Começar o dia com um cafézinho é sempre uma boa pedida. Mas por que não deixar o seu café ou cappuccino mais bonito? Flores, corações, bichinhos, rostos e até palhaços são alguns dos desenhos que podem ser feitos sobre a bebida. São duas as técnicas utilizadas para esse tipo de arte: o free pour, ou pouring, quando o barista cria formas a partir da maneira com que derrama o leite sobre a xícara; e o sketching, ou grafismo, que usa calda e palitos para os desenhos. E foi justamente esse o tema de um workshop ministrado pelos baristas Gabs Howacker, Philipe Glazer, da The Family Coffe Shop, Wagner Oliveira e Bruno da Silva Santos, da Feito a Grão, durante a sétima edição da feira Espaço Café Brasil.
A técnica free pour exige habilidade e muito treino. Nela, o que vai determinar o desenho é a forma de virar a leiteira, derrubando mais ou menos leite e creme sobre cada ponto da xícara. Segundo os especialistas, o maior segredo está no ponto ideal do leite. “É a crema do leite que forma o desenho, mas para fazer a latte art é preciso que ele esteja mais líquido do que o ponto normal do cappuccino. Ele deve estar liso, sem bolhas”, explicou Wagner. Para conseguir a forma desejada sobre o café, os baristas primeiro derramam a parte liquida do leite no fundo da xícara e, depois, com pequenas pausas, vão arrumando a inclinação da leiteira para colocar a espuma.
“A tulipa é um desenho clássico desse tipo de latte art. Quando a xícara chega na mesa, a pessoa sempre diz ‘nossa, que lindo!’”, afirmou Wagner. Normalmente os baristas conseguem formar entre duas e três pétalas, mas depende muito do diâmetro da xícara. “Dá para fazer a latte art em qualquer tipo de recipiente, depende apenas de habilidade e treino. Um diâmetro maior lhe dá mais possibilidades e oferece mais espaço para criatividade, mas se for muito grande é mais difícil conseguir manter as proporções certas entre o café e o leite”, disse Philipe.
Para fazer desenhos sobre a xícara é preciso incliná-la fazendo um ângulo maior com a leiteira. “O leite preferido para a latte art é o fresco tipo A. Ele deve estar frio e ser aquecido imediatamente antes de você começar a fazer o desenho. Dessa forma será mais fácil atingir o ponto certo”, explica Wagner. Como o leite não pode ficar quente demais, Philipe deu uma dica para quem gosta de um café pelando: “antes de servir o café, esquente a xícara em água bem quente. Assim, ela vai conseguir manter a temperatura por mais tempo sem que precise esquentar demais o leite e o café”.
Outros desenhos tradicionais do free pour são a roseta e o coração. “Quanto mais fino for o bico da leiteira, maior será a precisão do desenho”, informou Wagner. Já a técnica de sketching oferece mais possibilidades. Com a ajuda de caldas, chocolate, canela em pó e palitos, que funcionam como uma espécie de caneta, é possível soltar a criatividade desenhando sobre o leite vaporizado. “Você também pode misturar as duas técnicas fazendo formas ao derramar o leite e depois desenhar sobre eles com o palito”, disse Wagner.
Quem já possui certa habilidade para desenhar começa com uma vantagem, mas o segredo da latte art, segundo os especialistas, é prática. “Treinando bastante, em dois anos, já dá para fazer coisas bem legais. Em três, pode estar aqui, falando no meu lugar”, brincou Philipe.
A sétima edição do Espaço café Brasil, a maior feira do setor da América Latina, reuniu cerca de 80 marcas no Expo Center Norte, em São Paulo. No evento, que vai até sábado (6), as empresas apresentam as novidades e o melhor de suas produções. Confira alguns rótulos de cafés especiais encontrados na feira
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
Nova no mercado, a Terroá Cafés Especiais produz na Chapada Diamantina, na Bahia. O café utilizado pela marca vem das plantações mais altas do Brasil, situadas entre 1.200 e 1.600 metros acima do mar. São três variações bem aromatizadas com diferentes tipos de torrefação: o Sol Amarelo, mais delicado e suave, Vento Norte, médio, e Terra Vermelha, um café mais encorpado e forte. Preço médio: R$ 20, por 250g
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
O café Jaccu Bird, da Camocim organic, já causou muita polêmica. O café super premium, considerado o mais raro do Brasil, é selecionado no pé pela ave Jacu, passáro que se alimenta de grande quantidade de café. Uma vez que comeu os frutos, o Jacu elimina os grãos, que são colhidos manualmente pela equipe da fazenda, sendo secos, limpos e, após um período de descanso, torrados para consumo. A fazenda Camocim trabalha com agricultura orgânica e está localizada na região das montanhas do Espírito Santo. Preço médio de R$ 129, por 250g
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
Além do rótulo próprio com certificação da Brazil Specialty Coffe Association, a Braúna ainda produz rótulos em parcerias. A fazenda está localizada na região da matas de Minas Gerais e possui plantas da variedade arábica. Preço médio: R$ 15, por 250 g
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
A marca Braúna também fechou parceria para a produção do primeiro licor de café especial do Brasil. A cachaçaria Vale Verde é responsável pelo 1727, nome dado em homenagem ao ano de início da indústria cafeeira no país. Preço médio: R$ 70 a garrafa de 700 ml
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
Tradicional marca, a Baggio apresenta uma variedade grande de café. O Baggio Bourbon é uma versão gourmet 100% Arábica. Este café especial é torrado artesanalmente, criando diferentes notas gustativas. Preço médio: R$ 50 por kg
