Dr. Fabrício Bervian alerta sobre silicone industrial
Material pode causar diversas complicações e até mesmo levar o paciente à morte
O desejo do corpo perfeito leva muita gente, desavisada ou não, a tomar decisões que colocam em risco a própria vida. Isso é comum, por exemplo, quando se decide turbinar seios, glúteos e coxas por meio da aplicação de silicone industrial.
Diferentemente das próteses regulamentadas, o silicone industrial é uma substância proibida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pelo Ministério da Saúde para fins estéticos.
“Infelizmente, há clínicas clandestinas que submetem pacientes à essa substância, cujo uso no corpo humano pode levar à morte”, afirma o cirurgião plástico Fabrício Bervian.
Na prática, o silicone industrial é um material usado na construção civil e na mecânica, pois serve para lubrificar peças de automóveis e aeronaves, impermeabilizar revestimentos e vedar vidros, entre outras funções.
Contudo, como o mercado clandestino cobra preços muito mais baixos para aplicar a substância no corpo humano - em comparação com clínicas que utilizam próteses adequadas -, não é raro que pacientes optem pela opção mais arriscada.
“As pessoas são atraídas pelo preço e caem em mãos erradas, até porque o produto costuma ser aplicado por quem não tem conhecimento médico”, destaca o especialista.
Além disso, Bervian alerta que a injeção – muitas vezes feita com seringas veterinárias, o que é uma prática equivocada – é dolorosa e pode provocar diversas complicações, como deformidades no corpo, reações alérgicas, dores crônicas, infecções, trombose e embolia pulmonar, quando não a morte.
“Não é fácil remover a substância do corpo humano. Uma vez que entra no organismo, é muito difícil retirar o silicone industrial por completo. O especialista tem de ter muito cuidado, mas, mesmo que faça o melhor trabalho possível, a remoção integral da substância não é garantida”, salienta o cirurgião.
Independentemente do procedimento estético, Bervian ressalta a importância do paciente procurar um profissional qualificado e uma clínica de confiança.
“Não vale a pena se submeter a cirurgias inadequadas realizadas em clínicas clandestinas”, frisa o especialista.