Hikikomori: O que se sabe sobre o isolamento extremo que chegou ao Brasil?
Estamos falando de um fenômeno que é comum no Japão, caracterizado pelo isolamento social extremo e prolongado. Muitas pessoas passam anos sem sair de casa e evitando contato social
Você já ouviu falar do Hikikomori? Trata-se de um comportamento que é comum no Japão, caracterizado pelo isolamento social extremo e prolongado. Na prática, estamos falando de pessoas solitárias, que optam por se afastar de todo o contato social. Muitas vezes, ficam anos sem sair de casa.
Um estudo realizado pelo governo japonês, há cerca de 541 mil pessoas (1,57% da população) vivendo nessa condição. No entanto, muitos especialistas acreditam que o número total pode ser muito maior, já que estas pessoas demoram a pedir ajuda quando percebem que algo não vai bem na interação com o mundo.
Hikikomori
Segundo o neurocientista Dr. Fabiano de Abreu Agrela este comportamento não deve ser tratado apenas como uma questão psiquiátrica padrão. É uma condição complexa: "Trata-se de um fenômeno que envolve diversos fatores, desde questões culturais, psicológicas, até genéticas e neurobiológicas", afirma o neurocientista.
"Acredito que o Hikikomori pode ser compreendido como uma manifestação comportamental que nem sempre está associada a uma condição psiquiátrica clara. Alguns indivíduos apresentam esse comportamento sem prejuízos significativos percebidos por eles próprios, não buscando, assim, ajuda profissional", explica o especialista.
O neurocientista estudiosos questionam se o Hikikomori deve ser considerado uma condição primária (sem outra doença psiquiátrica associada) ou secundária (como manifestação de um transtorno mental já existente). Além disso, destaca o papel potencial de fatores ambientais, sociais e genéticos no desenvolvimento dessa condição.
Por fim, Dr. Fabiano explica que o crescimento deste fenômeno traz um alerta para famílias e profissionais de saúde mental no Brasil. Ele reforça a necessidade de mais estudos que possam garantir um diagnóstico preciso e intervenções mais eficazes, respeitando as particularidades de cada indivíduo.