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Exposição à luz pode ser útil contra depressão

Até agora, esse tipo de terapia só parecia ter efeito para a depressão de inverno

8 out 2024 - 09h04
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A terapia de exposição à luz é um tratamento aprovado para a depressão sazonal
A terapia de exposição à luz é um tratamento aprovado para a depressão sazonal
Foto: iStock / Jairo Bouer

A terapia de exposição à luz é utilizada há muito tempo para o tratamento do transtorno afetivo sazonal (TAS), um tipo de depressão que pode afetar algumas pessoas quando o inverno chega e os dias ficam mais curtos, principalmente no Hemisfério Norte.

No entanto, pesquisas recentes sugerem que passar algum tempo, todos os dias, em frente a uma caixa de luz também pode aliviar outras formas de depressão. A nova revisão de estudos foi liderada pelo pesquisador Artur Menegaz de Almeida, da Universidade Federal de Mato Grosso, e publicada no periódico da Associação Médica Americana Jama Psychiatry.

Luz favorece o humor e o cérebro

Até o momento, a eficácia da terapia de exposição à luz tinha sido comprovada apenas contra a depressão sazonal.

No entanto, Artur e sua equipe afirmam que a terapia tem sido estudada como possível tratamento adjuvante para o transtorno depressivo maior, já que a exposição à luz teria impacto positivo no humor e na função cognitiva (capacidade de raciocínio, memória e aprendizado).

Depressão maior ou bipolar

Os pesquisadores analisaram dados de 11 pesquisas que envolveram um total de 858 pacientes. Essas pessoas tinham diagnósticos de formas não sazonais de depressão maior ou depressão bipolar.

Alguns pacientes utilizaram a terapia de luz em adição à medicação prescrita. A terapia foi definida como o ato de sentar-se em frente a uma caixa de luz fluorescente de 10.000 lux por pelo menos 30 minutos ao dia, por um período que variava de uma a seis semanas.

Os resultados foram comparados com os de pacientes que receberam outros tratamentos adjuvantes, como a exposição à luz vermelha fraca.

Resultados positivos

Uma redução de 50% ou mais nos sintomas depressivos foi considerada uma boa resposta ao tratamento. Segundo os pesquisadores, 60,4% dos que realizaram a terapia de luz atingiram esse objetivo, em comparação com 38,6% daqueles que receberam outros tratamentos adjuvantes.

A remissão completa da depressão também foi significativamente maior no grupo da terapia de luz em comparação com os que não receberam a terapia: 40,7% contra 23,5%, respectivamente. Esses resultados positivos ocorreram relativamente rápido: cerca de um mês.

Baixo custo é uma vantagem

As caixas de luz são muito mais baratas do que muitos medicamentos ou sessões de psicoterapia, conforme observou a equipe. 

"Mesmo que os custos de tratamento ambulatorial com antidepressivos variem amplamente, a exposição à luz externa geralmente não envolve custos ou limitações, o que reforça a necessidade de consolidar [a terapia de luz brilhante] como um tratamento adjuvante eficaz para os transtornos depressivos não sazonais."

Jairo Bouer
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