarope de glicose é usado para adoçar e deixar a goma mais macia e pegajosa.
Como é feito o chiclete?
Então, vamos ao começo do processo: a goma-base é derretida a 90 °C e todos os ingredientes são jogados junto com ela no misturador. O misturador é uma panela enorme, que fica mexendo essa mistura por cerca de 25 minutos.
O próximo passo consiste em dar forma para essa massa que se formou. Há processos diferentes para tipos de chicletes diferentes. Quando a goma é mais encorpada acontece a extrusão, processo que força a goma a passar por um buraco até que ela saia uniforme. Já quando é em forma de pastilha, viram lâminas que são colocadas uma por cima da outra.
Caso o chiclete seja daqueles que possuem recheio líquido, é na fase de extrusão que ele é adicionado. Enquanto a goma é empurrada pelo buraco, o líquido vai sendo colocado no centro. Assim, ela sai já no formato e recheada.
O chiclete sai ainda quente de todo esse processo, por isso, o próximo passo é resfriar essa massa. Então, a goma descansa em bandejas por algumas horas e depois é levada para resfriar, onde fica em uma sala refrigerada por até um dia inteiro. A temperatura deste ambiente pode variar de 15 °C a 5°C, quanto mais baixa a temperatura, menos tempo o chiclete precisa ficar ali.
Depois disso, a goma está pronta para ser cortada sem perder a forma. Esse processo pode ser feito por uma espécie de grade que corta a folha de goma em retângulos ou uma lâmina que corta em formato de tira. Alguns clichetes recebem antes do corte uma camada fina de açúcar de confeiteiro por cima para que fique um pouco menos grudento e mais fácil de cortar.
Aquelas casquinhas que alguns chicletes possuem por fora são feitas nessa última etapa. Depois de cortadas as pastilhas ficam por seis horas em uma grande panela com pás girando, enquanto xarope de açúcar e amido são despejados aos poucos, que depois de secos formam essa casquinha quebradiça.
Depois disso, é só embalar e comercializar.