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Dia de Nanã Buruquê: conheça a orixá mais velha que rege a sabedoria

A Orixá mais velha nos liga à ancestralidade. Neste dia de Nanã Buruquê, conheça a história de quem rege a sabedoria

26 jul 2024 - 09h01
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"Atraca, atraca, que vem Nanã ê ê, atraca, atraca, que vem Nanã ê á…". Imagine um encontro com uma anciã sábia, cujo olhar carrega séculos de histórias, as palavras têm o poder de acalmar as tempestades internas e as mãos possuem a força da natureza. Essa é Nanã Buruquê, a mais velha das Orixás, reverenciada nas religiões afro-brasileiras, das religiões de matriz africanas. A presença de Nanã é um convite à reflexão sobre o respeito à ancestralidade e a melhor idade. Por isso, vamos descobrir como Nanã pode ser a chave para uma vida mais equilibrada e plena, mesmo em meio ao caos do cotidiano moderno.

Dia de Nanã é comemorado no dia dos avós
Dia de Nanã é comemorado no dia dos avós
Foto: Shutterstock / João Bidu

Quem é Nanã Buruquê?

Nanã Buruquê é uma das Orixás mais antigas do panteão africano. Segundo a tradição, ela é associada às águas calmas e profundas, à lama dos pântanos e ao barro. Afinal, estes elementos simbolizam a origem da vida e a conexão com a morte. 

Sincretismo: o encontro de culturas

O sincretismo entre Nanã Buruquê e Sant'Ana a avó de Jesus Cristo é um belo exemplo de como diferentes culturas podem se encontrar e se enriquecer mutuamente. Enquanto Nanã representa a sabedoria ancestral africana, Sant'Ana traz a herança cristã europeia. Desse modo, as figuras simbolizam a união de tradições. Assim, reforçando a importância do diálogo entre culturas e da valorização da diversidade. O dia de comemoração de ambas são em 26 de Julho.

A cura pelo barro

Nanã nos convida a mergulhar nas profundezas do nosso ser, a enfrentar nossos medos e a aceitar nossas fragilidades. A energia de Nanã pode ser uma poderosa aliada no processo de autoconhecimento e cura. Afinal, Nanã decanta nossas emoções para que elas possam ser transmutadas e curadas. Então, assim como o barro moldado pelas suas mãos, podemos nos transformar e nos reinventar, encontrando novos significados e propósitos.

Além disso, Nanã nos lembra que a vida é cíclica. Assim como a natureza tem suas estações, nós também passamos por diferentes fases. Aceitar essas mudanças com serenidade e aprender com cada etapa é uma das grandes lições que a Orixá nos oferece. Também acredita que é Nanã Buruquê quem adormece nossa memória imortal para que possamos fazer o mergulho na carne e viver nossa experiência terrena. 

Como se conectar com a sabedoria e cura de Nanã Buruquê

Então, para nos conectarmos melhor com essa grandiosa Orixá, basta acender uma vela branca ou lilás e pedir para Nanã nos auxiliar nas curas da alma. Além disso, podemos pedir para ela decantar tudo que esteja atrapalhando a nossa jornada, as doenças, proteção dos maus agouros, das energias negativas, e que ela leve sabedoria e paciência para que melhor possamos caminhas nessa jornada terrena.

Respeito aos anciãos e à ancestralidade

Nanã Buruquê, com sua calma ancestral e seu conhecimento profundo, é uma guia preciosa em nossa jornada. Ao honrá-la, aprendemos a valorizar a ancestralidade, a respeitar os anciãos e a encontrar a paz na aceitação e na transformação. Nanã Buruquê, com sua imagem de avó acolhedora e conhecedora dos segredos da vida, nos inspira a valorizar nossos avós, a ouvir suas histórias e a aprender com suas vivências. Cada ruga é um traço de sabedoria, cada cabelo grisalho é um fio de experiência, e cada história contada é um tesouro a ser preservado.

Em mundo onde as coisas estão cada vez mais velozes e queremos que as coisas sejam rápidas e a nossa maneira, Nanã nos leva a reflexão de que tudo tem o seu tempo. Respeitar o tempo e o ciclo da vida, respeitar nossas limitações e das outros e também a nossos processos de cura, entender que uma arvore sem raízes não resiste a tempestades, então que possamos, com seu exemplo, buscar a sabedoria no silêncio, a força na serenidade e a cura nas profundezas do nosso ser.

João Bidu
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