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Mito ou verdade: salsicha demora 32 anos para sair do nosso organismo?

Degusta conversou com a nutricionista Ingrid Krichinak para descobrir se essa afirmação que viralizou no TikTok é real ou não

21 set 2023 - 05h00
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Foto: celsopupo / iStock

Um vídeo viralizou no TikTok afirmando que a salsicha leva impressionantes 32 anos para ser completamente eliminada do nosso corpo. Essa afirmação causou uma onda de preocupação e questionamento sobre os alimentos processados e, especificamente, os embutidos, como salsichas, linguiças e salames. No entanto, é importante analisar essa declaração utilizando a ciência como referência. 

@lisandrazanuto_ ❌ Os piores alimentos que nunca deveriam ser ingeridos!!! Estreiou o PodLis #07 com a convidada @Aline Quissak ♬ som original - Lisandra Zanuto | Psicóloga

A nutricionista Ingrid Krichinak, especialista em nutrição esportiva, esclarece que essa afirmação não tem base científica. Ela afirma categoricamente que nunca encontrou nenhum estudo que comprove essa alegação e a considera uma "fake news." Portanto, não há evidências confiáveis que respaldem a ideia de que a salsicha permanece no nosso organismo por décadas.

Então, se essa informação não é verdadeira, por que devemos nos preocupar com o consumo de embutidos? “Esses embutidos possuem nitritos e nitratos, mas principalmente nitritos, que são considerados cancerígenos se consumidos em excesso”, explica. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que os nitritos são potencialmente cancerígenos quando consumidos em grandes quantidades.

É importante destacar que isso não significa que consumir um pedaço ocasional de salsicha ou linguiça resultará automaticamente em câncer. Em vez disso, trata-se de um risco a longo prazo, associado ao consumo constante e excessivo desses alimentos processados.

A OMS recomenda, portanto, que se limite ao máximo o consumo de embutidos, incluindo mortadela, linguiça, salame e salsicha, devido ao conteúdo de nitritos que podem aumentar o risco de doenças crônicas, incluindo o câncer. Essa recomendação é baseada em estudos científicos que estabelecem uma correlação entre o consumo de nitritos e problemas de saúde a longo prazo, incluindo câncer de estômago e colorretal.

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É essencial lembrar também que, antes de um produto alimentício chegar ao mercado, ele passa por rigorosas regulamentações e é avaliado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), com base em estudos científicos que estabelecem limites seguros para substâncias potencialmente tóxicas. 

“Sempre quando um produto é aprovado para ir para o mercado, ele passa pela ANVISA, que tem toda uma regulamentação, baseada em estudos, que limitam a quantidade de substâncias que são consideradas tóxicas ao organismo. Então, é muito impossível ter no mercado um alimento que realmente faz super mal para a saúde”, explica Ingrid.

Portanto, a ideia de que a salsicha leva décadas para ser excretada do corpo é infundada, mas a preocupação com o consumo de nitritos em embutidos é bem fundamentada.

Por isso, podemos afirmar que a alegação de que a salsicha demora 32 anos para sair do organismo humano é um mito sem embasamento científico. No entanto, é prudente limitar o consumo de embutidos devido aos riscos, que podem contribuir para problemas de saúde a longo prazo. A moderação e a escolha de uma dieta equilibrada são essenciais para manter uma alimentação saudável e reduzir os riscos à saúde. 

Redação Degusta
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