Carne de cavalo e fezes: veja o que pode estar no seu hambúrguer
Ao saborear um hambúrguer em um restaurante, lanchonete ou em casa, é difícil pensar que essa delícia possa oferecer algum risco à saúde. No entanto, muitas vezes ele contém muitas outras coisas além de carne moída. Confira a lista organizada pelo site Popsci e veja o que pode estar escondido em seu hambúrguer.
Germes
O hambúrguer, assim como diversos outros alimentos, abriga bactérias e germes. Quando a carne é moída, a parte externa e interna se misturam, espalhando germes além da superfície. Geralmente não há grandes problemas em comer um bife, já que ao fritá-lo você se livra de muitas bactérias que ficam na parte externa da carne, porém com o hambúrguer a história é diferente. Por isso, a recomendação é que a carne moída seja cozida até que a parte interna atinja pelo menos 72°C; menos do que isso não é seguro.
Resíduos
Os resíduos do processamento da carne bovina como gordura, nervos e sangue muitas vezes não são dispensadas pelos frigoríficos. Muitas vezes esse material é transformado em outro produto, que mais tarde é usado para fazer hambúrgueres. Para isso, segundo o site Popsci, os resíduos passam por um processo de liquefação e passam por uma centrífuga que separa o que sobrou de sólidos. O líquido resultante é tratado com gás de amônia e depois congelada na forma de pequenos cubos. Este material é enviado para supermercados e produtores para serem adicionados à carne moída. A carne então é vendida como hambúrguer.
Coliformes fecais
Anualmente a entidade responsável pela administração de alimentos e remédios nos Estados Unidos, a FDA, recolhe amostras de carne moída em centenas de supermercados do país para avaliação. Entre 2002 e 2011, inspetores descobriram que em média dois terços das amostras possuíam E. Coli, uma bactéria que vive no intestino delgado, que ajuda a transformar os alimentos não digeridos em fezes. Segundo a ONG Peta, isso acontece pois o intestino dos animais são rasgados durante o abate, derramando fezes sobre a carne. Algumas dessas bactérias são inofensivas aos seres humanos, mas outras podem causar intoxicações alimentares graves. Em 1993 houve um surto, com mais de 400 pessoas doentes graças a um lote de hambúrgueres contaminados vendidos por uma rede de fast food.
Superbactérias
Alguns animais recebem altas doses de antibióticos fazendo com que passem a abrigar bactérias resistentes ao medicamento. Em 2011, os testes da FDA mostraram que mais de 15% das bactérias E. Coli encontradas na carne eram resistentes a pelo menos uma classe de antibióticos. A carne moída também pode conter as bactérias Salmonella, Enterococcus e Staphylococcus aureus em uma versão resistente até a múltiplas drogas. Um estudo de 2011 constatou que, de 37% de amostras de carne contendo S. aureus, um terço apresentou resistência a três ou mais antibióticos separados. Em outras palavras, cerca de 13% de carne contêm as bactérias prejudiciais contra os quais os seres humanos não têm defesas.
Drogas, produtos químicos e pesticidas
Um relatório de 2010 mostrou resíduos de produtos químicos perigosos, incluindo "medicamentos veterinários, pesticidas e metais pesados" foram encontrados em carnes nos Estados Unidos. Ao contrário das bactérias, cujos efeitos nocivos podem ser evitadas pelo bom cozimento, resíduos químicos permanecem na carne mesmo estando bem passada. Algumas dessas toxinas, incluindo certos pesticidas e metais pesados, não podem ser processados pelos rins e fígado e, portanto, ficam em torno de tecidos do corpo para a vida.
Outros animais
Quando você morde um hambúrguer pode estar mastigando mais de mil animais simultaneamente, o que significa que pode incluir bactérias de todos esses indivíduos. Esse fato torna muito mais difícil o trabalho de controle de algumas doenças de origem alimentar, pois quando há um surto é complicado determinar a origem. Adquirir carne moída na hora por um açougueiro de sua confiança é uma forma de se prevenir de que está comprando uma carne de apenas uma vaca para seu hambúrguer.