Influenciadores e transmissões de videogame estão mudando o consumo alimentar de crianças
Pesquisadores da Universidade de Liverpool chegaram à conclusão de que os anúncios de comida e bebida online tendem a fazer com que os mais novos prefiram os ultraprocessados; entenda
Uma nova pesquisa, apresentada no Congresso Europeu de Obesidade, mostra que propagandas de comida e bebida exibidas durante transmissões online de jogos de videogame e vídeos realizados por influenciadores digitais estão mudando o modo de consumo de crianças e jovens. Veja mais detalhes segundo o que foi divulgado pela Agência Einstein.
O estudo sobre o modo de consumo
Apesar de os estudos serem observacionais - ou seja, não se pode estabelecer uma relação direta de causa e efeito - os pesquisadores da Universidade de Liverpool notaram que os mais novos têm, cada vez mais, preferido esses alimentos mais calóricos, quando aparecem em anúncios.
Primeiramente, para chegar à essa conclusão, os cientistas analisaram 52 horas de vídeos de influenciadores. Com isso, constataram que 70,7% do conteúdo aborda alimentos ricos em gordura, açúcar e sal. Ressaltaram também que muitas vezes, não há um aviso explícito afirmando que aquilo trata-se de uma publicidade.
Ademais, para obterem um desfecho ainda mais certeiro, fizeram um questionário com 490 jovens com 16 anos em média. Nele, repararam que havia uma relação entre a lembrança dos anúncios e posturas favoráveis em relação a este tipo de alimento.
Confiança nos influenciadores
Para a nutricionista do Espaço Einstein Esporte e Reabilitação, Giuliana Mondenezi, "os resultados são relevantes, pois esse é um público muito vulnerável a esse tipo de propaganda. Crianças que veem esses anúncios têm uma certa confiança nos influenciadores, o que vai promover que vejam isso de forma positiva, ficando mais sujeitas a consumir esses produtos".
"É preciso proteger essas crianças e jovens pensando em aspectos como políticas públicas, trabalho de educação nutricional em escolas e vigilância dos pais e responsáveis, que devem ter maior controle e segurança do que os filhos assistem", finaliza a especialista.