O chef Alex Atala, eleito o quarto melhor do mundo em 2012, e mais nove chefs se reuniram para montar uma cesta de Natal diferente e com produtos regionais do Brasil. Com 35 produtos no total, a cesta inclui itens como guaraná Jesus, cajuína e manteiga de garrafa e está à venda do Mercadinho Dalva e Dito, loja ao lado do restaurante de mesmo nome de Atala em São Paulo, por R$ 600.
Alex Atala inclui mini-arroz, linha de granolas e baguetes com frutas e castanhas, que já são vendidas no Mercadinho. Os outros chefs, que estiveram à frente da cozinha este ano no evento “Dalva e Dito convida”, também indicaram suas opções. Patrícia Maranhão sugeriu o Guaraná Jesus. Já Ilma Veras, natural do Piauí, trouxe a cajuína, que é um refrigerante de caju comum no nordeste.
Edinho Engel incluiu o baiano azeite de dendê, e a manteiga de garrafa foi sugestão de Rodrigo Oliveira. Ainda, a carne de lata foi lembrada por Juarez Campos. Tiveram também espaço na cesta a cachaça de jambu (escolha de Thiago e Felipe Castanho), a geleia de mangaba (opção de Wanderson Medeiros) e a linguiça (inclusão de Janete Borges).
Cesta natalina do Dalva e Dito
Preço: R$ 600
Mercadinho Dalva e Dito
Endereço: rua Padre João Manuel, 1115, Cerqueira César, São Paulo
Telefone: 3068-4444
Horário de funcionamento: de segunda a sábado das 11h às 21h, e aos domingos, das 10h às 17h
Com um tema um tanto quanto curioso e uma atitude impensável por se tratar de um dos maiores chefs do mundo, o brasileiro Alex Atala encerrou o ciclo de palestras na Semana Mesa SP, na noite desta quinta-feira, no Senac Santo Amaro, discursando a respeito da importância de consumirmos 100% da carcaça do boi como forma de evoluirmos econômica, social e ambientalmente. Apesar de admitir que seria criticado por isso, Atala ofereceu ao público refeições feitas com carne de segunda, mostrando que é possível utilizar outras partes do boi para alimentação além das mais tradicionais e mais caras
Foto: Léo Pinheiro / Terra
"O cozinheiro tem um papel fundamental em aproveitar a carcaça. Tem que servir bem. O mercado consumindo gera valor, criando uma mola de beneficio econômico, social e ambiental. Me desculpem os que vieram pegar receita, mas isso não adianta nada. Precisa praticar, entender. O que se busca aqui são novas maneiras de entender", afirmou o quarto melhor chef do mundo
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Atala disse ainda que não tinha medo das críticas que viriam após a atitude tomada na nona edição da Semana Mesa SP. "Toda vez que você sai na frente você é criticado, mas não tenho medo porque o futuro do mundo está numa nova relação do homem com a comida. Se fosse fácil estava feito. O que torna uma boa ideia em uma verdade é ação humana. O que estamos fazendo é uma verdade. Perfeição é impossível, mas a aproximação dela é o meu dever", completou o brasileiro
Foto: Léo Pinheiro / Terra
"Quando eu aprendi a cozinhar, existia uma crença sobre carne de primeira e carne de segunda. Fui tentar entender e fui vendo o rebanho brasileiro melhorar e vi que existe boi de primeira e boi de segunda, assim como cozinheiro de primeira e cozinheiro de segunda", afirmou, mostrando que até mesmo a qualidade da água que o rebanho beba reflete na maciez da carne
Foto: Léo Pinheiro / Terra
O chef brasileiro falou da dificuldade de alimentar 7 bilhões de habitantes e disse que o homem precisa começar a solucionar os problemas sócio-ambientais
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Atala serviu um prato preparado por sua equipe com: patinho cru, apenas marinado com azeite; tendão de Aquiles do boi, cozido com água, sal e cebola; coxão duro, cozido por 14h a 60 graus, marcado numa grelha de carvão; tutano, cortado em 5cm; e acém