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Rabanadas: conheça a história, curiosidades e receitas fora da caixa

Qual a origem da rabanada? Na nossa Viagem Gastronômica, tem um pouco de história, curiosidades e receitas tradicionais e criativas, como a rabanada de matcha e de caramelo salgado

23 dez 2023 - 08h03
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A fatia dourada do XXL segue a tradição.
A fatia dourada do XXL segue a tradição.
Foto: Divulgação Grupo Olivier / Estadão

Reza a lenda que a origem das rabanadas, cuja presença nas mesas se intensificam no período das festas de final de ano,  remetem ao Império Romano. O primeiro registro do preparo, no entanto, foi feito nos manuscritos de Marcus Gavius Apicius, em sua icônica obra Apicius Culinaris.

A verdade é que, ao longo da história, o doce que é um dos maiores símbolos do reaproveitamento máximo na cozinha, segue firme e forte, com algumas mudanças de sotaques e receitas, que variam de país para país.

Na base, sempre haverá o pão amanhecido, o elemento líquido e doce para molhar as fatias (geralmente, leite e ovos) e o processo de fritura, que permite a formação de uma casquinha dourada inigualável.

Na França, Pain Perdu, ou, "pão perdido". Na Espanha, Torrija. Nos Estados Unidos, French Toast... Mas, nesse texto, peço licença para fazermos nossa Viagem Gastronômica saboreando as rabanadas de Portugal, que deram origem às nossas, brasileiríssimas. Acredita que, por aqui, tem até confraria da rabanada? Pois é!

Aliás, cá em terras lusitanas, o doce que é a cara das festas de final de ano são conhecidas pelo nome popularizado no Brasil, rabanada, mas , também pode ser encontrado como fatias douradas, o que faz muito sentido devido à linda cor que o doce ganha depois do processo de fritura. Menos usual, mas um tanto curioso, é o nome Fatia de Parida, também usado, eventualmente, no nordeste do Brasil, e que ganha esse nome porque era dado a mulheres que tinham acabado de dar à luz, para que,  supostamente, produzissem mais leite.

Crenças à parte, a verdade é que o "doce sustentável"  tem gostinho - e, cheirinho, é claro -,  de tradição. No XXL, o restaurante de raízes portuguesas do chef Olivier da Costa, a carta traz as fatias douradas apresentadas com  sorvete de baunilha e com aquela boa dose de referências afetivas.

"Foi uma maneira de trazer um dos meus doces favoritos ao menu de final de ano, com um toque oriental, que cumpre a proposta do restaurante", explica o chef Bruno Antunes, à frente do Bica-San,  do hotel The Independente.

Rabanada com matchá Chef Bruno Antunes Bica-San

Ingredientes 10 fatias de pão de leite cortado grosso 1l de leite 3 gemas de ovo Raspas de limão Raspas de laranja Canela a gosto Noz moscada a gosto

Para o creme de matchá: 1 litro de leite 20g de matcha Casca de dois limões 175g de açúcar 2 gemas 50g de farinha 50g de maisena 200g de nata

Preparo

Misture o leite, o açúcar, as gemas, as raspas e as especiarias; ensope as fatias de leite nessas mistura por dois minutos; frite em uma frigideira com manteiga  até dourar; polvilhe com açúcar e canela; No restaurante, o chef finaliza o processo na grelha, para dar um toque defumado nas rabanadas. Para o creme: ferva 900ml leite com o matchá e as raspas de limão, em uma tigela, bata as gemas e o açúcar ; use o restante do leite para com a farinha e a maisena até dissolver; adicione essa mistura ao leite com ovo e bata vigorosamente; leve ao fogo em uma panela e mexa até engrossar, cuidando para não cozinhar o ovo; bata a nata e misture ao creme; coloque sobre as rabanadas e sirva.

Caramelo salgado

O chef Hugo Guerra, do Lobo Mau, tem uma das rabanadas mais concorridas de Lisboa. O diferencial do preparo está no caramelo salgado, que quebra o dulçor original da receita e deixa com aquele gostinho de quero mais. A receita também dialoga com o Pain Perdu, já que o chef utiliza generosas fatias de brioche como base da sua receita e serve o prato com frutas vermelhas.

Rabanada com TempoChef Hugo Guerra Lobo Mau

Ingredientes

10 fatias de pão de forma brioche1 litro de leite 300g de açúcar 50g de canela em pó 2 gemas de ovo

Para o caramelo salgado: 1l de água ½ kg de açúcar300g de natas100g de manteiga 5g de flor de sal

Preparo:Corte o pão em fatias (grossura de 2 dedos) - o ideal será deixar o pão secar de um dia para o outro; separadamente, misture num recipiente o leite, o açúcar, a canela e as duas gemas de ovo; reserve. Para o caramelo salgado: junte um litro de água e ½ kg de açúcar; deixe ferver e quando o açúcar adquirir uma tonalidade âmbar (dourado), retire do fogo;  junte a manteiga e mexa bem; junte a nata e misture; pro fim, junte 5g de flor de sal; na sequência, demolhe o pão no primeiro preparado até as fatias de pão ficarem moles e reserve; numa frigideira, com um pouco de manteiga, doure dos dois lados do pão. Para servir, colocar a fatia de pão dourada num prato e cubra com o caramelo salgado. Se deixar, pode decorar o preparo com frutas vermelhas.

E você? Tem uma receita especial de rabanadas? Compartilhe com a gente! Nesse link, a chef Tania Cerqueira, da Anhembi-Morumbi, também traz cinco versões diferentonas para você experimentar.

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Para sugestões de pauta, o e-mail é contato@viagemgastronomica.com.

Estadão
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