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Como funciona nossa mente, segundo o budismo?

Segundo o budismo tibetano, a mente é considerada como a base universal da experiência, criadora da felicidade e do sofrimento

9 fev 2022 - 09h00
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Em tempos de mudanças, devemos todos estar atentos a condicionamentos cristalizados em nosso cérebro/mente. Abrir uma brecha em nossa e entrar mais profundamente em contato com a consciência do momento presente, requer uma atitude decisiva e bastante difícil para todos nós: o desapego.

Segundo o budismo tibetano, a mente é considerada como a base universal da experiência, criadora da felicidade e do sofrimento. Nessa filosofia, a mente se divide em muitos aspectos, mas, especialmente em dois: a mente ordinária chamada sem, que na teosofia seria o corpo mental inferior e rigpa a consciência primordial ou corpo mental superior. Sem é dualista, discursiva, pensante, precisa de um ponto de referência externo para funcionar. Através dela pensamos, planejamos, manipulamos, expressamos as avalanches de emoções que nos absorvem e também os pensamentos negativos que acumulamos e que continuamos alimentando a partir da fragmentação e conceitualização das nossas experiências. É através dela que criamos e alimentamos nossa instabilidade, pois ela está, o tempo todo, presa às influências externas, aos nossos maus hábitos e condicionamentos.

Segundo o budismo tibetano, a mente é considerada como a base universal da experiência, criadora da felicidade e do sofrimento.
Segundo o budismo tibetano, a mente é considerada como a base universal da experiência, criadora da felicidade e do sofrimento.
Foto: istock

Os mestres dizem que sem é como a chama de uma vela em meio a uma corrente de vento, instável e vulnerável. Sua energia é consumida e lançada aos acontecimentos exteriores. É dentro desse ambiente mental que passamos pelas experiências de dor, pelas mudanças e transformações.

Já a essência mais profunda da mente é de natureza absoluta e intocável pelas mudanças e crises a que todos nós estamos sujeitos e vulneráveis. A outra qualidade da mente, rigpa,  está obscurecida pela correria do dia a dia e pelos nossos pensamentos e emoções. Mas, da mesma maneira que uma rajada de vento pode dissipar as nuvens e revelar a luz do sol, algumas práticas específicas ou algum lampejo de inspiração podem nos revelar vislumbres dessa mente superior. É claro que esses vislumbres possuem diferentes graus e profundidade, mas, por menor que seja nossa experiência, ela sempre trará, a qualquer um de nós, maior entendimento, significado e sensação de liberdade. Rigpa é a consciência primordial pura e ao mesmo tempo é inteligente, criativa, cognitiva e desperta. Ela é a própria consciência do conhecimento.

A prática diária da meditação possibilita, depois de algum tempo, o controle da mente inferior e o contato mais efetivo com a mente superior, possibilitando assim a expansão de nossas consciências, bem como um estado de equilíbrio e bem estar em nossas vidas. Qualquer técnica é bem vinda. Procure uma que se adéqüe à sua personalidade e temperamento e pratique!

Fonte: Eunice Ferrari
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