Elas falam: como um homem pode levar as mulheres ao orgasmo
Cerca de 20% das mulheres não conseguem chegar ao orgasmo, de acordo com pesquisa feita pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e pelo hospital estadual Pérola Byington entre 2007 e 2008. Das principais causas, 90%, são psicológicas, como timidez e falta de conhecimento do próprio corpo. Levar a parceira à loucura, portanto, pode ser mais complexo do que repetir as performances de galãs de novela ou de atores pornôs. O Terra conversou com o público feminino e descobriu que preliminares e paciência são ingredientes indispensáveis.
Para derrubar o muro entre o sexo e o orgasmo, “velas, chocolates, um banho de banheira e um programa diferente” integram a primeira parte da jornada, de acordo com a pedagoga Bruna Gutierrez. “Música romântica, olhar sensual e bom humor”, acrescentou a assessora de eventos Camila Camasmie, e “um bom vinho, perfume agradável e conversa ao pé do ouvido”, completou a lista a publicitária Ana Carolina Bernachi.
Criar o ambiente é só o primeiro passo e o segundo não é tirar as roupas e seguir para a cama, alertaram as entrevistadas. Certifique-se de escolher um lugar tranquilo para evitar interrupções e mantenha o celular desligado, aconselhou a auxiliar administrativa Luria Ramos. “A mulher precisa ser excitada e estar bem envolvida antes do ato sexual”, disse Bruna G. e, de acordo com a gestora de negócios Karoline Silveira é com o olhar que "a química acontece". Depois do beijo, carinhos e uma boa conversa, são os olhos do homem que terão o poder de acender a chama do desejo na mulher, completou a estudante Bruna Oliveira.
Parte 2: preliminares
Antes de qualquer contato sexual, o homem precisa deixar a parceira com vontade de transar e mostrar que “tem pegada”, considerou a jornalista Mariana Barros. Depois de o clima esquentar a dica é “paciência”, afinal, se fez certo até aqui, não vai jogar tudo para o ar como um cavalo paraguaio. Segundo a empresária Mayara Neves, o segredo é conhecer o corpo da parceira para saber qual é a parte em que ela sente mais prazer e investir nas preliminares.
Karoline sugeriu “beijos intensos e pegadas firmes” e Mariana “sexo oral, toques, mordidas e critividade”, mas cada caso é único, uma carícia pode servir para uma mulher e ser completamente dispensável para outra. “Sexo é uma troca, o homem precisa entender que não é um ato mecânico e que cada mulher tem sua individualidade e sensibilidade. O dever dele é perceber isso”, afirmou Ana Carolina.
Um tiro no escuro? Pode ser, mas para aumentar as chances de acerto, a comunicação pode ajudar, de acordo com Mariana. “Existem situações em que a química acontece e você nem precisa falar nada porque o cara consegue te levar à loucura. Quando não acontece, falar e mostrar são o melhor caminho”, disse. No processo de descobrimento, “paciência é uma virtude”, consideraram as entrevistadas. “Se não estiver um clima bom e a mulher não estiver com tesão, o orgasmo não rola tão cedo”, acrescentou Luria.
Ejaculação precoce
Todo estímulo precisa de um tempo para que o corpo responda, disse Mariana. Quando, por fim, o ato em si começar, agir com “afobação” e terminar a transa antes que ela se satisfaça estão proibidos. As mulheres podem levar mais tempo do que o homem para chegar ao clímax, por isso, vale ter paciência para esperar o momento. O tempo é indeterminado, portanto, contar até “50” durante o sexo – como faz o personagem de Ben Stiller no filme Quero Ficar com Polly – não vai resolver. Mas as entrevistadas deixaram algumas dicas de como perceber que o orgasmo se aproxima.
“Na hora H o corpo fala”, resumiu Camila. Arranhões, gemidos, relaxamento do corpo, respiração ofegante, contrações musculares e contração vaginal, estão entre os sinais femininos. “Satisfazer a mulher deve ser prazeroso e não obrigatório”, opinou Bruna O. “Se ele espera ou consegue fazer que ela chegue ao orgasmo primeiro, certamente ganha pontos”, comentou Mariana. Porém, a relação sexual pode ser boa mesmo na ausência do clímax. “O sexo vai além do orgasmo e essa preocupação pode até atrapalhar”, contou Bruna O. Para ela, quando o casal se entrega, só o ato dá prazer e o orgasmo é uma consequência.