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O vinagre balsâmico na sua mesa provavelmente não é verdadeiro; saiba por que

O aceto balsâmico genuíno exige um processo meticuloso e pode levar até 25 anos para ficar pronto

9 nov 2023 - 05h00
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Vinagre balsâmico de Modena
Vinagre balsâmico de Modena
Foto: tenzinsherab / iStock

De pequenas lanchonetes a restaurantes premiados, o vinagre balsâmico se tornou uma presença notável na culinária global. Contudo, há uma discrepância entre o que muitos conhecem como vinagre balsâmico e a verdadeira joia gastronômica de Modena, na Itália. Em um artigo recente da BBC, descobrimos por que seu vinagre balsâmico pode não ser genuíno, mergulhando nas complexidades da produção artesanal que resulta no aceto balsâmico tradizionale.

O aceto balsâmico tradizionale, ou vinagre balsâmico tradicional, exige um processo meticuloso que se estende por 12 anos, ou até 25 anos para a versão extra Vecchio. Limitada pela produção artesanal, essa variedade é conhecida por sua qualidade excepcional e, consequentemente, por seu preço elevado.

No entanto, à medida que a demanda global por esse elixir gastronômico aumentou desde a década de 1980, uma inundação de imitações e produtos mais acessíveis entrou no mercado, resultando até mesmo em operações policiais para combater a produção de vinagre balsâmico falsificado.

De onde vem o vinagre balsâmico tradicional e como ele é feito?

A produção do vinagre balsâmico tradicional ocorre nas províncias de Modena e Reggio Emilia, na região de Emilia-Romagna, utilizando uvas cultivadas no solo caracteristicamente calcário dessas áreas. O processo envolve o envelhecimento do mosto cotto (suco de uva cozido) em barris de madeira aromáticos chamados de batteria.

Lara Vecchi, da Acetaia Bompana, compartilhou com a BBC que esse lento processo, realizado em um ambiente chamado acetaia, é crucial para alcançar o equilíbrio perfeito entre sabores doces e picantes, resultando em um líquido escuro e espesso.

Barril de vinagre balsâmico, Modena, Itália
Barril de vinagre balsâmico, Modena, Itália
Foto: Thurtell / iStock

A história do vinagre balsâmico

A história do vinagre balsâmico remonta a 1860, quando Francesco Agazzotti detalhou o processo em uma carta, estabelecendo a base para os métodos modernos de produção com a Denominação de Origem Protegida (DOP), símbolo da autenticidade da gastronomia italiana.

O vinagre balsâmico tradicional é um produto tão exclusivo que é servido em pequenas quantidades, com uma garrafa de 100 ml podendo custar a partir de 125 euros (na cotação atual, R$ 651,61).

Falsificações

O mercado está repleto de confusões devido a estratégias de rotulagem enganosas e ao uso indevido de termos específicos. Vinagres que não são rotulados como "tradizionale" geralmente são misturas de vinagre de vinho e mosto de uva cozido, envelhecidos por apenas alguns meses em barris de madeira ou aço.

No entanto, para os verdadeiros apreciadores, a diferença entre o vinagre balsâmico autêntico e suas imitações é palpável. Francesco Renzi destacou na matéria que, em Modena, a tradição é preservada, acreditando que os barris nunca devem ser esvaziados completamente. Cada recarga mantém uma memória histórica, com alguns barris preservando balsâmico desde 1850.

Como garantir a origem do vinagre balsâmico? 

A autenticidade do vinagre balsâmico tradicional é garantida por um processo rigoroso, e cada garrafa é lacrada e numerada como uma garantia de sua origem. Em meio à proliferação de imitações, é fundamental compreender as nuances e saborear a verdadeira essência do "ouro negro" de Modena.

A preservação dessa tradição artesanal, apesar dos desafios, é essencial para manter viva a autenticidade do vinagre balsâmico tradicional, um tesouro culinário que merece ser apreciado em sua forma mais pura e genuína.

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Redação Degusta
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