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'Fidelizar clientes no mercado do vinho é pensar em décadas', diz diretor da Vinícola Campestre

João Zanotto fala sobre os desafios de estar à frente da Vinícola Campestre e da marca Pérgola, líder de vendas no mercado

13 set 2024 - 08h56
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João Zanotto, diretor da Vinícola Campestre, está à frente de um dos maiores sucessos do mercado vinícola brasileiro: a Pérgola. Líder de vendas por 10 anos consecutivos, o rótulo se consolidou como o vinho mais vendido no País, com cerca de 40 milhões de garrafas comercializadas em 2023. "Ser líder não é fácil, mas se manter líder é ainda mais difícil", diz.

A história da Vinícola Campestre e da marca Pérgola é marcada pela tradição familiar e pela inovação. Fundada em 1968, a empresa cresceu sob a liderança de Zanotto, que incorporou tecnologias de ponta sem perder a essência de como o vinho era produzido nos primeiros anos.

Ele acredita que, além da tecnologia, a chave do sucesso está em uma boa matéria-prima e no cuidado com os pequenos detalhes que fazem a diferença na qualidade final do produto. "Se o produto final não tem qualidade, não sai da fábrica. O consumidor não quer errar ou se arrepender quando faz sua compra", afirma o empresário.

João Zanotto, diretor da Vinícola Campestre, está à frente de um dos maiores sucessos do mercado vinícola brasileiro: a Pérgola
João Zanotto, diretor da Vinícola Campestre, está à frente de um dos maiores sucessos do mercado vinícola brasileiro: a Pérgola
Foto: Paulo Santos/Divulgação / Estadão

Com uma forte presença em todos os estados do Brasil e iniciativas inovadoras como a garantia de venda e degustações nos pontos de venda, a marca Pérgola é um símbolo de democratização do consumo de vinhos no país. Segundo Zanotto, o segredo para se manter no topo é pensar no longo prazo: "Quando se trata de vinhos, estamos falando de décadas. Não se pode ter pressa".

Abaixo, confira a entrevista completa com o sr. João Zanotto, da Vinícola Campestre.

Quais os principais desafios que existem hoje no mercado de vinhos?

O maior desafio no mercado do vinho é fidelizar clientes, porque eles costumam mudar de marca toda hora e experimentar outros tipos. A fidelização demora anos, senão décadas, então o desafio é cada vez melhorar a qualidade e manter um padrão nos produtos para manter a clientela. Esse é o maior objetivo: fidelizar as pessoas.

O que faz a diferença no seu setor? Como se destacar e qual dica daria para quem está começando agora?

É difícil. Quando se trata de vinhos, estamos falando em décadas. Acho que oferecer um produto de qualidade, diferenciado e não ter pressa. Se você quer futuro no vinho, não pode ter pressa, você tem que pensar em 30, 40, quem sabe 50 anos. Não em dois anos. Também é interessante pensar em qual uva se vai produzir e no melhor terroir para obter um vinho de qualidade.

Como você vê a chegada da inovação no setor? Há receptividade? O que Pérgola tem de mais moderno?

Tudo o que há de mais moderno no mundo, a Campestre tem. Mas, além de termos tudo isso, buscamos não perder a essência de como era feito nos primeiros anos da vinícola. Ao mesmo tempo que precisa de modernidade e tecnologias, também é importante se atentar a uma boa fruta. Há alguns anos existem tecnologias como a do frio, que concentra os aromas no vinho, máquinas novas que retiram os grãos da uva sem arrebentar o cacho, que traz pro vinho taninos mais fortes… São muitos detalhes que no fundo podem mudar a qualidade.

João Zanotto, diretor da Vinícola Campestre
João Zanotto, diretor da Vinícola Campestre
Foto: Paulo Santos/Divulgação / Estadão

Em comparação com outros mercados, como o Brasil está posicionado? O que falta para ganharmos força?

Quanto mais educação e poder de compra tem em um país, mais consumo de vinho há. Então isso é uma consequência. Quando o poder econômico melhora, também melhora-se o consumo. Hoje acreditamos que na realidade o que aumentou o consumo foi a entrada da mulher no mercado de trabalho. Vemos muitos casais tomando vinho, mas quando os homens estão sozinhos, os vemos tomando cerveja ou whisky. A mulher influenciou muito nisso.

Como vê o Pérgola daqui 5, 10, 15 anos? Como acha que ele vai se transformar para se adequar às novas gerações?

O que a gente vê é que é muito difícil uma marca ser líder por 10 anos no mercado. É sempre um desafio, se manter lá em cima é um desafio grande. O que queremos hoje é melhorar ainda mais a qualidade e a tecnologia, além da ramificação comercial para cada vez atingirmos mais pessoas. Por meio de trabalhos de degustação, enoturismo e amostragem também queremos mostrar que é possível acessar bons produtos.

Estadão
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