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Fobia x Medo: entenda a diferença

Você tem medo ou fobia de cobras? E de altura? E de ser enterrado vivo? O que muitas pessoas não sabem é que existe, sim, uma diferença entre fobia e medo. Thais Dinato Campello, orientadora psicológica do Colégio Progresso Bilíngue Santos, nos ajuda a distinguir cada uma dessas condições e entender como elas afetam o […]

29 nov 2024 - 15h25
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Você tem medo ou fobia de cobras? E de altura? E de ser enterrado vivo? O que muitas pessoas não sabem é que existe, sim, uma diferença entre fobia e medo. Thais Dinato Campello, orientadora psicológica do Colégio Progresso Bilíngue Santos, nos ajuda a distinguir cada uma dessas condições e entender como elas afetam o comportamento humano.

Foto: Pixabay / Revista Malu

O medo

De acordo com Thais, o medo é considerado uma emoção primária. "É uma reação instintiva e adaptativa frente a situações de risco e de ameaça. Em que o ser humano foi submetido ao decorrer de sua história evolutiva", explica.

Assim como as outras emoções, a especialista aponta que sentir medo é imprescindível. O medo é considerado um mecanismo de proteção do corpo, que minimiza e, por vezes, elimina as chances das situações de perigo serem potencializadas e/ou concretizadas, garantindo a sobrevivência. Esse mecanismo é conhecido como instinto de "luta ou fuga", que é descrito como o nosso corpo responde frente a uma situação amedrontadora.

A fobia

Agora, quando esses medos tomam proporções muito intensas, exageradas e por vezes irracionais, damos origem ao transtorno psiquiátrico chamado fobia. "A fobia é descrita como uma sensação angustiante, constante e incontrolável, que é sentida, na grande maioria das vezes, na ausência de um perigo real. Sem o tratamento adequado, a tendência é que, a longo prazo, a pessoa passe a evitar os estímulos aversivos, causando sérios prejuízos no cotidiano."

O comportamento

E como a fobia afeta o comportamento de uma pessoa de maneira diferente do medo? Como já mencionado, o medo é uma emoção primária necessária para que se evite e se proteja de situações perigosas. Já a fobia é um transtorno de ansiedade, ou seja, é um quadro psiquiátrico extremamente impactante e nocivo para a vida do indivíduo.

"Por se tratar de um transtorno de ansiedade, o que a pessoa sente ao se deparar ou ao menos pensar na situação em que lhe causa medo é algo desproporcional ao cenário em si. Seu corpo é invadido por sensações de taquicardia, falta de ar, tonturas, náuseas, calafrios, tremores, diarreia, sudorese, formigamentos pelo corpo, dores de cabeça, tensão muscular, e outros sintomas que, muitas vezes, incapacita de trabalhar, estudar, a praticar atividades diárias e até mesmo prejudica seu convívio social. Além disso, sintomas psicológicos são bastante frequentes nesse tipo de transtorno. Tais como medo de morrer, medo de sair do controle, desorientação, dificuldade para se concentrar, inquietação, insônia, baixa percepção da situação real, excitabilidade e medo de enlouquecer."

Thais também menciona que a cobrança do dia a dia, a robotização das reações e comportamentos dos seres humanos, assim como o imediatismo da sociedade, fazem que com que, grande parte das vezes, essas sensações corporais sejam vistas como "bobeiras". Ou até mesmo são invalidadas, pelo simples fato de não saber como acolher, ouvir e ajudar. "Com isso, os sintomas aumentam e a tendência é um maior isolamento da família e dos amigos, causando problemas de saúde mental ainda mais sérios. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), as pessoas diagnosticadas com fobias específicas aumentam em até 60% a taxa de suicídio em comparação aos indivíduos na ausência de diagnóstico", completa.

Critérios para diagnosticar uma fobia

Conforme o Critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição, para atender os critérios diagnósticos no DSM-5-TR para uma fobia específica, os pacientes devem ter (1):

  • Medo acentuado persistente (maior ou igual a seis meses) ou ansiedade sobre uma situação ou objeto específico.

Além disso, os pacientes têm todos os seguintes:

  • A situação ou o objeto quase sempre provoca medo ou ansiedade imediatos;
  • Pacientes evitam ativamente a situação ou objeto;
  • O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real (levando em conta as normas socioculturais);
  • O medo, a ansiedade e/ou esquiva causam sofrimento significativo ou prejudicam muito o funcionamento social ou ocupacional.

Vale ressaltar que, para a realização de um diagnóstico de fobia, é necessário um médico especialista em Saúde Mental.

Tratamentos

O medo, em si, pode ser objeto de estudo em um processo de psicoterapia no que rege aos impactos na vida do indivíduo. "Entretanto, raras são às vezes em que o medo é a demanda principal para a procura de psicoterapia, em detrimento de ser algo pontual, transitório e passageiro. Diferentemente da fobia, em que o paciente sofre com os prejuízos desse medo, que o limita e incapacita nos afazeres do dia a dia e em sua qualidade de vida.

Sendo assim, para esse transtorno mental, é indicado tratamento psicoterapêutico. A terapia cognitivo-comportamental e a terapia de exposição são abordagens indicadas para esse tipo de tratamento. No qual o paciente é levado a compreender quais foram os gatilhos emocionais oriundos de tais sensações. E também aplica técnicas de enfrentamento do medo e da ansiedade. E, por vezes, é indicado o tratamento medicamentoso, dependendo da intensidade dos sintomas e do quão incapacitante estão seus afazeres do cotidiano", indica.

Thais ressalta que, independentemente da conduta terapêutica, a rede de apoio é imprescindível para a melhora de qualquer transtorno mental. A validação dos sintomas, o acolhimento, o contorno psíquico e o suporte nos momentos de crise são a base para que o tratamento tenha maior eficácia.

Revista Malu Revista Malu
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