Como lidar com a colheita daquilo que semeamos tempos atrás?
Vivemos um momento extremamente delicado e importante, em que precisamos explorar nossos corações à procura de respostas e de mudanças efetivas, ao mesmo tempo que precisamos começar a aprender a semear uma nova vida, um novo futuro a partir de nossa consciência.
Quando nos deparamos com os limites da vida presente, é preciso ter claro dentro de si, que eles fazem parte de seu passado. Existem algumas pessoas que acreditam que a felicidade se baseia na ausência absoluta de problemas e dificuldades e que somente podemos ser felizes em um mundo idealizado e perfeito.
Nossa civilização ocidental nos ensina que a felicidade somente existe quando vivemos uma vida plena de coisas boas, onde as dificuldades não podem fazer parte de uma vida feliz.
Enquanto não entendermos que a dor e o sofrimento fazem parte da vida, pois ainda nos encontramos na ignorância; enquanto não aceitarmos essa realidade, não atingiremos um estado de felicidade.
E mais: enquanto não olharmos de frente para esses mesmos problemas e os encararmos com realidade, não conseguiremos nos libertar do sofrimento e da dor que eles mesmos nos acarretam.
Nossa resistência está em aceitar a impermanência das coisas.
Durante toda nossa vida, enfrentamos obstáculos que devemos ultrapassar, mas mesmo sabendo desse fato, continuamos com a triste tendência a fantasiá-la, como se fosse possível vivê-la sem experimentar a frustração. A dor, a frustração e o sofrimento fazem parte da vida, bem como o prazer, a satisfação e a alegria. Enquanto não aceitarmos essa realidade, não conseguiremos aceitar a vida.
Todos nós somos limitados e é por esse motivo que ainda precisamos da dor para expandirmos nossas consciências, nossa compaixão, nossa consciência, sairmos da ignorância. Precisamos parar de fugir e enfrentar nossos problemas com realidade.
Nossa atitude diante da dificuldade deve mudar.
Quando mudamos nossa atitude diante dos problemas e dificuldades, vamos conseguir encarar a dor e o sofrimento de outra forma. Quando conseguimos olhar para o problema de forma realista, quando controlamos nossos sentimentos através de nosso corpo mental, quando olhamos para fora de nós e percebemos que não somos os únicos a sofrer e, principalmente quando nos conscientizamos que o sofrimento faz parte da vida de todos, saímos da posição de vítimas e, milagrosamente, algo dentro de nós começa a acontecer: o sofrimento diminui.
Todos nós estamos envolvidos em uma cadeia cármica e por isso sofremos. Assim como você, todos nossos irmãos planetários, em todos os países, estão sofrendo. Seja através da guerra, da doença, da fome, do frio, das perdas, todos sofremos.
Não vamos esquecer, nem por um minuto, que somos nós quem criamos nossa realidade e, se o sofrimento faz parte de nossa vida hoje, é por um único motivo: nossa ignorância, porque em tempos passados, construímos nossa condição no presente.
O que precisamos é reconhecer e acolher esse sofrimento para compreendê-lo e assim que estiverem esclarecidos dentro de nós os motivos que nos levaram a construí-los, devemos arregaçar nossas mangas e em seguida começar a construção de uma vida mais plena e feliz. As pessoas que conhecem a dor, quando não se colocam no papel de vítimas são, em sua maioria, mais humanas e conectadas ao coração, muito mais interessantes do que as que nunca sequer passaram por qualquer frustração.
Quando conhecemos a dor, podemos aceitá-la e, mais do que isso, crescer com ela através da espiral que é a vida.
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