'É preciso responsabilidade coletiva', diz brasileira sobre incêndios em Los Angeles
Luciana Brafman mora em Los Angeles há 22 anos. Ela conta, com exclusividade, ao Grupo Perfil Brasil como viu de perto a devastação causada pelo fogo e faz um alerta sobre as mudanças necessárias para minimizar os impactos dos incêndios que atingem os EUA
A região de Los Angeles voltou a ser atingida por incêndios florestais nesta quinta-feira (23). O clima é de mais preocupação, já que muitos moradores ainda não conseguiram voltar para suas casas desde que a região foi atingida pelo fogo no início do ano. Além dos focos de Palisades e Eaton/Pasadena, um novo foco chamado Hughes já consumiu mais de 40 km². Pelo menos 31 mil pessoas tiveram que deixar suas casas.
A produtora de audiovisual Luciana Brafman é brasileira e mora em Los Angeles há 22 anos. Ela conta, com exclusividade, ao Grupo Perfil Brasil como viu de perto os estragos causados pelo fogo.
"Nunca vi uma situação tão devastadora", afirma. Autoridades suspeitam que uma faísca tenha causado o fogo. No entanto, o risco de desenvolvimento deincêndios florestais tem sido extremamente alto no sul da Califórnia, já que as chuvas têm sido escassas. Assim, estas condições extremamente inflamáveis já eram perigosas quando os ventos sazonais de Santa Anna da região criaram rajadas de 100 mph em algumas áreas.
Como os incêndios começam?
A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos classifica incêndio como desastre natural.Porém, apenas 10 a 15% dos incêndios florestais ocorrem por conta própria na natureza. Os outros 85% a 90% resultam de causas humanas, pois ocorrem em acampamentos e falta de cuidado ao jogar, por exemplo, cigarros em locais de mata. Além, claro, dos incêndios criminosos.
O incêndio que ocorre na floresta, de forma natural pode ter como causa o tempo seco. A vegetação deixa de ser verde e se torna inflamável. Assim, basta uma faísca - na forma de um raio, incêndio criminoso, uma linha elétrica caída ou uma fogueira ou cigarro aceso - para causar o fogo.
Para Luciana, os incêndios que devastaram Los Angeles escancaram a urgência de repensarmos nossas ações diante das mudanças climáticas e da gestão ambiental.
"Embora não possamos reverter o aquecimento já causado, é possível mitigar seus impactos. Isso passa pela redução drástica de emissão de gases de efeito estufa, incentivos à fonte de energia limpa e adoção de práticas sustentáveis em setores como agricultura, transporte e indústria."
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