Divisão injusta de tarefas domésticas prejudica a mulher no trabalho
Como mudar esta situação para uma divisão mais equânime, na sociedade como um todo e dentro das nossas próprias casas?
Muita coisa mudou na relação entre homens e mulheres mas uma coisa está mudando lentamente demais: a divisão do trabalho doméstico. Segundo uma nova pesquisa do Instituto Brasileiro de geografia e Estatística, o IBGE, a mulher brasileira ainda dedica quase dez horas por semana a mais que o homem ao trabalho doméstico. É praticamente o mesmo número de pesquisas anteriores em 2016 e 2019.
Este tempo inclui os cuidados com familiares. Não é novidade pra ninguém que quando se trata de cuidar de crianças, sobra muito mais para a mulher, especialmente criança pequena.
Existe até a possibilidade dessa diferença aumentar. Porque com o envelhecimento da população brasileira, mais e mais idosos vivem mais e mais anos. Geralmente quem acaba assumindo a maior parte do trabalho cuidando deles é a mulher.
Essa diferença na divisão dos afazeres domésticos tem um outro impacto muito nocivo. Uma outra pesquisa, também do IBGE, tenta detectar as razões porque brasileiros em idade ativa não estão no mercado de trabalho e nem à procura de emprego.
Pois somente dois por cento dos homens dizem que é por causa do trabalho doméstico. Já entre as mulheres o percentual chega a 30%. E para mulheres com filhos pequenos de até três anos a taxa sobe a 62%.
Como mudar esta situação para uma divisão mais equânime, na sociedade como um todo e dentro das nossas próprias casas? É este o assunto do meu vídeo.
(*) André Forastieri é jornalista, sócio da consultoria Compasso e fundador de Homework. Conheça melhor seu trabalho em andreforastieri.com.br.