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Carta da Lua, do tarot: use esta energia para entender a si mesmo

Quem nunca ouviu a grande frase "conhece-te a ti mesmo", normalmente associada a Sócrates (479 -399 a.C.), mas que na verdade, era a inscrição que se via na entrada do Oráculo de Delfos, ou ainda a frase "torna-te o que és" associada ao poeta grego Píndaro (518 - 437 a.C)? Ambas as frases possuem a […]

27 fev 2023 - 13h51
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Quem nunca ouviu a grande frase "conhece-te a ti mesmo", normalmente associada a Sócrates (479 -399 a.C.), mas que na verdade, era a inscrição que se via na entrada do Oráculo de Delfos, ou ainda a frase "torna-te o que és" associada ao poeta grego Píndaro (518 - 437 a.C)? Ambas as frases possuem a mesma intenção: manifestar a nossa individualidade, ou seja, a grande realização que o psiquiatra Jung (1875 - 1961) defendia. Vamos utilizar a carta da Lua, do tarot, para mergulhar um pouco mais nesse processo.

O processo de nos conhecermos é de extrema importância. Saiba como a carta da Lua, do tarot, pode ajudar neste caminho -
O processo de nos conhecermos é de extrema importância. Saiba como a carta da Lua, do tarot, pode ajudar neste caminho -
Foto: Shutterstock / João Bidu

Individualização

Almir Sater eternizou em seus versos da canção Tocando em Frente uma inspiradora reflexão sobre esse assunto de individualização quando recitou: "Cada um de nós compõe a sua história, cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz." Mas pouco antes desse trecho, expressa também o desafio que foi traçar esses passos, mas a satisfação que conseguiu sentir ao se conscientizar de si mesmo.

O processo de individualização é extremamente doloroso, nos leva a confrontar vários aspectos sombrios em nós, reconhecendo-os e despindo-se das personas e das imagens que criamos para nós e também sobre nós mesmos, simplesmente para enfrentar os primeiros desafios da nossa existência. E como é complicado se despir disso, já que em algum momento foi muito válido e nos trouxe até aqui. Vemos então como se torna necessário mapear tudo isso e ver a compensação que elas nos trazem, enxergar com responsabilidade a verdade de uma situação e de libertar.

A Lua e as nossas várias faces

A carta da Lua, do tarot, nosso satélite natural, possui 4 principais fases: Nova, Crescente, Cheia e Minguante e mais quatro intermediárias, que marcam totalmente o ritmo da nossa biologia e os ciclos da natureza. Nos estudos astrológicos e simbólicos, essa potência está relacionada com a fecundação da nossa consciência que tem como ápice e objetivo a nossa individuação. A Lua representa o nosso corpo emocional, que carrega a nossa memória mais antiga, desde o início da nossa gestação, é a representação dessas personas que vamos assumindo ao longo da vida e que muito facilmente, nos distancia da nossa verdade, mas que também de uma maneira muito fácil nos ilude compensando nossos medos e dores.

Simbolismo da carta da Lua, do tarot

A simbologia da carta da Lua, do tarot, nos coloca diante da necessidade de confrontarmos a nós mesmos e as nossas emoções, não como uma maneira de se castigar ou se julgar, mas sim como uma maneira responsável e madura de enfrentar nossos medos, sem esperar recompensas, pois em sua soma transversal está ligada ao Eremita - aquele que se abstém de muita coisa e que representa a energia madura de Saturno, sobre encarar e bancar a nossa própria história. A carta da Lua, do tarot, é a última prova difícil do caminho, é o verdadeiro encontro com o Ego.

O portal desse arcano está relacionado ao conhecimento hermetista da Lei da Polaridade: quem domina esta lei pode transmutar seu medo em coragem, por exemplo. Se olharmos para essa carta com atenção, veremos que quase todos os símbolos são duais:  vemos a Lua e o Sol (Consciência e Inconsciência, Superego e Ego), trazendo a representação de um Eclipse Solar, quando o inconsciente toma conta da consciência; o Cachorro e Lobo (a Fidelidade, Ingenuidade e a Rebeldia, Animalidade); Temos ainda as duas torres representando o pensamento concreto, além de outros elementos como o Lagostim, que em algumas representações ele está submerso na água, já em outras parece estar saindo do lago. 

Processo contínuo e libertador

Mas o que poucos sabem é que esse animalzinho caminha para trás, representando a necessidade de caminharmos para nossas profundezas, a fim de se conscientizar da potência do nosso inconsciente que precisa ser trabalhado ao nosso favor, ou que subitamente nos fará de joguetes. Além desse grande trabalho de conscientização, a individuação só é selada com o nosso retorno. É preciso saber voltar do inferno ou ali ficaremos eternamente escravizados contando historinhas para nós mesmos. É preciso fazer como Dante Alighieri em seu último verso sobre sua longa viagem: - Depois da longa caminhada subimos, ele primeiro e eu atrás, passando por uma pequena abertura na pedra, para enfim, rever as estrelas.

Texto: Felipe Bezerra é Tarólogo, Astrólogo e Terapeuta Holístico na Origem Therapias.

João Bidu
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