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
Já o Baggio Gourmet Cerrado Gran Reserva é produzido no cerrado mineiro e possui cor achocolatada, textura consistente e aroma frutado. Preço médio: R$ 50 por kg
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
A Baggio também possui uma linha de cafés aromatizados nas versões chocolate com menta, amaretto, limão, chocolate trufado, caramelo e açaí. Preço médio: R$ 10 por 150 g
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
O café Fazenda Mantissa é um estate coffe, ou seja, com grãos produzidos em uma única fazenda no Sul de Minas. A fazenda fica em altitudes acima de 1.260 metros e faz um café gourmet de origem controlada. Preço médio: R$ 6,79 por 250 g
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
A Ateliê Café produz diversos blends de cafés produzidos na Fazenda Daterra do Grupo DPaschoal, na região do cerrado mineiro e da Mogiana. Entre os rótulos, está o Bourbon Collection, que possui aroma floral, acidez cítrica e corpo achocolatado. Preço médio: R$ 27,50 por 500 g
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
A Ateliê Café trabalha com torra sob encomenda, o processo acontece apenas às terças e quintas. O café Bruzzi, com notas de chocolate, custa R$ 24,10 (500 g); o São João, produzido apenas com grãos mocca, é o mais barato da marca, custando R$ 17 (500 g); o Bourbon Yellow, ganhador do melhor café para moka pela revista Espresso, custa R$ 26 (500 g); o Orgânico custa R$ 34 (500g); e o Sweet Collection, com sabor delicado de baunilha, custa R$ 27,50 (500 g)
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
O café Madame Dor Ouro do Cerrado é feito de Bourbon amarelo. Ele é uma edição especial, 100% arábica, da marca Madame Dorvilliers. Preço médio: R$ 20,30 por 250 g
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
O Madame Dorvilliers foi premiado pela ABIC como o melhor café do Brasil
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
A Madame Dorvilliers ainda possui os rótulos Café Gourmet e Specialty Café
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A marca internacional La Marzocco comercializa diferentes tipos de cafés orgânicos produzidos em Minas Gerais. Entre eles está o Bourbon vermelho, produzido em Santa Terezinha. Preço médio: R$ 180 por kg
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O Florais do Sertão, do Café do Moço, é um orgânico selvagem produzido no sertão de Pernambuco. Preço médio: R$ 80 por kg
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O Café Gourmet Santa Monica é um premium, 100% arábica. A empresa comanda todo o processo, desde a plantação em fazendas do sul de Minas Gerais, passando pela trorrefação, até chegar ao cliente final e também oferece treinamento e cursos para baristas. Preço médio: R$ 32 por kg
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
Vencedor do prêmio Cup of Excellence de 2011, o Café Orfeu é produzido em fazenda em Sertãozinho, sul de Minas Gerais. Ele é um café gourmet 100% arábica de origem controlada. Preço médio: R$ 60 por kg
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
Segundo colocado no prêmio Cup of Excellence 2011, o Lucca Fazenda Senhor do Bonfim é uma edição limitada. O grão é produzido na Bahia é cultivado a 1.260 metros de altitude. A empresa ainda comercializa diversos rótulos de café especiais, como os também premiados Fazenda Grota São Pedro e Fazenda Bateia. Preço médio: R$ 35 por 250 g
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
Os cafés da Fazenda Baú podem ser rastreados para garantia de procedência. Os pacotes dos cafés especiais possuem um código que pode ser consultado pela internet, revelando a descrição completa do produto, da fabricação à distribuição.
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O Grenat, produzido na Fazenda Baú, no cerrado mineiro, é um café 100% arábica. A marca possui microlotes que formam edições limitadas. Preço médio: R$ 26 por 250 g
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
A Fazenda Baú também possui uma marca própria de café 100% arábica. Preço médio: R$ 20 por 250g
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O café gourmet Dona Mathilde é produzido na Fazenda Recreio, em São Sebastião da Grama, na divisa de São Paulo e Minas Gerais, que pertence à mesma família desde os anos 1890. O produto já ganhou diversos prêmios como o Cup of Excellence, o Concurso Estadual de Qualidade Café de São Paulo, e o Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café. Preço médio: R$ 38 por kg
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Marca conhecida de cafés especiais, a Suplicy faz a torra artesanalmente. Os grãos vêm de diferentes regiões e recebem torrefação clara, média e escura. Além disso, a empresa possui versão orgânica e descafeinada e ainda comercializa microlotes especiais. Preço médio: de R$ 17 a R$ 25 por 250g
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
Com uma tradição familiar de mais de 100 anos na produção de cafés finos, a Spress decidiu disponibilizar a produção, antes destinada somente à exportação, para o consumo no Brasil. A empresa tem fazenda própria e possui diversos rótulos, como o café tradicional Bourbon Amerelo, o orgânico e descafeinado. Preço médio: R$ 17 por 250 g
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
O Vale do Caxixe trabalha com microlotes de cafés especiais. A produção de cada tipo é de cerca de 10 sacas. O produto é sempre moído na hora para venda. Preço médio: R$ 10, por 250 g