Laboratório detecta agente cancerígeno em 14 cervejas alemãs
Foi encontrada a substância glifosato, considerada cancerígena
Diversas marcas de cerveja alemãs foram detectadas com herbicida glifosato, informou nesta quinta-feira (25) um instituto de análise de Munique. O teste envolveu 14 marcas, entre elas as mais conhecidas da Alemanha, como Beck's, Paulaner, Warsteiner, Krombacher, Oettinger, Bitburger, Veltins, Hasseroeder, Radeberger, Augustiner, Franziskaner, Konig Pilsener e Jever.
Foi encontrado um índice entre 0,46 e 29,74 microgramas por litro nas bebidas, sendo que os casos mais críticos apresentavam uma concentração 300 vezes superior ao 0,1 micrograma permitido por lei para água potável. O laboratório de Mônaco disse que não há um limite legalizado para a substância na cerveja, mas alertou sobre os riscos do glifosato no corpo humano. Alguns organismos internacionais, como a International Agency for Research on Cancer (IARC) classificou o herbicida glifosato como "provavelmente cancerígeno" para o homem em março de 2015.
No entanto, o Instituto Federal de Avaliação de Risco (BFR) disse que os resíduos de glisofato na cerveja são "plausíveis" do ponto de vista científico, já que o uso do herbicida é autorizado contra ervas daninhas. A associação de produtores de cerveja da Alemanha também criticou a análise, dizendo que o estudo "não é confiável". "A acusação de que os produtos não controlam suas matérias-primas é absurda e completamente infundada", disseram.
Já a União dos Cultivadores Alemães (DBV) admitiu que o herbicida pode ser usado no cultivo do malte. "Na Alemanha, temos a mais rigorosa regulamentação para as plantas", disse um porta-voz da entidade, em Berlim.
A cerveja é considerada a bebida mais famosa da Alemanha e está ligada à tradição do país. Ela geralmente é fabricada com lúpulo, malte, fermento e água. Por sua vez, o herbicida glifosato é um dos mais difundidos no Brasil e no mundo, usado principalmente em lavouras de soja.