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Carma: qual a visão do hinduísmo sobre?

Atualmente, a definição de carma não é tão fiel ao seu significado original

23 ago 2020 - 07h42
(atualizado em 24/8/2020 às 16h28)
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A foto mostra o deus hindu Ganesha; carma -
A foto mostra o deus hindu Ganesha; carma -
Foto: Shutterstock.com / João Bidu

Do sânscrito karma, que significa "ato", a palavrinha tão usada no ocidente para se referir a um castigo - como alguém de um relacionamento antigo que ainda incomoda — se refere a pensamentos, palavras e sentimentos, não apenas a ações físicas. Todas as atitudes de uma vida refletem diretamente na próxima vida. Diferentemente do que as pessoas pensam, o carma não é uma punição pelas más ações, ele é apenas uma lei natural.

Na religião hinduísta não se acredita na interferência divina na vida das pessoas, mas existe, sim, a crença de que os acontecimentos na vida são consequência de atitudes, o conhecido "cada um colhe o que planta".

O fato de cada pessoa pertencer a uma casta é reflexo de uma vida anterior, com isso, o sistema de castas é sustentado pela doutrina do carma. O indivíduo pode melhorar seu carma, e assim conseguir uma vida melhor, mas somente na próxima encarnação.

Enquanto isso, na existência atual, três principais correntes dentro do hinduísmo devem nortear seus fiéis: a via do sacrifício, a via do conhecimento e a via da devoção. O principal objetivo delas é garantir a libertação do constante círculo de migração do espírito, após a morte.

De acordo com Os Vedas, escrituras sagradas hinduístas, a via de sacrifício também consiste em aceitar a perda para obter a felicidade terrena. A via do conhecimento é originada do livro sagrado Upanishads e dita que a ignorância é responsável pelo ciclo da reencarnação. Com isso, é necessário compreender a verdadeira natureza da existência, pois apenas quando o homem tem conhecimento ele consegue encontrar a salvação, com o fim da migração do espírito.

Já a via da devoção é baseada no livro sagrado Bhagavad Gita (semelhança com a famosa canção do cantor Raul Seixas não é mera coincidência: Gita foi composta em inspiração à Bíblia hindu), corrente que prega a dedicação a Deus, como caminho para a libertação da migração de espírito.

A maioria dos fiéis considera que a via a oferecer um caminho mais seguro para alcançar a salvação é a da devoção, pois todos podem alcançá-la sendo devotos de Deus. O que não significa que neguem o que é pregado na via do conhecimento e da via do sacrifício — apenas se acredita que nada deve ser feito baseado no interesse em conquistar algo em troca.

 

Texto e pesquisa: Isadora de Oliveira/Colaboradora - Edição: Giovane Rocha

João Bidu
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