Já pensou em produzir o próprio vinho? Em Portugal é possível
No campo das experiências que envolvem o vinho, é possível produzir o próprio blend na região do Alentejo, em Portugal
Especialmente durante a pandemia, o consumo de vinho e o interesse pelo tema entre os brasileiros cresceu. Um levantamento feito pela consultoria Wine Intelligence, lançado em 2023, garante que pelo menos 36% da população adulta no Brasil tem o hábito de beber vinho, mais que o dobro do que acontecia em 2010.
O aumento de consumo geral da bebida relacionada ao deus Baco, não apenas no Brasil, é claro, faz com que vinícolas e os chamados hoteis vínicos invistam em novas possibilidades. Muitos oferecem venda de lotes para que enófilos produzam as uvas da própria bebida.
Em outra frente, é cada vez mais comum restaurantes e chefs terem seus vinhos provenientes de lotes próprios lotes. O chef e restauranter Claude Troisgros tem seu próprio vinho produzido na Serra Gaúcha. Cá em Portugal, o duas estrelas Michelin José Avillez tem seus próprios rótulos, batizados de JA.
No L'AND Vineyards, os hóspedes do hotel vínico e visitantes podem produzir lotes do próprio vinho, mas, para quem quer apenas um momento lúdico, com aquele gostinho especial de fazer as vezes de um enólogo, foi criada a experiência Faça o Seu Vinho.
Na nossa Viagem Gastronômica pelo Alentejo, tivemos a oportunidade de participar dessa brincadeira etílica comandada pelo sommelier Gonçalo Mendes. E, dali, nasceu o nosso blend Paladar Viagem Gastronômica. A garrrafa, é claro, vai ser guardada para festejar o primeiro ano da coluna por aqui.
A atividade começa com uma introdução pelo mapa dos vinhos de Portugal e suas 14 regiões. "São cerca de 250 castas de uvas cultivadas, com as mais diferentes características, proporcionadas pela diversidade da geografia do país", explica.
É justamente essa diversidade de castas, que podem dar diferentes nuances à bebida, que Portugal aposta mais em blends, em vez dos chamados monovarietais, quando apenas um tipo de uva é usada na fabricação do vinho. Aqui, atenção: nos blends, vale o uso das chamadas autóctones e outras espécies que passaram a ser cultivadas no país.
Na sequência, os participantes são convidados a provar quatro bases vínicas feitas 100% : Touriga Nacional, Touriga Franca, Alicante Bouschet e Shiraz. Depois de sentirem toda a complexidade de cada tipo, é a hora da ação.
"Cada um pode escolher quais vinhos vai misturar e, também, a proporção de cada um", explica Gonçalo, ao passo que ensina como mexer na pipeta tamanho extra grande, usadas para sorver o vinho das barricas. No caso, o exercício é das amostras nos recipientes de vidro, que dão aquele ar de laboratório de química à mesa.
A aposta para o Paladar Viagem Gastronômica foi na proporção de 75% de touriga franca com 25% com Alicante Bouschet: a ideia foi dar alguma leveza ao tinto.
Uma vez preparados, os blends são levados a uma outra sala para serem recobertos com papel alumínio, para a prova às cegas. Sorve daqui, bochecha de lá, e... temos um vencedor! Sim, o Paladar Viagem Gastronômica foi o escolhido!
Para ter a experiência completa, Gonçalo faz o convite para colocar a rolha na garrafa, vedá-la e escolher o design do rótulo para, enfim, batizar o vinho. Quem quiser, depois da experiência, pode encomendar mais garrafas.