Dicas do que não fazer neste Dia dos Namorados
Analisamos histórias de encontros reais e desastrosos para identificar a raiz do problema e te ajudar a não repetir os mesmos erros
Diz o ditado que homem se conquista pela barriga, verdade nua e crua, mas é preciso complementar: a técnica de sedução, das mais antigas que existem, aliás, também funciona, obviamente, com as mulheres. Não à toa, uma das datas de maior movimento nos restaurantes, perdendo apenas para o Dia das Mães, é o Dia dos Namorados. E as "iscas" vão além: presentes comestíveis, um vinho escolhido a dedo para brindar a noite ou um menu inteiro feito em casa, da entrada à sobremesa, para fisgar de vez o crush. Pois bem, a teoria é perfeita, mas a prática pode dar muito errado se você não prestar atenção em alguns detalhes, como a simples escolha do cardápio.
Para te ajudar a organizar o flerte gastronômico, o Paladar analisou histórias de dates reais e desastrosos para identificar a raiz do problema. Assim, quem sabe, além de não repetir os mesmos erros, você ainda garante umas boas risadas com a leitura.
Parece óbvio, mas na ânsia de surpreender o namorado ou pretendente, muita gente se esquece de fazer o básico: levar em conta as preferências e as restrições alimentares da pessoa amada. Ora, de nada adianta preparar um trabalhoso bouef bourguignon, que leva horas para ficar pronto, se quem deveria comê-lo é vegetariano. Nada de espaguete à carbonara se rolar uma alergia a ovo. O crush não gosta de ervilha? Cebola? Coentro? Shissô? Bem, agora você já sabe o que (não) fazer.
"Uma vez um namorado, que agora é ex, claro, me mandou uma cesta de pães artesanais no meu aniversário e na seleção incluiu um pão de queijo, ignorando completamente o fato de eu ser vegana. Cheguei a perguntar a ele se o pedido estava certo. E o pior: estava. Tanta coisa para me dar, sei lá, uma pastinha para passar no outro pão, e ele escolheu algo que eu não posso comer. Um gênio", relembra Paula Marinho com certa (ou muita) mágoa no coração.
O mesmo vale para a escolha do restaurante. "Uma vez, meu ex-namorado sugeriu que fossemos num restaurante de comida tex-mex, desses de rede, e eu disse que não gostava desse tipo de comida - primeiro porque não é mexicana de verdade, segundo porque é ruim mesmo. Meses depois, no Dia dos Namorados, ele me convida para jantar e diz que o restaurante da vez é surpresa. E ainda garante que eu vou 'adorar'. Fiquei toda animada. Onde ele me levou? Em outra unidade da bendita rede que eu falei que detestava. O cara não consegue nem prestar atenção no que eu falo", esbraveja Camila Gil - e não é por menos.
Ah, outra coisa muitíssimo importante é, assim que escolher o restaurante, fazer reserva. Já dissemos, no Dia dos Namorados, os restaurantes lotam - e quem está sentado à mesa, desfrutando de um momento delicioso com a pessoa amada, não está nem um pouco interessado em comer rápido para desocupar o lugar. Horas de fila de espera, com fome, podem arruinar um encontro, não há bom humor que sobreviva.
"Procure por restaurantes com pacotes fechados e sem giros na noite, assim ninguém vai te pressionar a sair para dar lugar a outra reserva. Também sugiro que escolha um lugar com menu fixo, criado especialmente para a data. Com a cozinha preparada, o risco dos pratos demorarem muito para sair é menor", ensina a chef Bruna Martins, Biroska e Café Florestal BH.
Outra dica é conferir o ticket médio da casa antes para ter certeza que o valor da conta caberá no seu bolso - ou você pode terminar a noite do Dia dos Namorados numa simplória barraquinha de crepe na rua, como fez o chef Raphael Vieira, do 31 Restaurante. "Estava viajando com a minha namorada e, ao sair para jantar, me dei conta de que tudo na cidade era muito caro. A falta de planejamento nos levou a comer na rua, mas o crepe era gostoso", ri.
Casa de ferreiro, espeto de pau
A chef Renata Vanzetto, que já presenciou diversos pedidos de casamento nos salões de seus restaurantes - com direito a anel de noivado escondido na comida, como ela conta num vídeo postado recentemente em seu Instagram (@renatavanzetto) -, também tem uma boa história com comida de rua - mas, nesse caso, o cupido deu uma ajudinha ao casal. "Pedi, eu mesma, o Cassiano em casamento num Réveillon, comendo hot dog", conta. Logo ela, que pensa em cada detalhe do menu de Dia dos Namorados de todos os seus restaurantes. "É uma data muito importante para nós e começo a pensar nos cardápios bem antes. Gosto de escolher receitas afrodisíacas, pratos instigantes, inclusive para preparar aqui em casa. A comida é muito importante nesses momentos."
Bem, se até Renata Vanzetto, que comanda a cozinha de seis restaurantes - fora as filiais - pensa no cardápio pega-crush com antecedência, convém você, mero mortal, fazer o mesmo, focando em receitas fáceis - de fazer e de comer - e, de preferência, não muito pesadas. Ninguém vai querer terminar a noite de barriga para cima no sofá, esperando a boa vontade do organismo para fazer a digestão, não é mesmo?
Se você não tem experiência alguma na cozinha, e pena até na hora de fritar um ovo, não vai ser numa data especial que você vai se meter a cozinhar - seja prudente, volte três casas e encomende o jantar. Se você já tem certa destreza culinária, invista em receitas que já deram certo nas suas mãos, não é hora de inventar moda. O trivial bem executado é mil vezes melhor do que um prato feito para impressionar, mas que ficou meia boca. Se a receita for trabalhosa demais ou exigir longas horas de cozimento, comece o preparo antes e deixe para finalizar na hora que o pretendente chegar.
Ah, deixar a panela no fogo e sair da cozinha para curtir o crush na sala (ou no quarto) é cilada gastronômica na certa, viu?! Ouvimos dizer que até chef de cozinha famoso esqueceu a vaca atolada cozinhando e terminou a noite com uma panela queimada. "Que cheiro é esse, fulano?", "Meu Deus, a costela!" Ao menos o date desastroso rendeu uma história (com personagens mantidos em segredo) para contar. Você não vai dar uma dessas, né?!
Manual anticilada gastronômica
