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Veja onde estão os melhores bartenders do mundo, segundo CNN
Onde beber os melhores drinques do mundo? Londres, Nova York, Paris? O site da emissora CNN foi atrás dos melhores profissionais da área e descobriu que eles estão concentrados na Ásia e Oceania. A jornalista Melinda Joe conversou com alguns dos vencedeores do Diageo Reserve World Class, competição realizada recentemente no Rio de Janeiro, e desvendou alguns dos segredos que eles têm para tornar seus drinques inesquecíveis.
A expansão asiática
O taiwanês Kae Yin tremeu um pouco ao apresentar seu coquetel inusitado que, entre os ingredientes, trazia chá verde em pó e farinha de arroz. “O pó de arroz representa a nossa terra, que é a fonte de todas as coisas que crescem a partir do chão e dão sustento ao povo de Taiwan", explicou. Um pouco de licor de violeta foi colocado em um copo de bambu, contendo uma infusão de gim, chá de camomila chinesa e mel. O coquetel tinha um gosto levemente amargo e de terra, com suaves notas de ervas. Não à toa, Yin foi nomeado o bartender asiático do ano.
A cultura dos coquetéis está em crescimento na Ásia e profissionais como Yin estão conduzindo essa tendência com técnicas inovadoras e um estilo único. “Temos influência do Japão, mas também da Europa e da América”, disse. Dos 16 concorrentes que foram para a semifinal, seis eram asiáticos e três foram premiados em quatro categorias. No bar Marsalis, Yin começou como cozinheiro, mas logo tratou de misturar ingredientes incomuns como a flor de lírio, vodca, rum e licor de ameixa e ganhar destaque.
Influência japonesa
Os bartenders japoneses exerceram um impacto profundo no desenvolvimento da profissão na Ásia. Reconhecidos por suas técnicas precisas e atenção aos detalhes, nomes como Hisashi Kishi do Star Bar e Hidetsugu Ueno do Bar High Five vêm atraindo a atenção da mídia internacional e ajudando a elevar o padrão em países como China e Coréia.
Shigeki Yoshida, que representou o Japão no concurso, disse que embora a ênfase sempre seja voltada à exatidão da execução, alguns bartenders japoneses estão começando a mostrar personalidade mais individual. "Na cultura japonesa, coisas como a postura ereta são consideradas boas, mas as pessoas de outros países podem ver isso como um pouco artificial ou robótico", explicou.
Yoshida supervisiona o bar Bellovisto. Para a competição, ele criou o drinque “Fantasia”, inspirado no Brasil. A bebida traz uma mistura de suco de laranja, tequila, abacaxi flambado, cardamomo e coentro.
Austrália
Embora existam grandes diferenças entre os bares da Austrália e os de outras partes do mundo, o bartender australiano Tim Philips, que foi o grande vencedor do concurso, nota que o número de bebedores exigentes vem crescendo. “As pessoas estão encarando seriamente os bartenders como uma profissão. A cultura pop também influenciou nisso”, disse.
Sidney está rapidamente se tornando um dos lugares mais interessantes para se tomar um bom drinque na Austrália. O Hemmesphere, bar onde Philips construiu seu nome, é conhecido por oferecer uma lista extensa de bebidas e decoração em pelúcia.
Atualmente, Tim, que tem 28 anos, está se preparando para abrir seu próprio empreendimento. O Bulletin Place terá um menu que muda diariamente, trazendo cinco coquetéis diferentes, baseados em ingredientes frescos e sazonais. “Vamos levar nosso processo de seleção às mãos dos clientes, e eles terão que acreditar que o que estamos servindo é bom”, disse.
O coquetel apresentado por ele na competição foi o Reincarnation Flip, que mistura rum, uísque e geleia de figo, incluindo também ovo de codorna cru. Para o evento, ele criou o "jogo de beber ao acaso", onde as pessoas giravam uma roda para determinar os ingredientes. "Beber deve ser algo divertido", finalizou.
