Por que se come bacalhau na Páscoa? Conheça a origem dessa e de outras tradições na data
Entenda o simbolismo por trás dos alimentos e como eles entraram nos costumes
Faltam apenas dois dias para o início da Páscoa, e se você foi ao mercado pelo menos uma vez ao longo deste mês de março, percebeu a movimentação em torno da data, seja através dos ovos de chocolate, por meio das colombas pascais marcando presença nas prateleiras e a crescente movimentação na peixaria em busca do clássico bacalhau.
Esses são itens tradicionais para celebração religiosa, mas já parou para pensar de onde vem esses costumes? A verdade é que práticas alimentares e a Páscoa sempre estiveram interligadas. Na bíblia, o primeiro registro que se tem da festividade aparece no livro de Êxodo, que narra a libertação do povo hebreu da escravidão egípcia. Os versos contam que as famílias comiam carne de cordeiro ou de cabrito assada em fogo com ervas amargas e pão sem fermento.
Tempos depois, com o advento da tradição cristã, outros elementos entraram em cena. Um deles nasceu da vertente católica, que o de substituir a carne vermelha por peixes, em especial o bacalhau. De acordo com a BBC News Brasil, os motivos para essa restrição temporária ainda não possuem explicação concreta, mas sabe-se que o fato do bacalhau ter se tornado o foco das atenções para tantas famílias brasileiras se devem aos colonizadores portugueses, que trouxeram a iguaria para o Rio de Janeiro por volta de 1808. Pouco tempo depois, o peixe passou a ser frequente nos empórios de secos e molhados.
Já os ovos fazem parte da cultura de diversos povos antigos. Para celebrar o fim do inverno, era comum presentear uns aos outros com o alimento que simboliza fertilidade, renascimento e renovo. Os ovos eram coloridos e, em determinadas regiões, ganhavam ornamentos sofisticados.
Como, então, o ovo chegou na conhecida versão feita com chocolate? Os item tornou-se mais um fruto do sincretismo a partir dos séculos XVIII e XIX, desenvolvido para ser um presente de luxo, e só nas décadas de 1960 e 1970, com o barateamento dos custos de produção, passou a ser vendido em supermercados e se popularizou em boa parte do mundo, conforme aponta o jornal Nexo.