Dieta da fertilidade, de Harvard, ajuda a engravidar; veja
O consumo de determinados alimentos e certos hábitos saudáveis podem melhorar a fertilidade feminina. Esse é o tema do livro
A Dieta da Fertilidade - Um estilo de vida para aumentar suas chances de engravidar(Elsevier Editora), de Jorge E. Chavarro e Walter C. Willett, pesquisadores de Harvard Medical School.
Os autores conduziram pesquisas com mais de 18 mil enfermeiras, que preencheram formulários com registros detalhados sobre alimentação e determinados hábitos. Os resultados indicaram que as mulheres que seguiram a dieta da fertilidade reduziram de 80 a 90% suas chances de terem problemas de fertilidade relacionados à ovulação. A dieta proposta, no entanto, não traz resultados quando a infertilidade está ligada a outras causas.
Os autores detectaram alguns problemas comuns a mulheres com baixa fertilidade. Um deles é a insulina, hormônio secretado pelo pâncreas que ajuda as células a absorver o açúcar da corrente sanguínea. Quando os níveis de insulina e açúcar aumentam, isso leva a um desarranjo hormonal, que poderia causar interrupção da ovulação. Outro problema está relacionado a células ovarianas responsáveis por converter o colesterol em testosterona, que em excesso pode atrapalhar a ovulação.
Alimentos e exercícios
O estudo relatou que alguns alimentos estariam relacionados a variações de insulina e glicose no sangue e, assim, poderiam comprometer a fertilidade. Entre eles estão os carboidratos de fácil digestão - encontrados em massas não integrais, arroz branco, pães, cerveja e batata frita. Por isso, o ideal seria optar por grãos integrais.
O trabalho revelou, ainda, que o consumo de proteína vegetal é preferível aos de origem animal. Feijões, ervilhas, tofu ou soja, amendoim e outras nozes são melhores que carne vermelha, frango ou peixe, embora não seja necessário cortar esses últimos do cardápio.
Gorduras trans devem ser evitadas. Já as monoinsaturadas e poliinsaturadas, encontradas em óleos vegetais, são recomendadas frente às saturadas. O ferro proveniente das frutas, verduras e legumes é preferível ao da carne vermelha. O consumo de água é excelente; o de café, chá e bebidas alcoólicas deve ser moderado e o de refrigerantes, evitado.
Ainda é recomendado tomar um complexo vitamínico com ácido fólico e outras vitaminas do complexo B e um copo de leite integral ou um pequeno prato de sorvete. Os hormônios encontrados no leite integral seriam bons para a fertilidade.
Perda de peso
A perda de peso melhora a sensibilidade corporal à insulina, reduz os níveis de hormônios masculinos, melhora a regularidade menstrual e a ovulação. Além disso, a atividade física é boa para a fertilidade, quando não feita em excesso.
Os autores acreditam que as vantagens dessa dieta estão em sua acessibilidade e no fato de não ter um custo tão alto, principalmente quando comparada aos processos de fertilização. "O melhor de tudo é que essas dicas são tão boas para a saúde no longo prazo - sua e de seu parceiro - quanto para melhorar a fertilidade. Uma dieta planejada em torno dessas estratégias lhe fará bem durante a gravidez e até a velhice", apontam os cientistas no livro.