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Estudante envia fotos nu e caso é registrado como crime

Adolescente britânico poderá ter seu nome incluído na base de dados da polícia por 10 anos

3 set 2015 - 16h11
(atualizado em 5/9/2015 às 15h17)
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Estudantes costumam enviar fotos nus para 'fletar', segundo mãe do adolescente
Estudantes costumam enviar fotos nus para 'fletar', segundo mãe do adolescente
Foto: Andrey Popov

Um caso envolvendo um adolescente de 14 anos que enviou uma foto de si mesmo nu para uma colega de escola foi registrado pela polícia do Reino Unido como crime, por envolver a produção e distribuição de imagens indecentes, segundo informações obtidas pela BBC.

O adolescente não foi preso nem indiciado, mas poderá ter seu nome incluído na base de dados da polícia por 10 anos. Sua mãe diz se preocupar com o fato desse registro poder ser informado a futuros empregadores do jovem.

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A polícia informou que três crianças tiveram seus nomes incluídos no boletim de ocorrência, mas que não era de interesse público levar um processo adiante.

A Associação de Advogados Criminalistas afirmou que o caso deixa em evidência os perigos da criminalização desnecessária de crianças.

O adolescente, que vive no norte de Inglaterra, disse ao programa da Radio 4, da BBC, que fez a foto em seu quarto.

Ele a enviou para sua colega por meio do aplicativo Snapchat, que apaga mensagens após um período de até dez segundos.

No entanto, antes que a imagem desaparecesse, a menina a salvou em seu celular e a enviou para outros alunos da escola.

“Humilhado”

Um policial que fica baseado na escola soube do episódio, que agora está oficialmente registrado como crime.

Os dados do adolescente, da sua colega e de outro adolescente foram incluídos na base de dados da polícia, onde poderão ficar armazenados por até dez anos.

O caso poderá aparecer em uma checagem de antecedentes criminais caso o adolescente busque determinados empregos, como um trabalho que envolva lidar com crianças.

A mãe do rapaz disse ao programa que seu filho havia sido "humilhado". Ela ainda afirmou que ele foi "inocente" e estava apenas se "comportando como um adolescente".

A mãe ainda acrescentou que enviar fotos nuas é algo que muitas crianças da escola fazem para "paquerar".

O adolescente, que pediu para não ter seu nome revelado, disse estar "envergonhado e um pouco

Adolescente não foi preso nem indiciado, mas poderá ter seu nome incluído na base de dados da polícia por 10 anos
Adolescente não foi preso nem indiciado, mas poderá ter seu nome incluído na base de dados da polícia por 10 anos
Foto: iStock

intimidado" pela forma como o incidente foi tratado pela polícia e por sua escola.

Ele afirmou saber que algumas pessoas em sua escola ainda têm cópias da imagem. Questionado sobre as consequências do episódio, ele acrescentou: "Na verdade, é algo incômodo. Algo que fiz aos 14 anos pode ter efeitos muito negativos em meu futuro."

O episódio levanta o debate sobre como a polícia deve agir em situações do tipo: lidar informalmente com um episódio de experimentação sexual, ingenuidade e tolice ou de registrá-lo em sua base de dados?

O repórter de assuntos domésticos da BBC Danny Shaw explica que as consequências disso podem ser amplas e duradouras: um registro de um crime fica arquivado por um século no Reino Unido.

E os nomes dos supostamente envolvidos - apesar de não terem sido presos, indiciados ou condenados - ficam armazenados em um sistema de inteligência por ao menos 10 anos por estar relacionado a um crime sexual.

“Questões importantes”

A escola disse que não houve qualquer agressão ou intimidação durante o interrogatório e que o adolescente logo admitiu o que tinha feito.

A instituição ainda afirmou que todos os alunos são informados em aulas e palestras dos perigos de se enviar mensagens com fotos de si mesmos nus.

A mãe do adolescente disse que só recentemente a polícia começou a registrar episódios semelhantes, algo que seu filho não tinha conhecimento, segundo ela.

No entanto, a escola afirmou que os estudantes foram informados sobre essa mudança de política.

A delegada Olivia Pinkney, diretora para crianças e jovens do Conselho de Polícia britânico, esclareceu que, como a escola informou sobre o acidente, os policiais tinham obrigação de registrá-lo.

Ela disse que o adolescente poderá recorrer da decisão de registrar o caso antes que ele seja informado a futuros empregadores e afirmou acreditar que o episódio nunca "será divulgado".

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