Gravidez tardia: riscos e desafios da gestação após os 40 anos
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o número de mães após essa idade cresceu cerca de 90% entre 1998 e 2018, passando de 48.402 para 91.212
Cada vez mais mulheres estão optando por uma gravidez após os 40 anos. Muitas, motivadas pela busca de estabilidade profissional, realização de projetos pessoais ou pelo desejo de se sentirem mais preparadas para a maternidade. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o número de mães após essa idade cresceu cerca de 90% entre 1998 e 2018, passando de 48.402 para 91.212.
Cuidados necessários na gravidez tardia
No entanto, essa decisão traz uma série de riscos e desafios que não devem ser ignorados. "A gravidez após os 40 anos pode ser absolutamente saudável, mas exige cuidados redobrados. É fundamental que essas mulheres estejam bem informadas e acompanhadas por profissionais especializados", afirma o Dr. Vamberto Maia Filho, ginecologista especializado em reprodução humana.
Com o avanço da idade, crescem as chances de complicações como diabetes gestacional, hipertensão, pré-eclâmpsia e restrição de crescimento fetal. Um estudo, realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, revelou que a incidência de diabetes gestacional e doença hipertensiva foi de 14,6% e 19,6%, respectivamente. "O acompanhamento médico deve ser mais frequente e detalhado para monitorar esses riscos de perto e agir preventivamente", alerta.
Além disso, a partir dos 35 anos, há uma queda significativa na reserva ovariana e na qualidade dos óvulos. Assim, as chances de uma concepção natural são menores. Por isso, muitas, que estão acima dessa faixa etária, recorrem a tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV).
Desafios e planejamento
A maturidade emocional pode ser uma vantagem. No entanto, é fundamental estar ciente das demandas físicas e dos desafios que podem surgir durante a gestação tardia. Entre eles, o aumento do cansaço, dores articulares e a necessidade de um pré-natal mais rigoroso. "O suporte psicológico é tão importante quanto o acompanhamento médico, especialmente para lidar com a ansiedade e as expectativas dessa fase", enfatiza.
A decisão de engravidar após os 40 anos é um passo importante que exige preparação e cuidados específicos. Com informação, planejamento e o suporte correto, é possível viver essa experiência de forma segura e plena. Desta forma, idealizar com antecedência, realizando exames para avaliar a saúde reprodutiva e o bem-estar geral, ajuda a reduzir riscos e proporciona mais segurança tanto para a mãe quanto para o bebê. "O planejamento adequado, aliado ao acompanhamento médico especializado desde o início, é a chave para uma gestação saudável e tranquila", conclui o ginecologista.