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Faz mal tomar muito café? Qual a quantidade ideal por dia?

Especialista explica que a bebida deve ser consumida com moderação; entenda os riscos do excesso

18 dez 2023 - 17h48
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Entenda os benefícios do café e os problemas que o exagero pode causar
Entenda os benefícios do café e os problemas que o exagero pode causar
Foto: iStock

Você é do time que não dispensa umas boas doses de café ao longo do dia? Será que faz mal consumir a bebida em excesso?

Alessandra Negrini impressionou ao mostrar aos seguidores no domingo, 18, que toma uma jarra inteira em um só dia. De acordo com pesquisas do Departamento de Nutrição da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, quando bebido moderadamente, o café possui efeitos poderosos para o bem-estar.

Ele é rico em nutrientes, seja na forma líquida ou em outras composições, colabora com processos importantes do corpo, como o fortalecimento da saúde do coração, desenvolvimento das funções cerebrais, além de aumentar o poder de remédios anestésicos no organismo. Porém, como a maioria das bebidas, quando em excesso pode causar danos à saúde.

Durval Ribas Filho, médico nutrólogo, endocrinologista e Presidente da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia) explica, em entrevista ao Degusta, que além da cafeína, o café é rico em antioxidantes - substâncias químicas que ajudam a proteger nossas células - minerais, vitaminas e flavonoides, importantes na circulação sanguínea. 

"Os ácidos clorogênicos, por exemplo, são responsáveis por importante parte da atividade antioxidante da bebida, com potencial ação antibacteriana, antiviral e anti-hipertensiva", diz. 

Segundo o profissional, o consumo de café ainda auxilia o cérebro na liberação de estimulantes naturais, como a adrenalina (hormônio relacionado com a disposição e euforia) e a dopamina, conhecida como o “hormônio da felicidade”, que está associada com a motivação.

"Porém, a composição de cada tipo de café dependerá muito da maneira como a planta foi cultivada e todas as alterações durante o processo de fabricação e até mesmo o modo que a bebida é preparada e servida". 

"Há muitos estudos sobre os benefícios do café e evidências científicas sobre os diversos efeitos fisiológicos. Entre eles, talvez o mais conhecido, é o ganho de energia extra, um aumento da disposição, que ocorre graças à cafeína, um alcaloide estimulante para o sistema nervoso central e, por isso, é capaz de combater aquela sensação de fadiga, após um dia muito exaustivo de estudos ou trabalho", completa o médico.

Mesmo com uma ampla lista de benefícios para saúde,  Durval explica que o consumo de café deve ser moderado, pois o excesso de cafeína também pode ser prejudicial e desencadear irritação, ansiedade, nervosismo, agitação e arritmias.  "A qualidade do sono pode ser afetada, com crises de insônia, o que é extremamente prejudicial para qualidade de vida, pois o sono é fundamental para a regulação do metabolismo, como um todo". 

"Embora o cafezinho já faça parte do dia a dia dos brasileiros, é importante lembrar que a cafeína não é 100% inofensiva, pois é um estimulante do sistema nervoso central, que pode interferir no funcionamento do cérebro e do resto do nosso corpo", complementa.

Cafeína está presente em outros alimentos e bebidas 

A cafeína não está presente apenas na xícara de café, mas faz parte da composição de outros alimentos, como refrigerantes tipo cola; bebidas energéticas; chás verde, mate e preto; chocolate; suplementos alimentares para treinar e até remédios, além da própria cafeína como um suplemento em pó. 

"Em casos mais graves e raros pode se chegar a uma overdose de cafeína com aceleração cardíaca, tonturas, descontrole muscular e dificuldade para respirar", diz o nutrólogo.

Faz mal ingerir muito café?

O médico alerta que a cafeína é um composto que pode ser classificado como droga, se considerarmos seu poder estimulante do sistema nervoso e, portanto, favorecer um estado de alerta, com um aumento da concentração, atenção e até euforia, com um consumo em excesso. "Mas estes efeitos no organismo não são iguais para todas as pessoas. Fatores como idade, peso e a própria capacidade do fígado de digerir a cafeína interferem na sua ação". 

"É importante salientar que ao mesmo tempo que uma xícara de café pode colocar o indivíduo neste estado de alerta, por algumas horas, ultrapassar a dose recomendada (acima de 400 miligramas de cafeína) pode até causar uma intoxicação", alerta.

Segundo o médico, a necessidade exagerada do consumo pode sinalizar certo “vício”, mas no caso do café, muitas vezes o que se tem é uma dependência mais psicológica do que biológica. "Por se fazer a associação que, ao se consumir, a bebida pode proporcionar maior disposição e energia, em momento de stress, por exemplo. A rápida absorção da cafeína traz esta sensação de bem-estar e mais energia. Quando não se consume a sensação passa a ser de abstinência".

O café com cafeína pode prejudicar o sono e o ideal é consumi-lo até o meio da tarde, no entanto, depende muito do tipo de café: grãos com maior teor de cafeína ou menor ou se é expresso ou coado.

Para aquelas pessoas que dormem entre 6 e 8 horas, em média, o consumo exagerado de café, durante a noite, pode causar uma privação do sono e um prejuízo da atenção e concentração no dia seguinte. 

"O café possui substâncias que atrapalham na absorção de nutrientes, como taninos e a própria cafeína. Se consumido logo após o almoço, pode dificultar a absorção de ferro presente nas carnes, vegetais e nos feijões. A combinação com o leite também pode interferir na quantidade de cálcio absorvida pelo organismo.  O recomendado é tomar café duas horas antes ou após as principais refeições", diz o profissional.

A bebida deve ser evitada por gestantes, mulheres que estão amamentando, pessoas com distúrbio de sono, indivíduos que sofrem com crises de ansiedade e pânico, menores de 12 anos e pessoas com refluxo. "Além desses, quem tem problemas no coração e portadores de glaucoma também devem evitar a bebida ou consumi-la com acompanhamento médico", completa.

A tolerância à cafeína é variável em cada pessoa, de acordo com a idade, altura, peso e hábitos de consumo diário da bebida.

Segundo a European Food Safe Authority, a dose diária de cafeína, considerando cada indivíduo é de:

•    Adulto saudável com cerca de 70 kg: de 300 a 400 miligramas de cafeína (o equivalente a 4 xícaras de café coado)

•    Crianças (a partir de 2 anos) e adolescentes: 100 miligramas de cafeína (cerca de 1 xícara coado)

•    Gestantes e lactantes: 200 miligramas de cafeína (cerca de 2 xícaras coado)

•    Sensíveis à cafeína: de 100 a 200 miligramas de cafeína

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Redação Degusta
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