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Demência frontotemporal: condição pode afetar o comportamento e as capacidades linguísticas

Saiba os principais sintomas e como lidar com a demência frontotemporal, doença diagnosticada no ator Bruce Willis recentemente

24 fev 2023 - 16h55
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Menos de 1 ano após divulgar que Bruce Willis foi diagnosticado com afasia, recentemente, a família do ator informou que, agora, descobriu um diagnóstico mais específico: a demência frontotemporal. O protagonista do filme Duro de Matar está com a carreira em pausa desde abril do ano passado para cuidar da saúde.

Demência frontotemporal: condição pode afetar o comportamento e as capacidades linguísticas
Demência frontotemporal: condição pode afetar o comportamento e as capacidades linguísticas
Foto: Reprodução/Instagram/@doblebruce / Viva Saúde

Em entrevista à Viva Saúde Digital, a neurologista e membro titular da Academia Brasileira de Neurologia, Dra. Inara Taís de Almeida, explica que a demência frontotemporal muda significativamente o comportamento e a personalidade do paciente.

"Refere-se a um grupo de doenças que envolvem a deterioração dos lobos frontal e temporal do cérebro. À medida que essas áreas se deterioram, você perde as habilidades que essas partes controlavam", esclarece a neurologista.

Veja os principais sintomas da demência frontotemporal

Normalmente, as pessoas diagnosticadas com o distúrbio apresentam comportamentos diferentes, até agressivos. As mudanças na personalidade são perceptíveis, podendo acarretar obsessividade. Conforme a doença progride, novos sintomas podem surgir.

"Os principais sintomas são apatia, perda de empatia, comportamentos compulsivos, mudanças na dieta ou comportamentos centrados na boca e perda da função executiva", acrescenta a Dra. Inara.

Como o diagnóstico é feito?

A especialista esclarece que é possível descobrir a doença por meio do histórico do paciente, além de um exame feito pelo neurologista. Testes de imagem também podem auxiliar no processo.

"Geralmente o diagnóstico é feito por um neurologista baseado em seu histórico médico e em um exame físico e neurológico (onde um profissional de saúde procura sinais e sintomas de um problema relacionado às funções cerebrais). Alguns testes de laboratório também são possíveis, e os exames de imagem são importantes porque podem mostrar áreas do cérebro onde a deterioração está acontecendo".

A demência frontotemporal não tem cura

Conforme a médica explica, não é possível chegar à cura do distúrbio, mas existem tratamentos que ajudam a retardar a evolução: "A demência frontotemporal não tem cura e não há como tratá-la diretamente. Também é impossível retardar o progresso da doença. Os profissionais de saúde podem recomendar o tratamento de alguns dos sintomas, mas isso pode variar de caso para caso".

O papel da família no cuidado de um paciente com demência

Ainda que não haja cura para a demência frontotemporal, a médica neurologista dá algumas dicas de cuidados essenciais para as pessoas que possuem um familiar com o distúrbio. É importante se lembrar que o paciente pode não compreender a condição, por isso, a calma é fundamental.

"As pessoas com demência frontotemporal geralmente perdem a percepção do que está acontecendo, o que significa que não conseguem reconhecer seus sintomas ou condição. Como não conseguem ver o problema, muitas vezes não acreditam que precisam de cuidados ou tratamento médico. Essa falta de compreensão pode levar à frustração ou ao medo da pessoa com os sintomas e de seus entes queridos".

É um problema médico e, às vezes, incontrolável. Manter a calma e não levar as coisas para o lado pessoal são dicas que a Dra. Inara dá, já que as pessoas com demência frontotemporal geralmente não conseguem controlar seus comportamentos ou as coisas que dizem.

"Não tenha medo de pedir ajuda. Cuidar de alguém com demência frontotemporal geralmente fica mais difícil, especialmente quando a condição piora. Se você está cuidando de alguém com essa doença, não tenha medo de pedir ajuda ou recursos. Muitas vezes, existem sistemas e serviços de suporte disponíveis", finaliza a profissional.

Dra. Inara Taís de Almeida - Neurologista e Neuroimunologista de São Paulo, membro titular da Academia Brasileira de Neurologia. Graduação em Medicina pela Faculdade de Tecnologia e Ciências e residência médica na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Fellowship clínico (especialização) em Neuroimunologia no Ambulatório de Doenças Desmielinizantes na Universidade Federal de São Paulo - Unifesp. Instagram: @inara.neuro

Viva Saúde
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